Luanda - O presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos,
encerrou hoje em Luanda a campanha do seu partido para as eleições gerais com a
promessa de "aprofundar a democracia participativa" e renovou o
compromisso de lutar contra a pobreza.
Fonte: Lusa
Num comício junto
ao estádio 11 de Novembro, nos arredores de Luanda, o MPLA voltou a concentrar
largos milhares de apoiantes para a ação do último dia de campanha para a
votação de sexta-feira, que ouviram o presidente do partido no poder e chefe de
Estado garantir mais democracia participativa, "através da concertação do
Governo com os parceiros sociais, sociedade civil e autoridades tradicionais,
de modo a que todos participem organizadamente na resolução dos problemas da
nação".
Falando à frente
de todas as figuras de proa do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA)
e dos membros do Governo cessante, todas vestidos de vermelho e preto, cores
dominantes do partido, José Eduardo dos Santos renovou também a promessa de dar
"especial importância" à promoção da mulher e da proteção da família,
bem como à "luta contra a fome, a pobreza e o analfabetismo".
"Não faço promessas sem pensar"
"Não faço promessas sem pensar", garantiu o presidente do partido no poder, rejeitando "os que prometem muito, porque prometer é fácil, principalmente quando não se tem sentido de responsabilidade de Estado e quando se pretende unicamente enganar os eleitores para se conseguir votos".
No seu curto discurso para uma multidão que se começou a concentrar às primeiras horas da manhã junto ao estádio 11 de Novembro, na zona da Camama, Eduardo dos Santos apresentou o MPLA como "o partido da verdade, do presente e do futuro" e disse que o povo angola no "sabe quem lutou pela independência nacional" e "quem mais lutou pela paz e está construir a democracia".
Ovacionado várias vezes pela assistência que gritava "Zédu" e que lhe cantou os parabéns pelo 70. aniversário, celebrado na terça-feira, o presidente do partido no poder garantiu que o MPLA tem milhões de militantes e que é a maior força política angolana e talvez de África: "Se todos formos votar, ninguém nos poderá vencer".
"Realistas, pragmáticos, ou práticos"
Eduardo dos Santos assegurou ainda que o seu partido, no poder desde a independência de Angola, em 1975, tem os meios e quadros necessários para continuar a governar, sem se esconder das dificuldades: "Somos realistas, pragmáticos, ou práticos quando necessário", declarou.
O Presidente angola no dirigiu também uma mensagem para os jovens, prometendo investimento público e privado para criar mais postos de trabalho, quando o desemprego no país está estimado em mais de 25 por cento, e mais formação profissional e acesso a casa própria.
José Eduardo dos
Santos manifestou ainda o desejo de que os empresários angolanos "se
afirmem e possam trabalhar em pé de igualdade com os estrangeiros" e
referiu-se à ideia, já expressada no programa de governo do MPLA, de que
"os quadros nacionais, com o mesmo nível de preparação e experiência,
possam ter as mesmas condições sociais e remunerações dos quadros estrangeiros
expatriados".
"Paz,
segurança e estabilidade"
O líder partidário
terminou o seu discurso lembrando que estas medidas só podem ser executadas num
cenário de "paz, segurança e estabilidade política", apelando ao
"consenso, respeito pela diferença e pelo próximo, tolerância e
civismo", face ao que descreveu como "agitação, nervosismo e excessos
verificados durante a campanha eleitoral".
Que todos sem
exceção se sintam parte do grande projeto de fazer de Angola um país próspero e
com instituições democráticas sólidas e aberto ao futuro", declarou o
presidente do MPLA, encerrando a campanha de 30 dias do partido para as
eleições gerais de sexta-feira, que o levaram, além de Luanda, a outras oito
províncias.
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