terça-feira, 28 de agosto de 2012

Kamalata Numa responde radicais do regime



Luanda - Sou Abílio J. A. Kamalata Numa. Sou trisneto de Ekuikui II com Maria Isabel portuguesa que meu trisavô tirou de um comerciante português na área da Namba. Tiveram três filhas, Chimbapo, Nahongo e Nassanga. Chimbapo minha bisavó por esta linhagem foi mestiça. Quem conheceu meu pai sabe que eu saí a minha mãe.

Fonte: Club-k.net
Eu Racista ?
Meus filhos que muito amo; a Leka, o Ludu, o Dalton, e a Núbia são filhos com a Teresa de Barros que não é negra de acordo com a cultura implantada neste país, onde mestiço não é negro. Até já temos os morenos.

Levei tempo a decidir carregar a cruz que me propus. Sabia que os epítetos surgiriam, mas contra este futuro apocalíptico decidi actuar, alertando os angolanos para as verdades que toda gente comenta mas sem coragem de levantar publicamente.

A minha decisão tem por base a urgência em levantar um debate nacional sobre essas questões mas sem tabus pela razão de sermos um país multi-étnico, multi-racial, multi…, que tem necessidade em falar abertamente desses “multis”. Buscarmos desse debate inclusivo outra via de desenvolvimento de Angola diferente da escolhida pelo MPLA de José Eduardo dos Santos. Por quê?

Porque os crioulos têm marcado de forma negativa Angola desde os primórdios da luta contra Portugal. Onde está Matias Miguéis, Viriato da Cruz, Nito Alves, Monstro Imortal….Porque se massacraram Kimbundos no 27 de Maio, Sulanos no genocídio eleitoral de 1992, os Bakongos na sexta-feira sangrenta? Afinal o que mais esperamos dos crioulos? E quem são o crioulos?
São cidadãos angolanos, culturalmente luso-tropicalistas (de entre alguns cidadãos de origem cabo-verdiana, alguns de origem santomense, alguns de origem portuguesa, alguns mestiços), com missão civilizacional dos autóctones de Angola. Por isso, o presidente da República de Angola tem de ser crioulo mesmo que não for de origem de acordo com o Artigo 110º da Constituição da República de Angola, como é o caso do cidadão José Eduardo dos Santos conforme dizeres que já estão profundamente entranhados na sociedade angolana.
Não fui eu quem inicialmente escreveu que o poder estava a escurecer. Não fui eu quem inicialmente constatou que havia descriminação nos Bancos e outras empresas. Não sou eu só quem vê que as riquezas de Angola ficaram distribuídas entre os crioulos e com maior predominância entre alguns mestiços e cidadãos de origem santomenses com José Eduardo dos Santos a testa.

Afinal quem são os racistas?
A África nunca soube defender-se contra o racismo que sofre até hoje. Esse racismo que cria elites subservientes, que subjuga o nosso desenvolvimento e nos coloca na cauda do desenvolvimento humano, quando se confirma que aqui é o berço da humanidade. Afinal somos mesmo especiais.
Obrigado.
Racista eu, nunca.

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