terça-feira, 30 de junho de 2009

O Cavaleiro do Rei (31). Novela


- Vivermos sempre encerrados num castelo é viver mãe? Sempre com medo que alguém à mínima distracção nos abata? De que nos servirá o líquido negro se dentro de pouco tempo o vulcão popular o destruirá?! Note que já existem vários opositores e todos os dias aumentam. Ninguém se lembrou disso não é?! Pensavam que era tudo fácil. Escolheram o caminho errado, agora nunca mais teremos paz. Na verdade já estamos no purgatório. E isto é apenas o início. Não estamos a lutar contra animais. Estamos a lutar contra seres humanos.
- A minha filha pretende mudar o mundo? Eles já estão habituados a isso. Já nasceram escravos. Não se podem dar condições a escravos, senão revoltam-se contra o seu senhor. Não quero que isto aconteça no nosso reino.
- Não é nada disso mãe! Ontem havia ricos e pobres. Hoje há opulentos e esfomeados. Teimam que amanhã só existirão opulentos. Não entendem que isso não é possível? Não foi assim que originaram Bin Laden e a Al-Qaeda?! Os esfomeados antes de serem exterminados, imolar-se-ão num inferno jamais visto na História. Lutaram contra o colonialismo a favor do comunismo. Impuseram-nos o esclavagismo. Onde está o progresso que tanto apregoavam? Não se esqueçam que, quem com ferros mata, com ferros morre.
- Filha… naturalmente que existem classes sociais com as suas diferenças fundamentais.
- Não há diferença nenhuma. No primitivismo roubavam, no mercantilismo, comunismo, capitalismo e outros ismos roubavam. No neoliberalismo rouba-se mais que em todos os sistemas anteriores. Mas que merda de mundo é este?! Todos pensam só em roubarem? E depois? Quando não houver mais nada para roubarem? Não era melhor voltarmos ao primitivismo? Pelo menos sempre havia alguma coisa para comer. Agora, nos espaços que deveriam ser utilizados para plantar, constroem hotéis, torres, condomínios… arranha-céus. O tempo do inferno terminou. Agora estamos no purgatório!
- Minha princesa governar não é fácil.
- Pois não, governar não é dirigir guerrilheiros na mata. E contra milhões de esfomeados ninguém combate. Os jovens querem estudar, trabalhar, não conseguem. Passam fome. Têm que se revoltarem. A Humanidade ainda não saiu da selvajaria, porque continuamos a trabalhar para patrões.
- Querida filha! Não sei onde falhei na tua educação. És tão diferente da tua irmã.
- A minha irmã?! Ela tem tudo! Banca, lixo, cimentos, diamantes, telecomunicações, líquido negro etc, etc! Não sei onde ela consegue arranjar tanto dinheiro. Ela tem tudo mãe, eu não tenho nada!
- Também terás. Ainda és muito jovem. Esforça-te um pouco mais… aproveita as sobras da comunicação social estatal.
- Está bem mãe... quero fazer-te um pedido.
- O que é?
- Vou pôr vasos de flores em alguns locais.
- Só isso?! Acho muito bem minha querida ecologista.
- Gosto muito de ti mãe.

Assim que a jovem princesa saiu, a rainha sentiu as asas da sua voz e deu-lhe liberdade.

- Estou bem fodida com esta princesa. Esta menina é um novo vírus epidémico para o meu reino. Terei que apartá-la definitivamente antes que ela me tire a coroa. Enviá-la-ei para as calendas do reino Tuga. Quem sabe, lá amarre um branco que a engravide e por lá fique. Que Deus me dê a força do outro… do seu Reino.

Imagem. Angola em fotos

Guiné-Bissau. O narcoestado (2)


Pelas ruas poeirentas assomam veículos que não passam despercebidos num parque móvel de derribo como o guineense.

