Lisboa – As questões bastantes
frontais colocadas ao Ministro da Coordenação Econômica,
Manuel Vicente por jornalistas da TPA e RNA, a
margem da recente apresentação, do balanço da actividade do
executivo, esta a ser interpretada como decorrente de
antipatias que a ascensão do ex - PCA da Sonangol esta
a criar dentro do MPLA.
Fonte: Club-k.net
Embaraçaram-lhe com tema de corrupção
Naquela
manha, do dia 10 de Maio, logo após o governante ter
terminado com a leitura do resumo do relatório de 86 paginas
do balanço trimestral, anunciou a sua disposição para
responder às eventuais perguntas que os Jornalistas quisessem
fazer sobre a matéria. Em reação, dois jornalistas da RNA e de
seguida um da TPA, meteram-se na frente colocando-o questões
embaraçadoras que dificilmente direcionariam a um
membro do regime.
Aparentemente mergulhado na mesma onda de "hostilidade", um outro jornalista da agência de notícias Bloomberg , Cândido Mendes colocou a Manuel Vicente questões a cerca da Cobalt, a empresa americana ao qual o seu nome (e do general “Kopelipa”) tem sido apresentado como parte de um escândalo de corrupção nos Estados Unidos. Ao responder ao jornalista, o governante terá se enervado face ao peso das perguntas (não relacionadas ao tema da conferência) acabando por endurecer o discurso dando as seguintes respostas a saber:
- “A Cobalt é uma companhia americana e tem que fazer face às leis americanas. Se achar que a sua relação em Angola prejudica de certa maneira a sua imagem, tem duas opções: Ou continua contra as regras lá fora ou sai e deixa a posição que actualmente tem em Angola”
- “Nós cá em Angola trabalhamos com leis angolanas. Os contratos que a Cobalt faz performance em Angola foram aprovados pelo Governo soberano de Angola e continuam em vigor”
- “Quem vem trabalhar com Angola tem que fazê-lo em obediência às leis angolanas. Estes recursos são de Angola e cabe a nós fazer uso e não o contrário”
- “Tudo que está a ser feito em Angola é com autorização do Governo de Angola e dentro do quadro legislativo angolano”
O sentimento de “hostilização” a Manuel Vicente por parte da imprensa estatal foi pela primeira vez sentido numa conferencia de balanço da actividade do executivo encabeçada por Carlos Feijó, em Abril de 2010. Na altura, uma veterana jornalista da Angop, “Xana” Aragão pediu esclarecimento de como ficava os 10% de acções da Sonangol Holding que estariam em nome de Manuel Vicente, conforme denuncias do activista Rafael Marques. (Semanas depois a jornalista foi proibida pela direcção da Angop de participar em conferencias de impressa tendo mais tarde sido reabilitada por pressão da OMA).
A “hostilização” ao ministro que se estendeu aos órgãos de comunicação do regime, acentuou-se após surgirem noticias de que estaria a ser preparado como sucessor de José Eduardo dos Santos na presidência de Angola.
Manuel Vicente que é engenheiro eletrônico de formação foi durante muito tempo visto como um exemplar/respeitado gestor enquanto PCA da Sonangol, porém a sua imagem ficaria fragilizada após a circulação de denuncias sobre praticas imorais que em condições normais levaria a sua expulsão da função pública e o cumprimento de oito anos de cadeia, a luz dos artigos 318º a 323º do Código Penal, para os quais a Lei dos Crimes contra a Economia (Lei nº 13/03) remete juízo. (In Presidência da República: O Epicentro de Corrupção em Angola - Rafael Marques)
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