Maputo (Canalmoz) – A senhora de cerca de 75 anos que foi raptada na última quarta-feira continua nas mãos dos sequestradores apesar de já ter sido desembolsado o valor de 60 milhões de meticais acordado com os raptores, contra os 100 milhões inicialmente requeridos pelo gang.
Quando tudo era suposto estar resolvido e a senhora libertada, os sequestradores decidiram subir a exigência para 20 milhões de USD, contaram ao Canalmoz várias fontes da comunidade Ismaelita de que é líder espiritual Sua Alteza Aga Khan e tem o seu templo principal em Moçambique, no cruzamento das Avs. Abert Luthuli e 24 de Julho, em Maputo.As fontes da comunidade ismaelita indicaram ao Canalmoz que a senhora que até ao fevcho desta edição ainda se encontrava nas mãos dos raptores, é da família dos proprietários das empresas Africom, Delta Trading e Sasseka.Estas mesmas fontes confidenciaram-nos que a Rede Aga Khan já terá deliberado que não será pago qualquer valor extra de resgate e terá também enviado uma carta ao governo a pedir a sua intervenção na resolução do problema. Oficialmente nenhuma fonte da Rede Aga Khan confirmou estes dados mas os vários elementos da comunidade ismaelita asseguram-nos que a comunidade está muito perturbada e são estas as informações de que dispõe.A carta terá sido entregue ao Governo na sexta-feira pelo presidente da Rede Aga Khan, Nazim Amad, segundo nos confidenciaram várias fontes da comunidade ismaelita. Logo após o rapto o marido da senhora que se encontra ainda em parte incerta apresentou queixa formal à Polícia e a PRM acabou por confirmar a ocorrência, apesar de lá para cá as informações serem escassas.As várias fontes ismaelitas a que recorremos dizem-nos que está a ser equacionada a possibilidade das empresas de membros da família da senhora sequestrada virem a encerrar enquanto o caso não tiver desfecho. Um movimento de solidariedade dos restantes empresários da comunidade ismaelita em Moçambique admite vir a fazer o mesmo.Esta comunidade é responsável por uma importante rede comercial no país que se encerrar poderá causar uma grande perturbação no abastecimento de bens alimentares essenciais à população.A falta de esclarecimentos oficiais sobre a onda de raptos no país, que se intensificou nas últimas semanas, está, entretanto, a provocar uma onda de especulações que transformam o cenário já de si bastante grave, em algo ainda mais perturbador.Há ainda informações a correr que indicam que os bancos não têm liquidez para satisfazer a demanda dos familiares das vítimas que possuem recursos suficientes para poderem resolver os problemas com que estão a ser confrontados.(Fernando Veloso)
Imagem: Raptos continuam em Maputo. Polícia patrulha as ruas da capital moçambicana
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