EL PAÍS
POR FRANCESC RELEA 28/06/2009

Kalliste, na praça Che Guevara, é um dos locais frequentados pelos amantes da ostentação no meio da miséria. À meia-noite, enquanto soa a música ao vivo, chegam carros Hummer, Porsche Cayenne, Mercedes, Audi. Últimos modelos. Do seu interior saem negros fortes ou tipos com acento latino-americano acompanhados de meninas atractivas. Alguns destes veículos dormem no hotel 24 de Setembro, com fama de ter a melhor piscina de Bissau. Aos fins-de-semana, jovens de boa planta e aprendizes de modelo passam aqui a tarde, em companhia de bom uísque, móvel na mão ante a mirada de guarda-costas. São cenas de um mundo que parece irreal, em contraste brutal com a realidade de qualquer rincão deste país maltratado.

O narcotráfico começa a ser um problema a partir de 2005, com o regresso de Nino Vieira, o grande actor político das últimas décadas que foi derrotado seis anos antes. Pescadores da região costeira de Biombo descobrem um bidão flutuando na água empurrado pela corrente. No seu interior há um pó misterioso de cor branca. Os nativos experimentam o achado: uns usam-no para emplastrar o rosto e sentem tonturas; outros crêem que se trata dum fertilizante, mas as plantas e hortaliças morrem, e incluso há os que o usam para marcar as linhas dum campo de futebol. O caso alcança amplo eco mediático quando se comprova que se trata dum bidão de cocaína extraviado dum carregamento lançado à água desde um barco.

Em finais de 2007, Carmelita Pires, ministra da Justiça da época, acode a Lisboa numa conferência internacional sobre narcotráfico e apresenta uma relação de políticos, militares e polícias da Guiné-Bissau envolvidos em actividades ilegais. "Era um trabalho sobre quem é quem", explica. Pires está ameaçada de morte.

Naquele mesmo ano, Amador Sánchez Rico, chefe do escritório da África Ocidental da Comissão Europeia, recebe uma ordem de escuta do seu chefe em Bruxelas: "Ocupa-te da Guiné-Bissau. As coisas estão-se complicando". Chegam notícias inquietantes que indicam que uma quarta parte da droga colombiana, peruana ou boliviana que se consome na Europa transita pela nova rota africana. Os informadores sobre o terreno falam de carregamentos de cocaína por mar e ar em ilhas desabitadas, em pistas de aterragem abandonadas, de aviões que lançam a carga em pára-quedas, de mulas (correios humanos) que transportam cápsulas com droga no estômago. "Há histórias de película impossíveis de contrastar", explica Sánchez Rico. As autoridades guineenses pedem ajuda, Portugal pressiona, Espanha abre embaixada e os organismos internacionais começam a reagir: Nações Unidas, União Europeia (UE), Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO)...

A antiga colónia portuguesa começou a receber periodistas em busca de histórias de narcotraficantes. Quem espere encontrá-los à volta da esquina pode levar uma tremenda frustração. O que salta à vista é um mundo de pobreza e abandono, onde a maioria sobrevive como pode. Bissau é uma cidade com a rede eléctrica destruída pela guerra de há 10 anos – tem luz quem dispõe de grupo de gerador eléctrico –, sem água corrente e, praticamente, sem rede de telefonia fixa. Uma quarta parte dos meninos morre antes dos cinco anos. Dois terços dos 1,7 milhões de habitantes vivem debaixo do umbral da pobreza. O PIB nominal per capita é de 220 dólares, entre os quatro mais baixos do mundo, segundo o FMI. O funcionamento dos hospitais depende em 90% da ajuda exterior ou de acordos para programas específicos. Os empregados públicos, com excepção dos militares, não recebem o seu salário desde Janeiro. Muitos edifícios, como o antigo palácio presidencial, exibem os destroços da última guerra (1998-1999).

O renascimento do NKVD, comissariado popular dos assuntos internos (1)


NKVD
Origem: WIKIPEDIA , a enciclopédia livre.
NKVD (russo: НКВД, Народный комиссариат внутренних дел, Narodniy komissariat vnutrennikh del; Português: comissariado popular de assuntos internos, foi a polícia secreta e política do Partido Comunista da União Soviética que foi responsável pelas políticas de repressão durante o regime de Stalin.

