Lisboa - A empresária angolana
comprou 9,4% do BPI ao La Caixa, ficando com metade do capital que a
instituição pública espanhola adquiriu aos brasileiros do Itaú. Assim, fica com
19,3% do banco liderado por Fernando Ulrich.
Fonte: Publico Club-k.net
O La Caixa já comunicou ao regulador espanhol,
através do CaixaBank, que o preço acordado foi de 46,7 milhões de euros.
Segundo a Lusa, ao montante acresce “os juros relacionados com este valor a uma
taxa de juro de 2,5% entre hoje e a data de execução da operação”. O negócio
foi feito a 50 cêntimos por acção, o mesmo valor que o La Caixa pagou pela
posição do Itaú, tal como tinha avançado esta tarde o site do Jornal de
Negócios.
Conforme noticiou o PÚBLICO no dia 23 de Abril,
Isabel dos Santos, que é também uma accionista de referência, via Unitel, do
banco que o BPI detém em Angola, o BFA, já manifestara junto do Itaú no final
do ano passado a vontade de adquirir, na totalidade ou parcialmente, a posição
de 18,87% detida pelos brasileiros no BPI.
Isabel dos Santos é também dona de 25% do BIC, que comprou o BPN. Neste quadro, Isabel dos Santos não estava sozinha a defender o negócio com o Itaú, pois Américo Amorim preferia também este investimento à aquisição do BPN. Em entrevista ao PÚBLICO, Fernando Teles, presidente do BIC, admitiu que a compra do BPN gerou controvérsia entre os accionistas e lembrou, sem se referir a nenhuma operação em concreto, que tendo “uma accionista (Isabel dos Santos) que já tem 10%, se comprássemos mais 20%, ficávamos com 30% e éramos capazes de ter alguma influência” no BPI.
Quando foi conhecido o reforço do La Caixa, a 20 de Abril, ficando os espanhóis com 48,97% do banco português, no BPI a ideia que prevaleceu foi a de que teria sido melhor que o Itaú não tivesse saído da instituição, mantendo os equilíbrios nas relações de força internas e na estrutura de capital.
Agora, o que se verifica é um novo reequilíbrio de poderes, com o La Caixa a descer a sua posição para 39,5% e Isabel dos Santos a subir para perto de 20%. No lugar de terceiro maior accionista fica a alemã Allianz, que detém 10% do banco liderado por Fernando Ulrich.
O último reforço de Isabel dos Santos (filha do presidente angolano, José Eduardo dos Santos, e que é também accionista da Zon, e, de forma indirecta, da Galp Energia), no BPI tinha ocorrido em Dezembro de 2010, via Santoro, altura em que subiu a sua posição para 9,99%. Para passar a barreira dos 10%, é preciso a devida autorização do Banco de Portugal.
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