Lisboa – O presidente José Eduardo dos Santos decidiu
esta quinta-feira, 09, pôr de lado a máquina partidária do MPLA que estava a
cuidar da sua agenda eleitoral por alegadas constatações que o exporiam ao
ridículo.
Fonte: Club-k.net
Prepararam-lhe inauguração de obras inacabadas
O líder do MPLA,
em conformidade com uma agenda sugerida pelo partido, previa partir esta
sexta-feira (10) para a província do Huambo a fim de inaugurar duas obras
nomeadamente, a barragem do Gove, localizada no município da Caála, e um centro
cultural "Mbalundu", no Bailundo. Constava, igualmente, na sua agenda
de deslocação ao interior do país, uma ida a província de Benguela para
efectuar inaugurações a nova sede do CFB, no Lobito, e do aeroporto
internacional de Catumbela.
Baseado num
relatório produzido por um grupo de avanço, que trazia pareceres que lhe foram
“desagradáveis”, o presidente cancelou as referidas viagem, decidindo ele
próprio refazer a sua agenda de campanha eleitoral.
O caso mais
dramático está em torno do aeroporto internacional da Catumbela, que segundo
constatações, não se encontra ainda concluído (pista inacabada). As obras estão
a cargo da brasileira Odebrecht e em consequência do sub-carregamento, teve de
pedir reforço de outras empresas de construção Somague, Imbondex e Mota Engil
que estão a trabalhar na pista. A Odebrecht ficou a fazer
acabamentos com realce ao sistema de iluminação e a área do parque de
estacionamento. Há previsão de o presidente deslocar-se aquela província a 24
de Agosto, para a sua inauguração.
O desanimo que se
atribuiu a JES face ao observado descuido da “ala do partido” é acompanhado de
lamentações de figuras do circulo presidencial de que “pessoas do partido
estariam a agir como se estivessem a conspirar”.
Mereceu também
criticas do circulo presidencial, a forma como os dois altos dirigentes do
MPLA, Rui Falcão e João Martins conduziram a conferência de imprensa de
“carácter negativo” para fazer acusações, desnecessárias, aos partidos da
oposição com destaque a UNITA que tem estado a criticar a CNE por violar
a lei. Ambos, os dirigentes do partido "não foram a altura de contrariar
as posições do maior partido da oposição" e terão sido poucos convincentes
(não apresentaram provas do que diziam ter), conforme conclusão de assessores
de JES.
A conferência de
imprensa do partido foi seguida de uma outra conduzida pela CNE com a mesma
retórica que a do MPLA. A critica que se fez é que ambas as instituições
reagiram no mesmo dia (09/08) e com o mesmo tema, deixou a sensação de que a CNE
agiu sob instrução do partido no poder, acabando por “legitimar”, as denúncias
da UNITA de que esta instituição é manipulada pelo MPLA.
JES é também
descrito como tendo ficado abalado com as recentes declarações feitas pelo
general Kundi Paihama, em Benguela, que ameaçou “varrer” quem tentasse contra o
MPLA e o seu líder. Há conhecimento de que as declarações do general também
causaram preocupação na comunidade internacional com destaque nas petrolíferas
(registro de programação de saída do país dos seus quadros por alegadas
férias com regresso em Setembro; vôos lotados).
O líder do MPLA é
favorável a um ambiente eleitoral que seja visto como “exemplar”, porém tem
sido prejudicado pela acção dos seus colegas de partido, dando, por outro lado,
credibilidade as versões que circulam em Luanda, segundo as quais, em caso de
uma manifestação da UNITA membros do seu partido ou da segurança de Estado
colocariam infiltrados com camisolas deste partido da oposição, a
causarem desacatos pelas ruas, para de seguir culpar ou apresentar a
UNITA como partido de “violência”.


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