Ele estabeleceu o Gulag, sistema de trabalhos forçados e deportações de camponeses rotulados como "Kulaks" para regiões não habitadas do país, guarda de fronteiras, espionagem e assassinato de dissidentes políticos. Foi também responsável pela subversão de governos estrangeiros, e pela aplicação da política Stalinista nos movimentos comunistas de outros países.

Além das suas funções policiais e de estado de segurança, alguns dos seus departamentos lidavam com outras questões, como os transportes, as forças armadas, a guarda das fronteiras (Tropas de Fronteira da NKVD) e etc. Essas tarefas que eram tradicionalmente atribuídas ao Ministério do Interior (MVD).

Atividades de NKVD
A função principal do NKVD era proteger a Segurança do Estado da União Soviética. Esta função foi realizada com sucesso com a repressão política maciça.

Repressões e execuções
Sede do NKVD, posterior KGB, na Praça Lubyanka, em Moscovo
As repressões e as execussões da NKVD vão desde os inimigos do estado soviético (“inimigos do povo”), aos acampamentos do GULAG e outras às centenas de milhares de pessoas. Formalmente, a maioria destas pessoas foram condenados por cortes marciais especiais das "troikca"s de NKVD. Os padrões para se condenar alguém eram muito baixos; uma pequena informação anonima era considerada suficiente para a repressão. O uso “de meios físicos da persuasão” (tortura) foi aprovado por um decreto especial do estado, o que resultaria em abusos numerosos, documentado nas recordações das vítimas e pelos próprios membros do NKVD. Existem evidências documentadas de que o NKVD cometeu execuções extrajudiciais maciças, guiadas por “plantas secretas”. Tais plantas estabeleceram o número e a proporção de vítimas (oficialmente “inimigos públicos”) em uma dada região dada (por exemplo os clérigos, os nobres anteriores e etc.).

Um número de operações maciças do NKVD estavam relacionadas à acusação de grupos étnicos inteiros. Igualmente serviu como o braço do governo soviético para a perseguição letal do judaísmo e da igreja ortodoxa russa, os católicos gregos, os católicos Latinos, o Islão e outras organizações religiosas, uma operação dirigida por Eugene Tuchkov.

Os agentes da NKVD transformaram-se não somente em executores, mas igualmente "um dos maiores grupos de vítimas", pois a maioria da equipe de funcionários da NKVD dos anos 30 (centenas de milhares), incluindo todos os comandantes, foi executada.

Durante a guerra civil espanhola, os agentes da NKVD, atuando conjuntamente com o Partido Comunista da Espanha, exercitaram o controle substancial sobre o governo republicano, usando a ajuda militar soviética para aumentar a influência soviética. O NKVD estabeleceu prisões secretas numerosas em torno de Madrid, que foram usadas para deter, torturar, e matar centenas dos inimigos do NKVD, no início a focalização foi em nacionalistas espanhóis e em católicos espanhóis. Em junho de 1937 Andres Nin, secretário marxismo anti-estalinismo, foi torturado e matado em uma prisão da NKVD.

Também houve uma cooperação entre o NKVD e a Gestapo: Em março de 1940, agentes do NKVD e da Gestapo encontraram-se por uma semana em Zakopane, para coordenar a pacificação da Polônia. A NKVD entregou centenas de comunistas alemães e austríacos a Gestapo, assim como estrangeiros não desejados.

Durante a segunda guerra mundial, as unidades de NKVD foram usadas para a segurança de fronteiras (Tropas de Fronteira da NKVD). No território liberado o NKVD e o NKGB (mais atrasado) realizaram apreensões, deportações, e execuções maciças. Os alvos incluíram colaboradores com Alemanha e movimentos de resistência não-comunistas. A NKVD igualmente executou dez dos milhares de presos políticos poloneses em 1939-1941.

