Lisboa – Deram certas as estimativas
segundo as quais a entrada de um novo Conselho de Administração da TPA,
sob dependência de Manuel Rabelais comprometeria o processo
eleitoral angolano ao dar tratamento desigual aos
partidos que concorrem as eleições de 31 de Agosto.
Fonte: Club-k.net
Oposição sugerida a protestar discriminação da TV
Na manha de
segunda- feira (31) a TPA interrompeu um dos seus programas da manha, o
“10:12” para passar em directo a campanha do MPLA que decorria no
município de Viana. A televisão pública dedicou 10 minutos de
tempo a falar do partido no poder e a passar o discurso do seu líder José
Eduardo dos Santos. Logo a seguir passou uma matéria com a abertura da campanha
do partido UNITA também no município de Viana tendo dedicado 3 minutos.
No meio da reportagem a TPA cortou o som deixando apenas imagens a rolar.
Outro detalhe verificado foi ao ângulo de filmagem do camara-men. Nas imagens do MPLA, os reporteres filmaram de uma certa altura que permitiu ter apreciação da dimensão da multidão no comício e de ver as pessoas no “background” causando a impressão de um mar de gente. Na matéria do maior partido da oposição, a TPA captou as imagens num ângulo baixo que ocultasse ou não permitisse contabilizar o numero de presentes no recinto onde decorria a atividade política do partido de Isaías Samakuva.
No noticiário da noite (Telejornal), a TV angolana passou intervenções de propaganda política a margem de uma reportagem sobre a chegada do comboio ao Luena. Na matéria as entidades apareceram trajadas com os símbolos do MPLA, numa ação em que se misturava actividade governamental com partidária.
Logo a seguir a televisão então voltou a passar reportagens sobre a campanha eleitoral dos partidos iniciando com o MPLA a quem deu 9 minuto de tempo. A reportagem foi repartida em duas. A primeira parte que iniciou das 20h14, apresentaram o líder do partido no poder a fazer a sua intervenção de 4 minutos numa matéria conduzida pelo jornalista Gonçalves Inhanjika. A segunda reportagem assinada por João Ligío foi dedicada a entrevistas e ao espaço cultural da atividade do MPLA. Peça jornalística terminou as 21h23.
A cada momento da
reportagem, os técnicos da TPA passavam imagens da multidão como se
desejassem propagar o numero de participantes na actividade
política-cultural.
Depois do espaço
dedicado ao MPLA, o telejornal passou uma reportagem da actividade
da UNITA, que durou 3 minutos. Os dois primeiros minutos foram
dedicados a extratos do discurso do líder deste partido e a segunda
parte que durou um minuto colocaram o Secretario provincial do “Galo Negro”,
Liberty Chiaka, a falar sobre democracia.
Respeitante a CASA-CE, foi dado 4 minutos. Nos dois primeiros passaram parte de uma intervenção de Abel Chivukuvuku e os outros dois minutos dedicados a inauguração da sede da referida coligação em Luanda.
De um momento geral o tempo que o telejornal dedicou aos partidos são os seguintes:
MPLA – 9 minutos
UNITA – 3 min
CASA-CE – 4 min
Nova Democracia – 2 min
CPO – 1 min
FUMA – 2 min
UNITA – 3 min
CASA-CE – 4 min
Nova Democracia – 2 min
CPO – 1 min
FUMA – 2 min
Os partidos políticos da oposição estão a ser apelados a fazer registro do favorecimento que a televisão publica presta ao MPLA, no sentido de proceder com queixa junto a CNE ou ao Tribunal Constitucional visto que um dos requisitos para se considerar eleições livres e justas esta relacionado com o tratamento dado pela media.
Reagindo contra a discriminação da TPA, o político Filomeno Vieira Lopes do BD, reagiu nas redes sociais sugerindo que “Os candidatos a presidente devem juntar-se e fazer um protesto comum. Se não forem capazes de propor a CNE regras”
Por outro lado, segundo o também economista “todos os cabeças devem ter protecção igual ao PR pois são potenciais candidatos ao cadeirão maximo e merecem toda a segurança de estado.”
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