O governador da Huíla, Marcelino Tyipinge, é
acusado, em surdina, por alguns dos seus mais directos colaboradores de estar a
violar a Lei Geral do Trabalho. Ordena-lhes para que se mantenham nos seus
postos de serviço depois das horas normais de expediente, sem, no entanto,
expedir instruções ou tarefas.
Além disso, desde Outubro passado, Marcelino
Tyipinge continua a dar primazia à sua função de representante máximo do MPLA
na província da Huíla, na qualidade de seu primeiro-secretário. De forma
ostensiva e regular, nas horas normais de expediente, o governador exerce
funções na sede provincial do MPLA. Tyipinge dirige o MPLA, na Huíla, há 30
anos.
“Sinceramente, não sabemos como reclamar. Às
vezes temos de sair do serviço às 19h00 devido à hora tardia em que o
governador se apresenta no serviço. Só nessa altura ele começa a despachar
documentos e a baixar orientações”, revelou um alto funcionário do seu
gabinete, sob anonimato. A Lei Geral do Trabalho estabelece um horário de
trabalho das 8h00 às 15h30.
O comportamento de Marcelino Tyipinge tornou-se ainda mais problemático devido ao pronunciamento recente do Presidente da República e do MPLA, José Eduardo dos Santos, na sexta reunião do Comité Central do MPLA.
O comportamento de Marcelino Tyipinge tornou-se ainda mais problemático devido ao pronunciamento recente do Presidente da República e do MPLA, José Eduardo dos Santos, na sexta reunião do Comité Central do MPLA.
Segundo o líder do MPLA: “A política de
nomeação de quadros para cargos políticos e de direcção e chefia na
Administração Pública é, muitas vezes, vinculada a cargos electivos
partidários, mas, nem sempre, o perfil destes, que estão mais familiarizados
com o trabalho político de massas e de organização e funcionamento interno, é
adequado para as tarefas técnico-administrativas e para exercer a autoridade do
Estado ao seu nível”.
Apesar dessa constatação, Marcelino Tyipinge
deverá manter-se imperturbado no cargo de governador da Huíla.
Do mesmo modo, Marcelino Tyipinge não se
sentiu afectado quando foi exposto publicamente como falso tenente-general, com
direito a pensão na Caixa Social das Forças Armadas Angolanas (FAA), sem ter
cumprido serviço militar.
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