CONFÊRENCIA DE IMPRENSA DO PRESIDENTE DA
UNITA
Senhoras e senhores jornalistas
Angola,
nosso belo país, optou em 1991 pelo regime democrático e pelo respeito pelo
império da lei.
In
Club-K.net
Nas
sociedades democráticas, as eleições marcam o momento supremo do exercício da
soberania popular, elemento fundamental para a legitimação do exercício do
poder político. A história eleitoral de Angola está marcada por processos
viciados que não respeitaram nem refletiram a vontade soberana do povo.
Para as eleições gerais de 2012, os angolanos querem finalmente um processo eleitoral livre, justo e transparente, que seja organizado no estrito respeito pela lei. Ontem, o Comité Permanente da Comissão Política da UNITA reuniu extraordinariamente em Luanda, para análise da situação política do país em particular do processo eleitoral.
No decurso da discussão da Agenda, o Comité Permanente reiterou as suas posições anteriormente levadas ao conhecimento público e defendidas na Assembleia Nacional pelo Grupo Parlamentar da UNITA e que são as seguintes:
a) O concurso curricular com base no qual o Conselho Superior da Magistratura Judicial designou a Dra. Suzana Inglês para o cargo de Presidente da CNE, está ferido de ilegalidade pelo facto de o júri ter actuado com parcialidade sustentada em erros nos pressupostos de facto e de direito, porquanto não observou os termos legais estabelecidos pelo Decreto Presidencial nº 102/11 para efectivação do concurso nem os termos estabelecidos na lei orgânica das eleições gerais (lei 36/11) para a designação do juiz que deve servir de Presidente da CNE.
b) O acto administrativo praticado pelo CSMJ, ofendeu os princípios da legalidade, da justiça, da imparcialidade e da prossecução do interesse público, sendo, portanto, inválido, por vício de violação de lei e dos procedimentos.
c) Apesar das reclamações feitas pela UNITA e pelo PRS, os órgãos competentes do Estado não estão a emprestar ao processo de recurso contencioso a celeridade que o interesse público impõe. Se em menos de um mês, estes mesmos órgãos abriram e conduziram um concurso (por sinal cheio de irregularidades), escolheram uma pessoa que não reúne os requisitos legais e publicaram a sua decisão, antes de produzir a respectiva fundamentação;
O interesse público exige também que as eleições sejam convocadas depois de dirimidos todos os conflitos pendentes, num ambiente de absoluta estabilidade política. Ora, a serem realizadas em 31 de Agosto, as eleições gerais de 2012 devem ser convocadas até 31 de Maio. É, pois, imperativo que os órgãos competentes contribuam para a estabilidade necessária resolvendo com celeridade todos os processos pendentes.
O
Comité Permanente da Comissão Política da UNITA considera que o acto praticado
pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial compromete seriamente a
transparência do processo eleitoral e, por conseguinte, o direito que os
angolanos têm de participar em eleições justas, democráticas e imparciais,
organizadas conforme a Lei, e constitui um grave precedente para os demais
actos do processo eleitoral.
Nesta conformidade, o Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, decidiu convocar para sábado, dia 19 de Maio, em todo o país e junto de algumas embaixadas de Angola no estrangeiro, a realização de uma manifestação pacífica para exigir a realização de eleições livres, justas e transparentes.
Nesta base, o Comité Permanente da Comissão Política convoca todos os membros e militantes a UNITA para participarem massivamente neste acto de cidadania.
Convida todos os outros angolanos a participar igualmente nessa manifestação, independentemente da filiação partidária ou da sua função social.
Trata-se de uma manifestação pacífica em defesa da paz e da democracia, pelo que ninguém precisa ter medo. Venham todos. Já escrevi ao Ministro do Interior e vou falar com ele para solicitar o engajamento da Polícia Nacional para a defesa da legalidade e a proteção dos cidadãos, que é, aliás, a sua missão, nos termos da lei.
A UNITA saúda todos os servidores públicos do Estado angolano, em especial os enfermeiros, que celebram amanhã o seu dia, os professores, os soldados, os membros da Polícia Nacional e todos os oficiais e agentes das forças de defesa e segurança que defendem a democracia e o Estado de direito consagrados na Constituição da República de Angola.
A UNITA considera todos esses agentes como servidores da nossa Pátria comum, filhos do povo e amigos do povo, e exorta-os a colocarem-se sempre do lado do povo, da lei e da justiça.
Luanda,
11 de Maio de 2012
O Comité Permanente da Comissão Politica da UNITA
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