O desemprego em Espanha atingiu um nível recorde:
mais de cinco milhões de pessoas estão sem trabalho. Na Espanha este índice é o
mais alto entre todos os países da União Européia. Este recorde “assustador”
deixa para trás outros índices, igualmente lamentáveis, da realidade européia.
Nos últimos 15 anos, o nível de desemprego na
Europa atingiu o seu máximo, o que afeta sobretudo os países que são forçados a
admitir restrições orçamentárias – a Grécia, Itália, Portugal e Espanha. O
desespero faz ccom que as pessoas participem de comícios e piquetes de
protesto. Em alguns países, – na Grécia, por exemplo, – aumentou o número de
suicídios, provocados pelo desemprego. As pessoas que ficaram à margem da vida
ativa não vêem outra saída. Hoje em dia na Europa já existem quase vinte
milhões de desempregados.
“Esta situação é resultado não somente da crise
financeira mundial, mas também da divisão do mercado de trabalho. Os países
europeus cuidaram de transferir quase todas as empresas industriais para países
do terceiro mundo, deixando “em casa” apenas as vagas na esfera de serviços”, –
afirma o politólogo Pavel Sviatenkov,
“A crise financeira mundial afetou a esfera da
produção. Aliás, esta esfera funciona – não na Europa, mas, sim, na China, para
onde os europeus a transferiram. Ao mesmo tempo, isso prejudica as zonas
balneares, a indústria do lazer e do entretenimento pois, devido à crise, o
nível de vida no mundo caiu e as pessoas começaram a viajar menos do que
anteriormente. Por exemplo, a base econômica da Espanha é constituída não tanto
pela indústria, quanto pelo turismo. Além do mais, a Espanha enfrenta o
problema da dívida e os países – líderes da União Européia, em primeiro lugar,
a Alemanha, exigem que este seja resolvido por meio da disciplina orçamentária,
isto é, da redução de despesas. Mas isso não permite gerar novas vagas de
emprego. Em resultado disso, os espanhóis vêem-se forçados a conformar-se com o
nível muito alto de desemprego simplesmente porque, em caso contrário, não
poderão sair da crise da dívida.”
Ao responder à questão da Voz da Rússia a respeito
das vias que os países com um nível crítico de desemprego irão seguir para
resolver o seu problema, Pavel Sviatenkov disse que o mais provável é que eles
não tenham outra solução senão aguardar corajosamente o fim da crise financeira
mundial, procurando resolver, ao mesmo tempo, o problema da sua dívida externa.
A recessão econômica geral não pode ser eterna e um dia as pessoas terão
novamente dinheiro para descansar nos magníficos balneários da Espanha, Grécia,
Itália e Portugal. Mas, por enquanto, não se vê “nenhuma luz ao fundo do
túnel”. Os economistas prevêm o ulterior agravamento da situação e o atual
índice médio de desemprego na Europa, agora de 10%, poderá aumentar ainda mais.
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