sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Desmobilizados de Guerra vão regressar às manifestações na próxima semana


Para pressionar o Governo a ceder às suas exigências

Maputo (Canalmoz) – O Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique anunciou que no próximo dia 14 de Fevereiro corrente, terça-feira vai realizar uma outra manifestação para pressionar o Governo liderado por Armando Guebuza a ceder às suas reivindicações.
A manifestação vai decorrer no período das 7:30 até às 16 horas entre o Alto Máe e a baixa da cidade, confirmou ao Canalmoz Hermínio dos Santos, presidente do Fórum dos Desmobilizados de Guerra.
De acordo Hermínio dos Santos, os manifestantes vão partir da avenida Eduardo Mondlane, na zona do Alto-Maé, para a zona do Circuito de Manutenção António Repinga, próximo do Gabinete do Primeiro-Ministro, sede do Conselho de Ministros, na baixa da cidade de Maputo.
O ano passado os desmobilizados de guerra fizeram uma vigília no Circuito de Manutenção António Repinga e foram dispersos pela Polícia da República de Moçambique (PRM) que se fez ao local fortemente armada.
Esta nova manifestação irá decorrer para coincidir com mais uma sessão do Conselho de Ministros.

Exigências

Os desmobilizados de guerra exigem, entre outras coisas, uma reforma condigna, com destaque para uma pensão mensal de 12.500 meticais.
Dizem eles que foram usados em diversas guerras e por isso querem ser compensados pelo Governo pelos anos que passaram a combater.
Eles não aceitam o estatuto de combatente aprovado na Assembleia da República pela bancada da Frelimo que detém maioria parlamentar e não tem oposição em número que a possa contrariar.
Os desmobilizados alegam que o referido estatuto é discriminatório e favorece os combatentes de libertação nacional com vínculo histórico ao regime do partido Frelimo, mas discrimina todos os outros grupos de antigos combatentes.
Do grupo liderado por Hermínio dos Santos, que tem estado nas ruas, fazem parte 13 mil desmobilizados provenientes tanto das hostes da Frelimo como da Renamo, e ainda ex-milicianos, antigos membros de grupos de vigilância, naparamas, viúvas e órfãos de combatentes de guerra falecidos durante e depois da guerra, entre outros.
Os desmobilizados já descartaram qualquer diálogo que não seja com o presidente da República, Armando Guebuza, ou com primeiro-ministro, Aires Ali.
Para o Fórum dos Desmobilizados de Guerra, “estranho continua a ser a atitude do Governo que não quer dialogar com pessoas que fazem parte da sociedade moçambicana”.
Acusam o Governo moçambicano de estar a tentar aldrabar e a dividir os desmobilizados para estes não continuarem a reivindicar os seus direitos.
O executivo do presidente Armando Guebuza, para além de estar em confronto com os desmobilizados de guerra, enfrenta desde há muito uma outra reivindicação dos madjermanes (ex-regressados da Alemanha) que dizem que lhes foram roubadas, pelos sucessivos governos da Frelimo, as suas pensões de reforma para que descontaram durante quase 15 anos durante o período em que estiveram na Alemanha do leste antes da queda do Muro de Berlim. (Bernardo Álvaro)
Imagem: O líder do Fórum dos Desmobilizados deMoçambique, Hermínio dos Santos, ...
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