CO M U N I C A D O
O BLOCO DEMOCRÁTICO constata que há um conjunto de
perturbações tendentes a manchar o acto eleitoral e dificultar o controlo da
contagem de votos.
Em particular o BD advoga que a CNE foi incapaz de
cumprir os prazos previstos na Lei para credenciamento dos delegados de lista
pelos partidos (10 dias antes) bem como do seu anuncio público (72 horas
antes).
Em consequência disso, há ainda milhares de
delegados da oposição por credenciar, outros milhares foram recusados por não
constarem no FICRE e as credenciais não mencionam onde o delegado deve
fiscalizar.
Paralelamente, muitos cidadãos aceites pelo CNE e
formados para constar como membros das mesas não foram credenciados, havendo
outros a se-lo sem terem feito formação e não constantes nas listas aprovadas,
o que está a provocar tumultos em várias sedes das Comissões Municipais
Eleitorais (caso Sambizanga).
Perante este cenário que reedita a confusão de 2008
não dando garantias dum normal funcionamento das mesas de Assembleias de Voto,
o BD, e com o intuito de preservar a PAZ e a ESTABILIDADE no país, é de opinião
que as eleições gerais em Angola devam ser adiadas por um período de 15 a 21
dias para permitir a regularização de todo o sistema, na base das leis, como:
1. Análise com auditoria do FICRE (Ficheiro
Informatizado do Registo Eleitoral)
2. Credenciamento correcto dos delegados dos
partidos políticos
3. Credenciamento dos observadores nacionais
4. Publicação atempada de todos os cadernos
eleitorais
5. Publicação atempada da lista dos membros de
mesas e seus presidentes
6. Criação de condições para que as Actas sejam
entregues a todos os delegados de lista
7. Certeza de que o escrutínio terá a participação
efectiva dos partidos políticos
8. Limpeza de propaganda junto das locais de voto
Só nestas condições é aconselhável que o Acto
eleitoral seja realizado em Angola, contribuindo para a democratização do país,
pois todas as partes e os cidadãos devem ter plena confiança na organização do
Acto Eleitoral.
O BD, sempre atento à defesa dos direitos de
cidadania, aconselha ao bom senso de todos as entidades organizadoras do pleito
eleitoral, a todos os concorrentes a sociedade eclesiástica, as organizações da
sociedade civil para que ponderem de forma realista a presente posição, pois é
preciso preservar ao menos o mais possível a lisura do Acto Eleitoral, uma vez
que as fases precedentes mancharam profundamente o processo eleitoral.
O Secretariado Nacional
Luanda, 29 de Agosto de 2012
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