O colectivo de trabalhadores da Rádio
Nacional de Angola (RNA) abortou ontem a greve anunciada para o mesmo dia, 24
de Agosto, para responder a promessas de última hora do ministro da Economia,
Abraão Gourgel.
“À meia-noite, a comissão sindical recebeu
uma proposta formal de negociação do ministro da Economia, Abrahão Gourgel, em
que comprometia o governo a garantir a segurança social e o seguro dos
trabalhados, através da ENSA (Empresa Nacional de Seguros de Angola)”, explicou
o representante do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), Teixeira Cândido.
Segundo Teixeira Cândido, na proposta, “o
ministério disse que não estava em condições de actualizar os salários a 300
porcento, mas procederia a aumentos graduais anuais correspondentes ao sector
da função pública”.
Por volta das 7h00, hora marcada para o
início da greve, dezenas de trabalhadores concentraram-se na portaria da RNA
com distícos de greve.
Dezenas de efectivos da Polícia Nacional
fortemente armados, incluindo a brigada canina e agentes da intervenção rápida,
pessoalmente liderados pela comandante provincial de Luanda, comissário
Elisabeth Rank Frank “Bety”, fizeram-se presentes no local.
Um transeunte, que se entusiasmou a
fotografar a manifestação dos trabalhadores da RNA, foi atacado por um dos cães
e acabou por ser a vítima colateral do contencioso laboral.
“A polícia foi informada que havia um bando
de arruaceiros a fazer confusão diante da RNA. Informámos a comandante Bety
sobre a reivindicação legal dos trabalhadores. Ela compreendeu a situação e
ordenou a retirada dos seus efectivos de forma oportuna”, disse o porta-voz do
SJA.
Sobre a intenção dos trabalhadores, Cândido
Teixeira reiteirou que “os colegas vieram dispostos para a greve, porque não
havia informação em contrário. Quiseram paralisar os serviços, de facto.
Tivemos de apresentar uma contra-proposta aos trabalhadores para que tudo seja
resolvido na próxima semana”.
Como contra-proposta, os trabalhadores
baixaram a sua exigência de reajustamento salarial de 300 para 150 porcento.
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