terça-feira, 8 de maio de 2012

Familiares solicitam esclarecimento do caso do engenheiro que apareceu morto na sede da Sonangol




Alberta/Canadá - "Eu, Mateus Brito Irmão do malogrado Engenheiro António Brito, venho por intermédio desta, solicitar a publicação nos órgãos de informação social sobre o assassinato do meu irmão no edifíco/sede central da Sonangol em Luanda, ocorrido no dia 22 de Fevereiro de 2012."

Fonte: Club-k.net
"Até ao presente momento nada foi feito para que os criminosos fossem detidos, lamentou Mateus Brito, acrescentando no entanto, que a luta pela justiça é para que ninguém mais seja vítima deste tipo de criminalidade que se esta passar na Sonangol.

Dado a gravidade das acusações o Club-k, convidou Mateus Brito, residente no Canada para detalhar o assunto e transcrevemos parte da conversa que será complementada com a declaração oficial dos familiares sobre o assunto:

Segundo o certificado de óbito, António Brito foi declarado morto oficialmente as 10 horas da manha.  Portanto, a que horas ou com quem o teu irmão falou antes do infausto?
Antes do infausto, segundo explicações de um dos colegas que disse ter presenciado, o meu irmão teria recebido uma chamada de algum funcionário para que fosse ao encontro do mesmo num outro andar diferente para tratar de um assunto de trabalho e que dai já não regressou. Portanto, e este mesmo colega que fez a chamada aos familiares do malogrado (para a Esposa
do meu Irmão) e usando o celular do malogrado.
Também foi o mesmo que acompanhou o meu Irmão desda Sonangol ate a clínica girassol por intermédio de uma ambulância. E quando a esposa (actual viúva) corre para a clínica Girassol, depois de ter recebido a chamada, ai ela se depara com este colega, o acompanhante do que já era pronunciado morto (O Eng. A. Brito). Então, este mesmo colega faz a entrega dos seguintes haveres a viúva: o relógio, o celular e a carteira de documentos do malogrado.
Estando a faltar até ao presente momento, o par de calcados e o passe de acesso ao edifício sede. Até agora, não sabemos de concreto com quem o meu irmão teria falado antes do ocorrido, porque os "records" das chamadas feitas e recebidas antes da sua morte, tudo ficou apagado.
Portanto, assim que recebemos o celular do malogrado, já não havia nada gravado. E claro que alguém encarregou-se de eliminar todas as informações antes que nos fizessem a entrega do celular.

A direcção da Sonangol após o incidente contactou os familiares para prestar todos os detalhes relacionados ao assunto tendo em conta que o infausto aconteceu no local de serviço?
Segundo as informações obtidas por um dos médicos da Sonangol, foi algum dos seus colegas que contactou os primeiros socorros que não sabemos de concreto quem o fez. Portanto, a Sonangol não tem cooperado connosco. Tendo em vista, que depois do funeral, fizemos um pedido a Sonangol para que o Director do departamento em que o malogrado trabalhava nos recebesse e esclarecesse a nos todas essas incógnitas e também fizemos um outro pedido para que fôssemos recebidos pelo Director de segurança, pois como sabes, o mesmo edifício, inclusive existe um departamento de segurança. Infelizmente até hoje não fomos recebidos nem pelo menos uma resposta nos foi dada.
Apenas, tivemos um encontro com o Director de apoio social para nos dizer que apoio as órfãs (filhas do malogrado) receberão durante este tempo. E durante este encontro apareceu um senhor que diz ser um dos Directores da clínica girassol com o título de Dr. Diego. Mas pelas arrogâncias e a maneira de como nos tratou, nos como familiares sentimo-nos oprimidos e humilhados durante este encontro sem que algo de concreto se realizasse. Este mesmo Dr. Diego inclusive fazia-nos ameaças quando procurávamos respostas sobre o assassinato. Ele passou o tempo todo a proteger a Sonangol.
 

Que informações têm sobre a agenda laboral do teu irmão. Melhor, entre as 9 até as 10 da manha em dias normais de trabalho o que ele fazia e onde estaria exactamente?
Entre as 9 e as 10 da manha, o malogrado exercia a sua função de Inspector de projectos de Engenharia no seu escritório, localizado no décimo quarto andar. Segundo explicações, e um andar em comum com escritórios divididos com paredes vidradas.

Que responsabilidade tinha o malogrado António Brito e a quantos anos trabalhava na Sonangol?
O malogrado, trabalhava na Sonangol há mais de 15 anos. Começou pela Sonangol Distribuidor em 1995 na antiga instalação junto a Boavista onde exerceu o mesmo cargo de Inspector mas como Técnico Médio de Electricidade. Devido a sua capacidade técnica e intelectual, em 2006 a Sonangol ofereceu-lhe uma bolsa interna, dando continuidade dos seus Estudos na Universidade Agostinho Neto - Faculdade de Engenharia.
Concluiu a Universidade em 2010 e sendo escolhido como melhor aluno de Engenharia, ganhou uma viagem no mesmo ano para o Saragoca-Espanha, viagem oferecida pelo professor de Engenharia o Bulgaro, Eng. Tanev. No mesmo ano de 2010, retomou o sua efectividade na Sonangol Deng (Direcção de Engenharia). Estando a exercer a sua função de Inspector, delegou alguns projectos da Sonangol em Cabinda, no Huambo, já esteve em missão de serviço na China, no Brasil e tomamos o conhecimento que ele estaria indo para a Itália brevemente também numa missão de serviço.
 

Segundo os documentos de repudia da família em anexo a DNIC não esta a ver o assunto como um caso criminal mas sim uma morte natural. O que a familia Brito acha que deveria ser feito exactamente?
Imagine durante estes anos todos do seu empenho na Sonangol e muito doloroso para nos como familiares, não ter recebido nenhumas condolências por parte da Sonangol. Portanto, apenas entregaram-nos o cadáver e se responsabilizaram pela compra da urna e assim foi. Como se tivessem a tratar da morte de um animal. A última informação que nos foi prestada pela DNIC e que as imagens das câmaras de segurança foram extraviadas e fizeram a convocatória de seis funcionários da Sonangol suspeitas do crime por duas vezes e nenhum dos convocados compareceu.
Eu sou de opinião, que de acordo ao estatuto da lei penal, e pela falta de comparência dos indivíduos convocados pelas autoridades. Também se trata de mais um crime por desobediência as autoridades. Por isso a DNIC tem toda a autoria de fazer o arrasto forçoso de todas essas pessoas. Só Deus sabe o que tem sido feito desses criminosos neste momento. Imagino que continuam com as suas vidas na normalidade e talvez executando um novo plano para eliminação de mais outros quadros.
 

Declaração oficial dos familiares em anexo:

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