quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Discurso de Isaías Samakuva na abertura da campanha eleitoral do seu partido


Luanda – Integra do discurso proferido nesta segunda-feira, 31, em Viana, pelo presidente da UNITA, Isaías Samakuva, na abertura da campanha eleitoral do seu partido, durante a qual foram apresentados o seu "Estado Maior" e lideranças dos partidos políticos apoiantes da sua campanha eleitoral.

Fonte: Club-k.net
Caras Angolanas e Caros Angolanos,

Iniciamos hoje a campanha eleitoral mais importante da história do nosso País. Venho aqui hoje a Viana para vos dizer que a Democracia está finalmente chegar a Angola. Venho aqui hoje para vos trazer uma mensagem de esperança. Venho aqui para vos pedir que acreditem que o sonho que temos há mais de 30 anos se vai cumprir. Agora não é a hora de desistir.

Agora é a altura de acreditarmos. Porque todas as utopias são possíveis se houver quem as concretize. Se houver quem as cumpra contra quem as rouba descaradamente – aos olhos do Povo e do Mundo - há demasiado tempo. Nós acreditamos no florescimento do nosso País pela via Democrática. Nós acreditamos no nosso Povo – em vocês, em nós todos – acima de tudo.

Nestes quilómetros que fizemos até aqui, tivemos a oportunidade de ver as crianças a brincar pelas ruas, os velhos e os jovens. Vimos a matéria de que é feita Angola e as gentes com quem podemos construir um País Democrático de todos e para todos os Angolanos. Os Angolanos não têm de ser pobres. Não têm de nascer condenados à miséria, num país tão rico como o nosso. Há outro caminho. Há outra alternativa para melhorar as nossas vidas e fazer progredir o nosso País. Vocês são chamados a tomar esse caminho.

Quase metade da população angolana vive abaixo do Limiar da Pobreza. O nosso País é muito rico, mas os angolanos são muito pobres. Boa parte vive ainda na miséria. Não podemos continuar a aceitar essa realidade. Temos de estar Unidos na Mudança.

O Governo da UNITA vai lutar contra a pobreza. Criaremos um programa autónomo, integrado e descentralizado que irá atacar as causas da pobreza em todas as suas dimensões. Tanto nas aldeias como nas cidades. A luta contra a pobreza será uma prioridade absoluta e necessariamente cumprida para formar as bases para uma democracia consciente e saudável. Um Povo com Fome não é verdadeiramente livre. Um Povo com fome está condicionado pelos interesses dos poderosos.

Não aceitamos que num País com tantas riquezas e que tantos milhões de barris de petróleo produz por mês, boa parte dos seus cidadãos morram de fome. Não aceitamos isso porque boa parte das razões de tanta fome e má nutrição são mais políticas do que económicas. Não aceitamos, não aceitaremos mais isso! Os angolanos continuam a sofrer várias décadas após a independência do País. E só Povo pode mudar isso. A mudança implica união e vontade. E o Povo está unido e quer mudar.

Faremos com que o dia 31 de Agosto seja um dia que fique para sempre nos compêndios de história de Angola e do Mundo. No dia 31, o Povo angolano vai dar uma lição de perseverança e democracia às restantes Nações do Mundo Moderno. No dia 31, o Povo vão mostrar ao mundo que a democracia chegou finalmente a Angola. Nesse dia, começará o nosso caminho para a terra que nos prometeram há 30 anos.

Os índices de pobreza extrema aumentam da mesma forma que aumenta a corrupção num País que não é verdadeiramente democrático. Apesar do poder ter sido tomado por um conjunto de dirigentes ligados ao partido no Governo que repartem entre si os recursos do país, Angola não é dos ricos e dos privilegiados. Angola é de todos. Angola é nossa!

A vida em Angola pode ser diferente. Um País como o nosso e um Povo com tantas qualidades tem o potencial de construir uma das economias mais fortes do Mundo. Um Povo como o Angolano conseguirá conquistar melhores índices de qualidade de vida. Angola espera por isso há demasiado tempo.

Por isso, vamos colocar em marcha a criação do Programa Nacional de Combate à Pobreza. Será um programa autónomo, integrado e descentralizado que terá pelo menos a mesma proporção de verbas financeiras que o Orçamento Geral do Estado Angolano afecta actualmente para as actividades militares de Defesa e Segurança Nacionais.

Os verdadeiros inimigos de Angola e de seu Povo são a falta de água potável, a doença, a falta de emprego, a falta de esgotos, a educação de baixa qualidade, a fome, o paludismo, a miséria, o crime e a violência. É contra esses inimigos do Povo Angola que vamos mobilizar todas as forças. E não tenham dúvidas. Vamos derrota-los com as mesmas forças inabaláveis com que vamos vencer no dia 31. A vitória é nossa Unidos na Mudança.

O Povo é pobre e mal alimentado porque é roubado todos os dias pela corrupção de alguns poucos senhores que tomaram de assalto o que é de todos. Tomaram de assalto o que é do Povo. A corrupção é inimiga da Democracia. É uma ameaça a toda a sociedade angolana, ao seu desenvolvimento e ao seu futuro sustentável.

Sonho com um País onde a Democracia é um direito de todos e onde a corrupção é travada todos os dias pela Liberdade, pela Justiça, pela igualdade e pela transparência. Sonho com um País livre, com um País de todos os angolanos. Sonho com uma Angola Democrática. E a única coisa entre o meu sonho, o nosso sonho, e nós são as eleições de dia 31. Eleições livres e democráticas que vamos vencer. Não há más artes que calem a voz do Povo e a Voz da Liberdade e Democracia.

O Governo da UNITA vai apresentar medidas e soluções para dissuadir a corrupção. O combate à corrupção é determinante para o futuro do nosso País e a UNITA vai liderar essa luta. Vamos prestigiar a vida pública, a vida política e a vida empresarial.

Como é que é possível que o actual Governo, no poder há mais de 30 anos, não diga ao seu Povo o que faz com o dinheiro que vem do petróleo? Nem sequer quanto ganha com isso e quanto gasta. Para quem vai isso se as ruas de Angola são habitadas por tantos pobres? Para quem vai esse dinheiro se as nossas crianças têm uma péssima educação, são mal alimentadas e têm maus cuidados de Saúde? Para quem?
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