quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Gana: A maioria dos chineses opera nas minas de ouro sem autorização


O serviço de Imigração do Gana indica existirem cerca de três mil chineses no Gana que tem autorização de residência.
Joana Mantey VOA
A recente chegada de chineses ao sector das minas de ouro do Gana, levanta receio no seio dos centros de decisão e dos próprios cidadãos.

Esta situação decorre do facto dos chineses estarem envolvidos na exploração mineira de pequena dimensão, uma área que, em teoria, está reservada apenas aos cidadãos do Gana.

A maioria dos chineses operam aparentemente sem autorização e, por vezes, estendem as operações para zonas restritas, destruindo os terrenos.

De 200 dólares a onça, há cerca de dez anos, o ouro é comercializado agora a mais de mil e quinhentos dólares a onça. Os chineses asseguram assim boas receitas pelos seus investimentos.

“Encontram-se onde o produto existe. Não dizem para onde vão, para o Congo ou a Libéria, vem para o Gana. Sabem que podem tirar proveito da situação e escondem-se na floresta e procedem à extracção ilegal, sem pagar impostos”.

Por vezes irrompem conflitos entre os residentes nas comunidades mineiras e os mineiros chineses, como explica Nantogma.

“Os chineses estragam as terras, e por vezes nem sequer consultam as populações antes. As pessoas consideram que são donos do produto. Possuimos a terra e os chineses vêm e levam o ouro.”

Existem igualmente factores sociais, como referiu um empresário local. Segundo ele a vinda dos chineses fez subir as rendas das casas em algumas das localidades mineiras.

O acesso está a tornar-se difícil para os locais pois a maioria dos mineiros chineses pagam antecipadamente meses de renda.

A adicionar regista-se o efeito devastador da extracção ilegal, pois os terrenos agrícolas são destruídos e as reservas de água são poluídas.

O serviço de Imigração do Gana indica existirem cerca de três mil chineses no Gana que tem autorização de residência.

No entanto, desconhece-se o número de chineses envolvidos em actividades ilegais no sector do ouro, já que nenhum deles se encontra registado.

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