A inteligência da NKVD e a unidade das operações especiais (Inostrannyi Otdel) organizaram homicídios dos cidadãos e dos estrangeiros que foram considerados como inimigos da URSS por Josef Stalin. Entre as vítimas oficialmente confirmadas de tais lotes eram:
Leon Trotsky, um inimigo político pessoal de Stalin e seu crítico internacional mais amargo;
Boris Savinkov, revolucionário russo e terrorista;
Yevhen Konovalets, líder político e proeminente militar ucraniano;
Guy Leland, poeta subterrâneo anti-Soviete francês;

Após a morte de Stalin em 1953, o líder soviético novo Nikita Khrushchev parou as operações da NKVD. Dos anos 50 aos anos 80, as milhares de vítimas da NKVD “foram reabilitados legalmente” (isto é absolvidas e tiveram seus direitos restaurados).

Atividades de serviços secretos
Estes incluíram:
Estabelecimento de uma rede difundida do espião com o Comintern;
Penetração de serviços britânicos de inteligência (MI6) e da contra-informação (MI5);
Coleção de informação detalhada das armas nucleares dos E.U.A e da Grâ Bretanha;
O rompimento de planos para assassinar Stalin.

A NKVD e a economia soviética
O sistema extensivo de exploração no Gulag fez uma contribuição notável para a economia soviética e o desenvolvimento de áreas remotas. A colonização da Sibéria, e do Extremo Oriente estava entre os objetivos indicados a respeito dos campos de trabalho soviéticos. Funções da mineração, das obras (estradas, estradas de ferro, canais, represas, e fábricas), dentre outras formas de exploração dos trabalhadores nesses campos eram parte da economia de planeamento soviética, e a NKVD teve suas próprias plantas da produção.

A parte a mais incomun das realizações da NKVD era seu papel na ciência soviética e no desenvolvimento. Muitos cientistas e coordenadores prendidos por crimes políticos foram colocados em prisões especiais, muito mais confortáveis do que o GULAG, conhecidos como sharashkas. Estes prisioneiros continuaram seu trabalho nestas prisões, quando liberados mais tarde, alguns deles transformaram-se em líderes do mundo na ciência e na tecnologia. Entre estes estavam Sergey Korolev, desenhador principal do programa soviético do foguete e a primeira missão humana do vôo espacial em 1961, e Andrei Tupolev, desenhador famoso de aviões.

Após a segunda guerra mundial, a NKVD coordenou o trabalho no armamento nuclear soviético, sob o comando do general Pavel Sudoplatov. Os cientistas não eram prisioneiros, mas o projeto foi supervisionado pelo NKVD por causa de sua grande importância e pela exigência da segurança e do secretismo absolutos. Também, o projeto usou a informação obtida pelo NKVD dos Estados Unidos.
NK

Imagem: Emblema do NKVD.

Estado da Índia, 1963. Vasco da Gama



Cidade do distrito de Goa, no Estado da Índia, com a população de 27.237 habitantes, é um conjunto de edifícios dignos de nota pela sumptuosidade, entre os quais a Igreja Matriz e o grupo de instalações dos serviços do Estado.

Extensas avenidas arborizadas tornam muito aprazível esta cidade oriental, onde os jardins predominam.

Mormugão, situada à sua beira, à entrada e na margem esquerda do rio Zuari, é um dos melhores portos da costa do Malabar.

Quanto à paisagem, Vasco da Gama oferece alguns locais que satisfazem os gostos mais exigentes.

In Agência Portuguesa de Revistas. 1963

segunda-feira, 29 de junho de 2009

A Epopeia das Trevas (20)


A rabugice da idade anciã sem cidadania também se desabriga.
- A luz da terra prometida tarda. Não podemos conservar comida. Arrancámos só alguns eucaliptozinhos para apoiar a nossa deglutição.
- Os nossos venerandos amigos chineses instalaram os cabos eléctricos. Acabaram o trabalho, os Órfãos roubaram tudo. Acabou-se a celestial iluminação.
- Ser independente é o quê?! Escravos independentes é o quê?! Somos escravos, donos do nosso destino… como os cães.

