Luanda -
Os moradores do largo frei João Cavasee, localizado na Ingombota, por detrás
da Igreja Pentecostal do Sétimo Dia estão agastados, com as obras do hotel
Katiavala propriedade do general Ledy. O empreendimento está a causar sérios
transtornos aos residentes das vivendas e do edifício vizinho que acusam
o oficial de apoderar-se de um espaço público para fins lucrativos.
*Maria Campos
Fonte: Novo Jornal Club-k.net
Apesar de recusar prestar esclarecimentos sobre as
queixas, o proprietário do hotel acabou por soltar um desabafo: “Não sou o
único”.
Os moradores queixam-se das fossas das residências, que foram
bloqueadas; do parque de estacionamento, que ficou limitado devido ao enorme
gerador do hotel; e do fumo do gerador que põe em risco a saúde pública.
Denunciam ainda a obstrução de uma das entradas de
acesso ao prédio, a construção na lavandaria de um escritório a falta de
canalização para as águas e esgotos do hotel, que vão parar à casa dos
moradores e aos espaços públicos.
De acordo com os moradores, o general começou a fazer as obras do empreendimento dentro dos limites da sua propriedade, numa área pertencente a duas vivendas que comprou. Com o andar do tempo, foi-se apropriando do espaço, adicionando às obras mais 60 metros do largo
onde se encontravam as fossas das sete residências, sem apresentar qualquer documentação.
Esta situação, segundo os queixosos, criou sérios problemas na evacuação das águas dos esgotos.
“Temos as casas todas entupidas, não sabemos o que
fazer”, frisou um morador que preferiu o anonimato, salientando que, por conta
disto, ele e os vizinhos se viram obrigados a cavar as fossas nos seus
quintais.
Estacionamento e lavandaria ocupados
Outra grande preocupação prende-se com o facto de o
general ter instalado um grande gerador no meio do largo, limitando muito o
estacionamento. “Além disso, jorra muito combustível que está a dar cabo do
pavimento que nós asfaltamos, e com a agravante de que espalha muito fumo”,
notam.
“Com ou sem energia da rede pública, o gerador não pára de funcionar”, lamentam.
Contactado o chefe da fiscalização, Joaquim
Maradona, este mostrou-se surpreso com a situação, negando que os moradores
tenham apresentado alguma queixa. “Para nós, este caso é novo. Não temos nenhum
registo“.
Uma das moradoras que também pediu anonimato afirma
que já perdeu as esperanças em relação à acção da fiscalização. “Já tentei
várias vezes contactar a fiscalização, eles dizem que já fizeram a notificação
e disto não passam”, frisou.
O general Ledy recebeu o Novo Jornal, mas recusou pronunciarse sobre o assunto, alegando não estar autorizado a prestar quaisquer declarações à imprensa.
Face a alguma insistência, ironizou: “Não sou o único. Há tantas obras deste género na cidade e só vêm ter comigo!”
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