quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Exclusão da imprensa privada alimenta espectro de fraude eleitoral




Benguela - A menos de 48 horas das eleições legislativas, jornalistas de Benguela continuam sem credenciamento para a cobertura de um pleito que a Comissão Nacional Eleitoral refere, amiúde, ter tudo para ser considerado de justo e transparente, procurando afastar para bem longe o espectro de fraude levantado pela UNITA.

Fonte: Club-k.net
Carlos Gregório e Domingos Cristóvão inviabilizam
Todos os jornalistas que se encontram com os nervos à flor da pele são, coincidência ou não, afectos a órgãos de comunicação social privados, que se sentem excluídos daquele que é o momento chave do processo eleitoral.

Pior do que a exclusão, que conforma um atentado à liberdade de imprensa, é que o credenciamento de jornalistas depende do GRECIMA, órgão da Presidência da República, liderado, como se sabe, por Manuel Rabelais, antigo ministro da Comunicação Social.

Em Benguela, o acesso de jornalistas às assembleias de voto para a cobertura que se impõe é garantido mediante um OK de Carlos Alberto Gregório, um velho delfim de MR e actualmente administrador não executivo da RNA, tal como informou a Comissão Provincial Eleitoral, que dá mostras de um órgão sem poderes inclusive para «coisas mínimas».

Carlos Gregório, antigo funcionário do SINFO, é coadjuvado por Domingos Cristóvão, delegado do centro de produção da TPA, também ele conhecedor dos corredores dos Serviços de Informação. Esta situação é vista como um revés ao árduo trabalho realizado desde o registo e actualização eleitoral, durante o qual ajudaram a mobilizar e a educar civicamente os cidadãos. Os mais afectados são jornalistas de semanários e das Rádios Ecclésia e Despertar, uma vez que as Rádios Mais e Morena, que de independentes já só têm o nome, receberam o credenciamento para cobertura do acto desta sexta-feira sem qualquer arranhão.
 
«Continuamos a ser abandalhados até ao momento, uma vez que o presidente da CPE, o senhor Jolima José, não tem poderes para nada», disseram ao Club-K alguns dos indignados.

Esta situação, nada abonatória para um país que se diz comprometido com o pluralismo na informação, acontece numa altura em que Benguela começa a receber observadores internacionais, e dias depois de a secretaria-geral do SJA, Luísa Rogério, ter criticado a forma como está a ser feito o credenciamento dos profissionais do ramo.

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