A informação disseminava a antologia da cólera. Os Jingola sem luz, sem dinheiro para pilhas, não tinham acesso às ondas de Hertz. O tempo colava-se, escoava-se na atenção constante do vender subserviente. A cólera impava pela atenção emprestada. Os direitos de superfície catapultavam longânimes. A principesca informação minoritária aplaudia o defeso contra os desterrados. No fim do dia a fome em sociedade com a morte cobra a dívida, faz o balanço da mortandade. Os números mortais das epidemias, das fomes, deixaram de impressionar. Deixam motivos para a soberba se alegrar. Muitos rios a reinar, muita água, muita gente a morrer de cólera, porque não tem água. Aprofundam-se as caves do poder mas, temos fórmulas para o deter.

Junto do banco de urgência do hospital, as pessoas abandonadas pela independência aguardam pelos seus familiares doentes. Dormem dementes, dependentes do chão, em papelões. Produzem aparas, restos de comida, fezes, urina. É que reconstruíram o hospital, esqueceram-se dos sanitários externos. O administrador desata-se:
- Já lhes disse para saírem daqui. Parece-me que são surdos, ou simulam. Todos os dias nisto… já estou cansado. Não sei que gente é esta, quanto mais lhes falamos, fazem pior. A nossa população não está preparada para viver em sociedade. Nem com um exército de seguranças consigo impor-me.

Ruas com condutas de água rebentadas, jazem concorrência desleal aos reservatórios de água instalados no céu. Se acabassem os charcos, lagos imundos, ruas lamacentas, purulentas, as crianças ficariam infelizes, sem estes jardins infantis. Ilhadas, neste campo bem concentradas.

Chove, as pontes paliativas desabam e reinauguram-se. A travessia do negócio é ágil. Quando passar pelo grande esgoto, estarei mais ou menos a meio do caminho até Tule, ali para os lados de Viana.
Algumas zungueiras desesperadas movem a leveza das bacias vazias.
- Ai minha irmã!.. que será de nós. Os lagos onde sai o cacusso… o peixe, estão contaminados com a cólera. Vamos passar fome!
- É mentira deles, querem roubar-nos o negócio.
Disfarçam a tristeza com caudais de risos naturais, sem beneplácito. De repente desencaixam-se, piram-se, entrecruzam-se. A fuga de novos rumos desperta. A tenaz da conspícua lei do Politburo acerca-se. As sobras dos seus panos arrastam-se pelo chão. Na atrapalhação as crianças são atiradas de qualquer maneira para as costas. As bacias e as chinelas parecem fugir-lhes das mãos e dos pés. Uma nuvem de poeira misturada com lixo levanta-se. Parece um ciclone ou um tremor de terra. Fiscais e polícias trazem a aparição da grei triunfal… a perseguição.

Elas usaram um estratagema surpreendente. Discorreram, correram para um lago da chuva. Pararam quando a água lhes subiu por cima dos joelhos. Estavam… como se aguardassem o baptismo no rio Jordão. Os filhos às costas, as bacias nas cabeças, olhavam sorridentes, desafiadoras. Estavam num excelente refúgio. A fiscalidade e os polícias desistiram, sem coragem para a aventura. Receavam baptismo de água impura.

Imagem: Angola em fotos

O Planeta dos Macacos (fim)


Miguel, 19/05/09 11:02
Há aqui vários comentários de baixo nível, o português muito gosta de cuspir no prato onde comeu e espetar a faca na mão que dá de comer, que seria de empresas, como a Soares da Costa, Mota-Engil ou da Teixeira Duarte, só para citar algumas, sem o mercado angolano? Deixem lá a Isabel em paz, se ela é o que é, é graças a sua inteligência e a sua capacidade de trabalho.
Diário Económico

Sinopse: Em 2009, Leo Davidson chega em um planeta habitado por macacos, onde os humanos são os "animais" e lutam pela sobrevivência. Mas Leo também é feito de escravo e tenta formar um grupo e iniciar uma revolução, que ameaçará o poder dos macacos.
http://www.cineplayers.com/filme.php?id=504


Vejo no terreno que este colonialismo negro ultrapassa em maldade o seu congénere que foi o do branco.

