terça-feira, 13 de setembro de 2011

Acompanhamento do caso dos manifestantes na alçada do circulo presidencial


Lisboa - O acompanhamento directo de duas figuras de confiança do circulo presidencial, os generais José Maria e Manuel Vieira Dias “Kopelipa”, no caso dos jovens manifestantes (realização da manifestação e respectivo julgamento), é interpretado como estando a actuar como os “ouvidos e olhos” de José Eduardo dos Santos (JES) na determinação de se obter dados exactos.

Fonte: Club-k.net
Juiz da sentença teve contacto com “Zé” Maria
A decisão do Juiz Simão Adão, em condenar os manifestantes a prisão máxima de três meses, foi baseada em pressões exercita ao mesmo. Na sexta-feira (09), o general José Maria deslocou-se ao tribunal da policia na Maianga onde decorria o julgamento. Logo após a sua chegada, o juiz Simão Adão pediu licença para sair da sala da audiência. O magistrado regressou regressado perturbado e tencionava alterar a acusação contra as vitimas mas seria travado pela defesa, até mais tarde ter recebido um telefonema que coincidiu com a hora que deu por terminado o julgamento. Na segunda (12), o juiz reiterou a posição, em alterar a acusação contra os jovens. Deixou de os julgar por suposta agressão aos policias (por falta de provas), passando os manifestantes a serem condenados, em última hora, por residência as autoridades policias. (A defesa ira levar o assunto ao tribunal supremo queixando-se da violação das normas por parte do Juiz)

O envolvimento das figuras do circulo presidencial no assunto dos manifestantes, observou-se na sua fase inicial. O general Manuel Vieira Dias “Kopelipa”, esteve presente, no momento em que iniciou a agressão contra os jovens nas mediações do Município da Ingombota. Apreciou o desenrolar dos acontecimentos sentado na sua viatura, sem ter dado nas vistas.

A entrega que se verificou no mesmo, é percebida, em desabafos que faz em círculos privados, segundo a qual se acontecer algo fruto das manifestações ele seria um dos principais visados. Foi em estreita colaboração com o empresário presidencial Bento dos Santos “Kangamba” que se fizeram presente no momento da manifestação, elementos que se fizeram passar por manifestantes.

De acordo com apreciações habilitadas, havia indicações de precipitar a morte de dois jovens no momento das escaramuças, no sentido de desencorajar futuras manifestações. O cenário de julgamento é decorrente de um plano alternativo. Minutos a seguir a agressão, foi distribuído a imprensa, um comunicado em nome do comando geral da policia dando conta dos acontecimentos. Carmo Neto, o porta-voz da policia e igualmente escritor da UEA, foi orientado a assinar o comunicado sem direito a se opor os erros ortográficos do documento. O Comandante-Geral da Policia Ambrosio de Lemos, teria igualmente sido desencontrado.

No domingo (11), o general José Maria foi pessoalmente a cadeia da Kakita, em Calombo, onde se encontra, o líder da JURA, Mfuka Muzemba para interrogar os detidos, numa sessão que teve inicio das 11h da manha e terminou por volta das 16h do mesmo dia. A deslocação do mesmo foi entendida como estando a fazer levantamento das respectivas famílias e ligações partidárias dos mesmos para subseqüente estratégia de condenação. Mfuka Muzemba é visto como o principal alvo destinado a conotar as manifestações em Angola, a UNITA.

O grupo dos novos detidos foram apanhados no seguimento do julgamento contra os jovens manifestantes do dia 3 de Setembro. Acabaram também por se manifestar nas redondezas do tribunal. Um Jornalista do “Continente”, João Jorge e o SG da JURA, que Estevam no local a fotografar acabaria por ser levado pela policia.

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