Enquanto isso, o embaixador também ignora os seus
vizinhos que continuam a conviver com a imundice produzida na sua residência
Maputo (Canalmoz) – É um jogo de mudos. Ninguém se
pronuncia em relação ao braço-de-ferro que opõe parte dos moradores da rua José
Craveirinha e 1395 (entrada pela Marginal), no luxuoso bairro da Sommerschield,
em Maputo, e o embaixador de Angola acreditado em Moçambique, por causa da
sujeira que sai da residência oficial do diplomata angolano, Isaías Jaime
Vilinga.
As cartas dos moradores para o Conselho Municipal e
para o embaixador também não foram respondidas.
Tal como noticiámos na semana passada, da
residência do embaixador de Angola em Moçambique estão a escorrer águas
residuais que incomodam os vizinhos pelo seu cheiro e estão a sujar a via pública.
As águas sujas que saem de um esgoto que está à
porta da casa do embaixador percorrem toda a rua até desaguar na Marginal, que
já está a ficar danificada por causa da acumulação das tais águas do esgoto da
residência do embaixador de Angola.
A entrada do Hotel Southern Sun, que fica ao lado,
não escapa à imundice vinda da casa do embaixador.
Como o embaixador está a violar o regulamento do
Sistema Predial de Distribuição de Água e Drenagem de Águas Residuais,
contactámos várias fontes a nível do Conselho Municipal que receberam as cartas
dos moradores em Abril último, isto é, há mais de três meses, e nenhuma das
entidades se disponibilizou a esclarecimentos. O porta-voz da edilidade
pediu-nos as questões e depois não nos respondeu.
O vereador da área de salubridade encaminhou-nos ao
vereador de infra-estruturas que também se mostrou indisponível.
O gabinete do Provedor do Munícipe mandou-nos
marcar uma audiência com o provedor para uma data a anunciar.
Recorde-se também que já pedimos uma audiência
marcada na Embaixada de Angola em Maputo com o ministro Conselheiro. Até hoje
não tivemos retorno. Continuamos a aguardar por esclarecimentos.
Enquanto o Conselho Municipal e o embaixador
permanecem no silêncio, os vizinhos do diplomata e os utentes da Marginal vão
pagando a factura. Quando contaram à nossa Reportagem que depois testemunhou o
facto, os moradores afectados disseram que o permanente “empoçamento” de águas
residuais na rua 1395 “causa mau cheiro, produz mosquitos, enlameia muros da
vizinhança e cria situações humilhantes para os vizinhos”.
Uma casa sem dreno
Tudo o que está a suceder acontece porque aquando
da construção da residência oficial do embaixador, foi aberta uma valeta ao
longo do muro posterior, que se destinava a escoar águas pluviais acumuladas no
pátio. Até aí não havia problemas. Só que depois que passou a ser ocupada pelo
embaixador, foram instalados na mesma valeta outros tubos de águas residuais.
De acordo com os moradores, as águas residuais produzidas na residência do
embaixador não são encaminhadas à fossa séptica e dreno, mas, sim, despejadas
directamente na valeta que vai dar à Marginal.
O Canalmoz esteve na residência do embaixador e
constatou in loco a imundice que o embaixador está a proporcionar a vizinhança.
Praticamente o embaixador está a usar a avenida da Marginal como dreno. E como
a valeta é pequena as águas transbordam para os muros da vizinhança. Mesmo à
entrada está uma caixa a rebentar pelas costuras. (Matias Guente)
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