Nunca, jamais deveríamos ter permitido que a ignorância tomasse o poder.

Claro que é fatal. Ao alterar, ao violar a constituição, Angola, tal como os seus homólogos da banda, desliza, mergulha para o caos político, económico e social. Mas, não surpreende. Tal como os pares similares, o mais importante é a barbárie, o sangue, a fome e a miséria totais. A regressão é certa, o futuro arrasador, é a desesperança.

A África está sempre em revoluções permanentes. Quem investe arrisca-se a ficar sem nada. Fica com alguns destroços carbonizados.

No fundo, o que se passa com a destruição sistemática de habitações pelo GPL, e as famílias deportadas… estamos em presença de outro 27 de Maio.

Terá que ser uma nova geração de angolanos a resolverem os problemas de Angola, que são incontáveis. Da geração actual e nos partidos políticos e intelectualidade ninguém... quase nada tem proveito. Nem as palavras porque só palavras, acções… nenhumas.

Imagem: http://www.cineplayers.com/filme.php?id=504


História Universal (14). A fundação de Roma


No século VIII uns grupos olmecas procedentes da zona de Veracruz instalaram-se em novos povoados, o mais importante dos quais foi Monte Albán.

CARLOS IVORRA

Estes foram a origem da cultura Zapoteca. Realizaram construções em pedra, desenvolveram a numeração, a escrita hieroglífica e o calendário. Em Monte Albán os zapotecas construíram uma enorme praça limitada ao norte e ao sul por plataformas elevadas, enquanto que nos outros dois lados havia templos e outras construções. No centro se alça uma fileira de templetes. A plataforma norte abre-se ao exterior mediante uma ampla escalinata e um pórtico de doze colunas de dois metros de diâmetro. Na plataforma sul levanta-se uma grande pirâmide. No lado oeste alça-se o Templo dos Dançantes, que é a parte mais antiga da cidade.

Os celtas povoavam já o norte da Espanha, com o que a cultura indo-europeia se estendia ao largo de toda a Europa. Ali se misturaram com a população indígena, os Iberos. Os celtas usavam flechas, hondas, espadas curtas de ferro e uma espécie de alabarda. Rendiam culto a Lug (o Sol), Taranis, (o raio) e a muitos outros deuses, até cerca de 400. Os seus sacerdotes, os druidas, tinham fama de bons médicos. Eram bons agricultores e amigos das novidades. Cuidavam a forma física e praticavam o desporto. Não tinham estruturas políticas à grande escala. Cada clã estava governado por um chefe e a chefia a herdava o primogénito. Os outros filhos tinham que emigrar para assentarem em novos territórios. Talvez por isso foram o povo indo-europeu que mais se estendeu pela Europa.

Os historiadores antigos dizem que os iberos eram de mediana estatura, morenos e esbeltos. Muito cavalheiros, leais e de carácter indomável, muito bons guerreiros. Também dizem que eram indolentes e preguiçosos, e odiavam todo o estrangeiro. As tribos iberas agrupavam-se em diminutos estados monárquicos ou republicanos. Habitavam povoados construídos em lugares altos e muito fortificados. Mas a cultura mais importante na península ibérica seguia sendo os Tartesos, ao sul, debaixo da influência fenícia.

Entretanto, em Itália coexistiam duas coalizões rivais de cidades-estado: Etrúria ao noroeste e o Lácio imediatamente ao sul. O resto da península itálica estava povoada por tribos primitivas.

