Luanda –
O politólogo angolano Nelson Pestana “Bonavena”, que prevê para os próximos
anos "um quadro social muito grave" para Angola e considera que o
'slogan' da campanha do partido no poder, MPLA, devia ser "distribuir
melhor para crescer mais". O partido no poder desde a independência de
Angola, em 1975, escolheu como palavra de ordem para as eleições gerais do
próximo dia 31 "Angola a crescer mais e a distribuir melhor".
Fonte: Lusa Club-k.net
Fonte: Lusa Club-k.net
Nelson Pestana, dirigente do
partido Bloco Democrático, que ficou de fora na corrida a estas eleições por
incapacidade em preencher os requisitos legalmente exigidos, disse que o chavão
escolhido é "fortemente inspirado pela circunstância das eleições e não
leva em conta a realidade nacional".
"É verdade que todos nós queremos que a distribuição seja melhor feita, então a palavra de ordem deveria ser distribuir melhor para crescer mais", referiu, chamando a atenção para o facto de não lhe parecer ser essa a ideia daquele partido. "Ou seja, a riqueza produzida durante estes dez anos, em particular, já está alocada, cada um tem o seu dinheiro e não se mexe. Então vamos é ter que crescer mais, criar mais riqueza para distribuir essa riqueza a ser criada", asseverou.
Docente da Universidade Católica de Angola, Nelson Pestana refuta a promessa, justificando com a actual conjuntura do país, que considera "completamente desfavorável ao 'crescer mais'". "As potencialidades de crescimento do nosso país estão estacionárias há cerca de três anos e vão continuar a ser. Ora, se só se vai distribuir melhor aquilo que for possível crescer nos próximos anos, quer dizer que vamos permanecer no modelo em que estamos ainda por mais alguns anos", salientou.
O modelo a que se refere são "os níveis e os índices sociais baixos", que provocarão "muitas crises, porque os problemas vão se avolumar". Nelson Pestana considera que "houve um erro grave de governação que foi não se ter diversificado a economia e de não se ter investido as poupanças da alta de petróleo no tecido produtivo, nomeadamente na agricultura, nas famílias do meio rural".
Entre 2005 e 2012, Angola teve um dos maiores crescimentos económicos mundiais, com uma média de 12%, mas as projecções de organizações internacionais apontam nos próximos anos uma descida para um dígito, nomeadamente o Fundo Monetário Internacional, que prevê somente 5 por cento para 2013. "Quando nós comparamos os índices de desenvolvimento - normalmente o Governo fala dos índices de desenvolvimento agregados, quer dizer o país todo -, mas quando nós desagregamos o meio urbano e o meio rural vemos qual é a discrepância que há entre um e outro", enunciou.
O sociólogo e investigador-coordenador do Núcleo de Estudos sobre a Pobreza no Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica, argumenta que a resolução dos problemas da falta de água e de luz eléctrica são "cruciais" ao desenvolvimento de Angola. "São estes problemas que agravam a situação social e no futuro nós vamos ter muito mais dificuldades, porque os problemas são os mesmos e os recursos são menores. Se o petróleo descer abaixo de 80 de dólares, há promessas de petróleo que deixam de existir, porque passam a ser muito caras", concluiu.
"É verdade que todos nós queremos que a distribuição seja melhor feita, então a palavra de ordem deveria ser distribuir melhor para crescer mais", referiu, chamando a atenção para o facto de não lhe parecer ser essa a ideia daquele partido. "Ou seja, a riqueza produzida durante estes dez anos, em particular, já está alocada, cada um tem o seu dinheiro e não se mexe. Então vamos é ter que crescer mais, criar mais riqueza para distribuir essa riqueza a ser criada", asseverou.
Docente da Universidade Católica de Angola, Nelson Pestana refuta a promessa, justificando com a actual conjuntura do país, que considera "completamente desfavorável ao 'crescer mais'". "As potencialidades de crescimento do nosso país estão estacionárias há cerca de três anos e vão continuar a ser. Ora, se só se vai distribuir melhor aquilo que for possível crescer nos próximos anos, quer dizer que vamos permanecer no modelo em que estamos ainda por mais alguns anos", salientou.
O modelo a que se refere são "os níveis e os índices sociais baixos", que provocarão "muitas crises, porque os problemas vão se avolumar". Nelson Pestana considera que "houve um erro grave de governação que foi não se ter diversificado a economia e de não se ter investido as poupanças da alta de petróleo no tecido produtivo, nomeadamente na agricultura, nas famílias do meio rural".
Entre 2005 e 2012, Angola teve um dos maiores crescimentos económicos mundiais, com uma média de 12%, mas as projecções de organizações internacionais apontam nos próximos anos uma descida para um dígito, nomeadamente o Fundo Monetário Internacional, que prevê somente 5 por cento para 2013. "Quando nós comparamos os índices de desenvolvimento - normalmente o Governo fala dos índices de desenvolvimento agregados, quer dizer o país todo -, mas quando nós desagregamos o meio urbano e o meio rural vemos qual é a discrepância que há entre um e outro", enunciou.
O sociólogo e investigador-coordenador do Núcleo de Estudos sobre a Pobreza no Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica, argumenta que a resolução dos problemas da falta de água e de luz eléctrica são "cruciais" ao desenvolvimento de Angola. "São estes problemas que agravam a situação social e no futuro nós vamos ter muito mais dificuldades, porque os problemas são os mesmos e os recursos são menores. Se o petróleo descer abaixo de 80 de dólares, há promessas de petróleo que deixam de existir, porque passam a ser muito caras", concluiu.
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