Luanda – Em solidariedade aos ex-militares da
Unidade de Guardas Presidencial (UGP) enquadrados, posteriormente, para as
Brigadas de Construção e Obras Militares (BCOM) e de Especial de Limpeza (BEL),
o Movimento Patriótico Unido (MPU), liderado por Isaías Cassule, prevê pôr a
manifestar – no próximo dia 27 de Maio do corrente ano –, em frente ao palácio
presidencial, localizada na Cidade Alta, em Luanda, mais de dois mil “homens do
gatilho”, dentre os quais civis, a fim de exigirem um outro enquadramento as
instituições públicas.
Fonte: Club-k.net
“Nós não temos medo das milícias do MPLA que
atacam os manifestantes”
A par isso, segundo o líder do MPU, os antigos
militantes da UGP vão também exigir, por outro lado, a saída da presidente da
Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Suzana Inglês. “O nosso outro objectivo é
exigir, igualmente, a saída da doutora Suzana Inglês frente à CNE”, assegurou,
argumentando que “o MPLA introduziu a sua militante que não reúne os requisitos
necessários frente do destino do país. Isso fica mal. Por isso é que exigimos –
duma vez por toda – que o José Eduardo dos Santos exonere a Suzana Inglês do
cargo”.
Ainda sobre esta questão, a fonte do Club-K acusa o partido “dos camaradas” de pretender originar – mais uma vez – um conflito pós-eleitoral tal como aconteceu em 1992, no qual morreram mais de 60 mil angolanos. “É bom que as pessoas saibam que é sempre o MPLA que começa com a confusão. O MPLA quer voltar a pegar em armas para fazer, novamente, uma guerra como fez em 1975, 1992 e tentou em 2008”, asseverou.
De acordo com Isaías Cassule, “os ex-militares que se encontram atirados a sua sorte acharam conveniente se juntarem ao Movimento Patriótico no sentido de ajudar-lhes, para que no dia 27 do corrente mês, saíssem à rua para uma mega manifestação junto ao Palácio Presidencial”, revelou. A nossa fonte avançou ainda que o acto não contará somente com a presença dos antigos militares das brigadas acima aludidas. “Também convidamos os antigos combatentes das FALA (braço armado da UNITA), das FAPLA (braço armado do MPLA) e da ELNA (braço armado da FNLA) a fim de ajuntarem-se a nós nesse dia, para exigirmos juntos este direito que também lhes cabe”.
Para
a realização do acto, segundo Isaías Cassule, o MPU já deu a conhecer ao
Governo Provincial de Luanda (GPL). “Como nós nunca fizemos nada à margem da
lei, informamos o GPL, agora estamos só a espera que chegue o dia 27, para
sairmos à rua sem nenhuma brincadeira”. (Ver o anexo da carta).
O mesmo revelou ainda que a sua organização foi contactada, via telefone, pelo gabinete jurídico do GPL, no sentido de solucionar a questão num outro fórum. “Mas nós já respondemos que não iremos, uma vez que já cumprimos com a lei (que é dar a conhecer ao GPL sobre a nossa actividade)”, sublinhou.
O nosso interlocutor avisa, antecipadamente, que o seu grupo não teme qualquer tipo de ataque que os agentes da polícia a civil poderão protagonizar durante a caminhada. “Nós não temos medo das milícias do MPLA que atacam os manifestantes”, alertou, lembrando que “os que estarão no terreno são militares, caso os membros do MPLA {Bento Kangamba, Bento Bento e José Eduardo dos Santos} mandarem a milícia, então estes vão lutar no terreno com os militares que lá estarão presentes no palácio Presidencial”.
Quanto o local de concentração, o “mandachuva” do MPU preferiu manter ainda em “segredo dos deuses”, dizendo apenas que “nós temos uma estratégia e estamos em contacto permanentes com o grosso do pessoal via telefone”, acrescentando que “nós vamos surpreender José Eduardo dos Santos e a sua milícia”.
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