A Grécia progredia muito lentamente. Não tinha passado muito tempo que Homero compôs os seus dois famosos poemas: a Ilíada e a Odisseia, rememorando para os senhores dórios as glórias da era micénica. A vida seguia sendo dura. A vida nas Polis (ou cidades-estado) condicionou fortemente a evolução da sociedade grega. A figura do rei perdeu relevância (numa cidade pequena e pobre, o rei não podia ter grandes atribuições, nem fazer grandes ostentações). Em muitas Polis chegou incluso a desaparecer, e o governo ficava nas mãos de assembleias de nobres (a aristocracia ou o governo dos melhores). Cada cidade tinha o seu próprio exército. Estes exércitos eram, naturalmente, pequenos, formados por soldados de infantaria pesadamente armados, os hoplitas. A qualidade de vida de uma cidade, dentro da pobreza generalizada em que viviam todas, dependia em grande medida da qualidade do seu exército, assim que os gregos eram exercitados no combate desde meninos. As polis mais fortes submetiam as suas vizinhas.

Assim, por exemplo, Esparta controlava toda a Laconia, formada pelas cidades do vale do Eurotas. A sua forma de governo era atípica, pois tinha simultaneamente dois reis, provavelmente fruto de que duas tribos dórias repartiram-na séculos atrás (os espartanos diziam que os seus reis descendiam dos dois filhos gémeos do seu primeiro rei). Não obstante, o poder dos reis limitava-se a dirigir o exército. Os assuntos internos estavam regulados por uma assembleia de trinta anciãos (a gerúsia) em que os reis contavam como dois votos mais. Ademais havia cinco éforos ou magistrados encarregados de fazer cumprir as decisões da assembleia. Tinham incluso a autoridade para multar ou castigar os reis sem violarem a lei. Os espartanos propriamente ditos não superavam apenas os cinco por cento da população. As únicas actividades que consideravam honoráveis eram o governo e a guerra. O resto das actividades estavam nas mãos dos ilotas (escravos) e os periecos, homens livres mas sem nenhum poder político. A maior rival de Esparta era Argos, que controlava a Argólida. A sua organização era similar à espartana (sem a duplicidade de reis), mas algo menos rígida. Assim poderíamos recorrer cidades e mais cidades, cada qual com as suas características próprias, cada qual com a sua própria identidade nacional que se negava a identificar-se com qualquer outra, pese a afinidade cultural que, sem dúvida, havia entre todas elas.

(Carlos Ivorra, é professor na Universidade de Valência, Espanha. Faculdade de Economia. Departamento de Matemáticas para a Economia e a Empresa.)
Traduzido do espanhol.

Guiné-Bissau. O narcoestado (1)


No coração do 'narcoestado'

EL PAÍS

Grandes narcotraficantes usam a Guiné-Bissau como base para introduzir droga na Europa. Um periodista do EL PAÍS percorreu o país: uma das nações mais pobres do mundo, um território onde os militares, envolvidos em sangrentas pugnas, impedem investigar os carregamentos de droga encontrados, e os 'narcos' latino-americanos cruzam a tenebrosa noite de Bissau em carros de luxo.

POR FRANCESC RELEA 28/06/2009

Os narcotraficantes andam por aí e não é difícil identificá-los. Nesta mesma sala já me contactaram quatro ou cinco vezes para proporem-me negócio. Aqui, onde está sentado você, ofereceram-me 10 milhões de euros". José Zamora Induta, 43 anos, chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, fala com uma naturalidade assombrosa sobre as redes de traficantes de drogas, locais e estrangeiras, neste país da África Ocidental. Zamora, capitão de navio (grau equivalente a coronel), é o novo homem forte depois do duplo assassinato, do 1 de Março, do presidente João Bernardo Nino Vieira e do chefe da cúpula militar, general Baptista Tagmé Na Wae. Hoje, os guineenses acorrem às urnas para elegerem um novo presidente, num clima onde predomina o pessimismo. Tão mal estão as coisas neste país africano, maltratado e esquecido em partes iguais, ao que uma agência da ONU e numerosos meios de informação já descrevem como o primeiro narcoestado de África?

