domingo, 13 de maio de 2012

TPA hostiliza Manuel Vicente



Lisboa –  As questões bastantes frontais   colocadas  ao Ministro da Coordenação Econômica,  Manuel Vicente por  jornalistas   da  TPA e RNA,  a margem da recente  apresentação,  do balanço da actividade do executivo, esta a ser  interpretada  como   decorrente de antipatias que a ascensão   do ex - PCA da Sonangol  esta a  criar  dentro do MPLA.

Fonte: Club-k.net
Embaraçaram-lhe com tema de corrupção
Naquela  manha, do dia 10 de Maio,  logo após  o governante  ter  terminado com a leitura do resumo do relatório de 86 paginas  do   balanço  trimestral, anunciou a sua  disposição para responder às eventuais perguntas que os  Jornalistas  quisessem  fazer sobre a matéria. Em reação,  dois jornalistas da RNA e  de seguida  um da TPA, meteram-se na frente colocando-o  questões  embaraçadoras  que  dificilmente  direcionariam  a um membro do regime.

Aparentemente mergulhado  na  mesma  onda de "hostilidade",  um outro jornalista da agência de notícias Bloomberg , Cândido Mendes  colocou  a Manuel Vicente questões  a cerca da Cobalt,  a  empresa americana ao qual o seu  nome  (e do  general “Kopelipa”)  tem sido apresentado  como parte de um escândalo de corrupção nos Estados Unidos.  Ao responder ao jornalista, o governante   terá se enervado   face ao peso das perguntas (não relacionadas ao  tema da conferência)  acabando por   endurecer  o  discurso  dando as seguintes respostas a saber:

-  “A Cobalt é uma companhia americana e tem que fazer face às leis americanas. Se achar que a sua relação em Angola prejudica de certa maneira a sua imagem, tem duas opções: Ou continua contra as regras lá fora ou sai e deixa a posição que actualmente tem em Angola”

- “Nós cá em Angola trabalhamos com leis angolanas. Os contratos que a Cobalt faz performance em Angola foram aprovados pelo Governo soberano de Angola e continuam em vigor”

- “Quem vem trabalhar com Angola tem que fazê-lo em obediência às  leis angolanas. Estes recursos são de Angola e cabe a nós fazer uso e não o contrário”

-  “Tudo que está a ser feito em Angola é com autorização do Governo de  Angola e dentro do quadro legislativo angolano”

O sentimento  de  “hostilização”   a Manuel Vicente por parte da imprensa estatal foi pela primeira vez sentido  numa conferencia de balanço da actividade do executivo  encabeçada por Carlos Feijó, em Abril de 2010. Na altura, uma  veterana jornalista da Angop, “Xana” Aragão  pediu  esclarecimento de como ficava  os 10% de acções da Sonangol Holding que estariam  em nome de Manuel Vicente, conforme denuncias do activista Rafael Marques. (Semanas depois a jornalista foi proibida pela direcção da Angop de  participar em conferencias de impressa tendo mais tarde sido reabilitada por pressão da OMA).

A  “hostilização”  ao ministro  que se estendeu aos órgãos de comunicação do regime, acentuou-se  após surgirem noticias de que estaria a ser preparado como sucessor de José Eduardo dos Santos na presidência de Angola.

Manuel Vicente  que é  engenheiro eletrônico de formação foi durante muito tempo visto como um  exemplar/respeitado gestor enquanto PCA da Sonangol, porém a sua imagem ficaria fragilizada após a circulação de denuncias  sobre praticas  imorais   que em condições normais levaria a sua expulsão da função pública e o cumprimento   de  oito anos de cadeia, a luz dos artigos 318º a 323º do Código Penal, para os quais a Lei dos Crimes contra a Economia (Lei nº 13/03) remete juízo. (In  Presidência da República: O Epicentro de Corrupção em Angola - Rafael Marques)

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