Maputo (Canalmoz) – Militares da SADC, que
participam da conferência internacional sobre HIV/SIDA nas Forças Armadas,
propuseram a introdução da obrigatoriedade do teste de HIV/Sida a nível das
suas corporações. Defenderam que a proposta surge pelo facto de a maior parte
das mortes que ocorrem nas Forças Armadas a nível da SADC estar directamente
ligada ao HIV/Sida. Na conferência que deverá terminar amanhã, quinta-feira,
participam para além de militares, médicos e representantes de governos da
SADC, com maior destaque para representantes da Organização Mundial da Saúde.
A maioria dos defensores desta proposta alega
que a obrigatoriedade de realização do teste HIV/SIDA permitirá aos países
terem uma base de dados sobre o índice de militares infectados. E
posteriormente poder-se-ão desenhar estratégias possíveis para combater esta
doença e garantir que a casa castrense esteja fisicamente preparada para
responder a quaisquer eventuais situações de emergência de guerra. Outros
participantes consideraram a proposta exagerada alegadamente porque deixaria as
pessoas inconformáveis e poderia suscitar um ambiente de discriminação para com
os militares descobertos que estejam infectados.
Falando na ocasião, o vice-ministro da
Defesa, Agostinho Mondlane, reconheceu o elevado índice de morte causada por
esta doença no país, concretamente entre os militares. Mas, Mondlane prometeu
levar a proposta a debate entre o governo e os próprios militares.
Para Mondlane é altura de os próprios
militares reconhecerem que mais do que uma responsabilidade individual, fazer
teste também envolve uma responsabilidade colectiva dado que a sua condição de
doentes pode também afectar a sua vida Professional e subsequentemente o país.
“Temos assistido a casos de militares que já
não conseguem fazer certos exercícios militares porque estão fisicamente
abatidos devido ao HIV/SIDA, situação que constitui uma ameaça à integridade
territorial em caso de guerra. Mas recusam-se a assumir-se para que o
ministério possa ajudá-los, situação que dificulta o controlo da situação”,
concluiu Mondlane.
Sipho Mandawa, representante do Ministério da
Defesa da África de Sul, defende que uma das estratégias para se combater o
HIV/SIDA nos militares seria necessariamente que os países africanos criassem
condições de modo a garantir uma cesta básica forte para os militares
infectados pelo HIV/SIDA de modo a garantir a sua condição física forte.
Mandawa revelou a experiência do seu país e
disse que os militares têm sido as primeiras pessoas a aderirem aos testes, de
forma deliberada. No entanto, para esta fonte a proposta para que se torne
obrigatório o teste de HIV/SIDA, mais do que permitir passar a ter uma base de
dados, criaria um ambiente de tensão. Salientou, entretanto, que sujeitar-se ao
teste é acima de tudo uma questão de responsabilidade individual. (António Frades)
Imagem:
... o teste, deixando claro assim que só você deverá ficar
sabendo do ...
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