A Halliburton iniciou recentemente uma investigação
interna sobre as suas operações em Angola, devido a indícios de que a sua
representação tenha feito pagamentos ilícitos a intermediários angolanos.
Baseada no Texas, a multinacional é uma das maiores
empresas mundiais de prestação de serviços para a indústria petrolífera. As
autoridades norte-americanas já notificaram judicialmente a Halliburton a
prestar informações sobre o caso, sob suspeita de violação das leis
anti-corrupção dos Estados Unidos da América.
A investigação resulta de um email anónimo que
denunciava alegados actos ilícitos praticados pela empresa e um intermediário
angolano, incluindo a práctica de self-dealing e conflitos de interesse.
O anúncio feito pela Halliburton, na semana
passada, reconhece que outros alegados actos de corrupção, em Angola, se
encontram sob investigação. “Comunicámos ao Departamento de Justiça e à entidade
reguladora Comissão de Valores Mobiliários (Securities and Exchange
Commission) que iniciámos investigações adicionais sobre pagamentos feitos
a intermediários relacionados com matérias alfandegárias em Angola”, disse um
representante da Halliburton.
Não é a primeira vez que a empresa se
encontra em maus lençóis com a justiça. Em 2009, a Halliburton e a KB&R,
sua subsidiária na altura, concordaram pagar US $579 milhões num caso de
corrupção envolvendo um contracto para extracção de gás natural na Nigéria. O
caso envolveu o alegado pagamento de subornos a intermediários e representantes
governamentais nigerianos num valor superior a US $180 milhões.
A Halliburton esteve também envolvida em
controvérsia devido às suas ligações ao antigo vice-presidente norte americano
Dick Cheney (presidente da empresa entre 1995 e 2000) e ao seu envolvimento na
guerra do Iraque, durante a qual obteve contractos bilionários de prestação de serviços
sem qualquer concurso público.
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