Luanda -
O ex-primeiro-ministro angolano e contestatário da direção do partido no poder
Marcolino Moco aconselha os jovens ativistas de direitos humanos a rejeitar a
violência e a votar nas eleições gerais de 31 de agosto para mudar o regime.
"Há formas inesgotáveis e temos de usar o caminho da paz para inverter o
regime atual" em Angola, disse Marcolino Moco após uma mesa-redonda
promovida por membros de várias organizações da sociedade civil angolana
dedicada às eleições gerais, ao final do dia de de quinta-feira em Luanda.
Fonte: Lusa Club-k.net
Fonte: Lusa Club-k.net
"Prefiro uma paz injusta a
uma guerra injusta", insistiu o ex-primeiro-ministro angolano (1992 a
1996) e ex-secretário-geral do Movimento Popular de Libertação em Angola (1991
a 1992), partido no poder desde a independência do país.
O jurista considera que as eleições estão a ser preparadas "em plano inclinado, que só beneficia aqueles que estão no poder, em torno do atual Presidente da República" e que o maior problema de Angola "está no regime".
Na mesa-redonda sobre "Estabilidade no país no período pós-eleitoral", jovens ativistas declararam-se indecisos em relação à atitude a tomar nestas eleições, que consideraram pouco transparentes, deformadas pela comunicação social pública e privada do país, e mostraram-se insatisfeitos pela forma indireta como o Presidente da República vai ser escolhido.
Moco, ainda militante do MPLA mas assumido contestatário da direção do partido no poder, aconselhou os ativistas a rejeitar a violência, a votar no dia 31 de agosto e a serem pacientes, porque "é preciso preservar a paz atual, que não está consolidada, é podre", apesar do "grande escândalo que é a atribuição de poderes a uma só pessoa não eleita, agarrada às saias do seu partido" e a forma como concentra os principais órgãos de soberania. "Falo com experiência, conheço as pessoas que estão atrás disto", prosseguiu.
O moderador do debate, Fernando Pacheco, coordenador do Observatório Político Social de Angola (OPSA), também recomendou aos jovens a participação no processo eleitoral, apesar das críticas e das suspeitas de falta de transparência. "Votem, cumpram o processo cívico e de modo algum ponham o processo em causa, porque não se pode branquear tudo o que está para trás", afirmou o ex-militante do MPLA que há muito se passou para o campo cívico.
"É verdade que estes jovens se sentem perdidos, mas não só eles", disse Fernando Pacheco à Lusa, referindo-se às elites "no sentido amplo de um Estado de Direito", que considera ausentes da promoção dos valores de uma sociedade republicana e que "não são ainda respeitados".
O coordenador da OPSA considera que os últimos quatro anos, desde as legislativas de 2008, trouxeram "acontecimentos novos como manifestações" contra o regime, "e uma contestação que nunca tinha havido, inclusive dentro do próprio MPLA". A sociedade, sustenta, "está a mudar" e "o dia 31 de agosto é apenas uma etapa de um processo longo".
O jurista considera que as eleições estão a ser preparadas "em plano inclinado, que só beneficia aqueles que estão no poder, em torno do atual Presidente da República" e que o maior problema de Angola "está no regime".
Na mesa-redonda sobre "Estabilidade no país no período pós-eleitoral", jovens ativistas declararam-se indecisos em relação à atitude a tomar nestas eleições, que consideraram pouco transparentes, deformadas pela comunicação social pública e privada do país, e mostraram-se insatisfeitos pela forma indireta como o Presidente da República vai ser escolhido.
Moco, ainda militante do MPLA mas assumido contestatário da direção do partido no poder, aconselhou os ativistas a rejeitar a violência, a votar no dia 31 de agosto e a serem pacientes, porque "é preciso preservar a paz atual, que não está consolidada, é podre", apesar do "grande escândalo que é a atribuição de poderes a uma só pessoa não eleita, agarrada às saias do seu partido" e a forma como concentra os principais órgãos de soberania. "Falo com experiência, conheço as pessoas que estão atrás disto", prosseguiu.
O moderador do debate, Fernando Pacheco, coordenador do Observatório Político Social de Angola (OPSA), também recomendou aos jovens a participação no processo eleitoral, apesar das críticas e das suspeitas de falta de transparência. "Votem, cumpram o processo cívico e de modo algum ponham o processo em causa, porque não se pode branquear tudo o que está para trás", afirmou o ex-militante do MPLA que há muito se passou para o campo cívico.
"É verdade que estes jovens se sentem perdidos, mas não só eles", disse Fernando Pacheco à Lusa, referindo-se às elites "no sentido amplo de um Estado de Direito", que considera ausentes da promoção dos valores de uma sociedade republicana e que "não são ainda respeitados".
O coordenador da OPSA considera que os últimos quatro anos, desde as legislativas de 2008, trouxeram "acontecimentos novos como manifestações" contra o regime, "e uma contestação que nunca tinha havido, inclusive dentro do próprio MPLA". A sociedade, sustenta, "está a mudar" e "o dia 31 de agosto é apenas uma etapa de um processo longo".
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