Guiné-Bissau Capital: Bissau. Governo: República. População: 1,503,182 (est. 2008)

Os empregados públicos de Bissau, excepto os militares, não recebem os seus salários desde o mês de Janeiro.

Soldados de uniforme ocuparam-se dum avião procedente da Venezuela que a chefe da polícia acreditava cheio de droga

"Aqui faria falta um ditador, no bom sentido, para moralizar a sociedade", diz o chefe do Exército guineense.

"As Forças Armadas da Guiné-Bissau são um reino de Taifas, sem um comando claro", diz o chefe da missão da EU.

De noite no coração das trevas da capital guineense há vida. As sombras movem-se como em pleno dia. É a adaptação ao meio, como os felinos, de muitos anos de viver na obscuridade. A vida nocturna permite descobrir que a presença de traficantes de distinta indumentária, contrabandistas, negociantes, aventureiros, espias, confidentes, não é una fábula. Alimentados por ruidosos grupos de geradores eléctricos, bares, restaurantes e discotecas têm abundante clientela nos dias em que estão abertos. Há um casino. Um casino em Bissau? Para quê? Para lavar dinheiro sujo, comenta um residente estrangeiro com larga experiência em África. A imagem não pode ser mais deprimente. A sala de máquinas caça-níqueis está deserta. Numa esquina, uma mulher sentada na barra dá cabeçadas. Na sala de jogo, separada por uma cortina roxa, seis tipos jogam ao póquer num ambiente lúgubre.

Estado da Índia, 1963. Margão


Cidade do distrito de Goa, no Estado da Índia, com a população de 118.585 habitantes, situada na margem do rio Sal, tem de apreciável, além do seu aspecto urbano, a Igreja do Espírito Santo, monumento digno de apreço.

Nos arredores, o monte de Margão com uma interessante Capela, é o local de onde se admira um panorama encantador, valorizado pela vegetação abundante.

A praia de Colvá, uma das melhores do distrito, deleita os visitantes com a graciosa decoração dos seus coqueiros.

Sob o aspecto típico local, há que admirar, também, a Mesquita de Jamea Masild, bem como os costumes tradicionais que ali se manifestam em curiosíssimas exibições que não mais esquecem.

In Agência Portuguesa de Revistas. 1963

sábado, 27 de junho de 2009

Ismael Mateus e o vulcão angolano


A montanha pariu um rato pequenino que (ainda por cima) é surdo e mudo
Ismael Mateus SEMANÁRIO ANGOLENSE

O MPLA continua mudo e impassível, apesar dos comprovados sinais de uma generalizada insatisfação com a gestão do seu governo. Perante críticas da sociedade, o MPLA prefere colocar-se na posição da vítima perseguida pelos frustrados e invejada pelos ambiciosos. Desde modo, a ideia que se pretende passar ao país é de que, realmente, os problemas não existem, sendo apenas uma fabricação, uma invenção dessas pessoas frustradas e invejosas.

Convencido nos seus 80% como uma espécie de selo de garantia, o maioritário está apostado em desvalorizar e em não atender o coro de críticas sobre a má gestão dos fundos públicos, sobre a falta de oportunidades a angolanos e a outros círculos que não sejam os afectos ao poder e, sobretudo, ao factos de se prioridade os estrangeiros em detrimento dos angolanos. É a chamada política de avestruz: o MPLA recusa-se a ver o óbvio e a assumir uma postura pública de acordo com os compromissos assumidos em Setembro. O MPLA continua a enganar-se a si mesmo, acreditando nas teorias das cabalas contra si. É mais um estranho e incompreensível equívoco do maioritário.

Não temos dúvidas de que as políticas definidas e aprovadas pelo MPLA estão correctas. Por esta razão a primeira pergunta que o maioritário se deveria colocar é: estando as políticas correctas, por que razão existe esse tão elevado nível de insatisfação? Se os dirigentes do MPLA quiserem ser fiéis às suas promessas eleitorais têm que saber responder a esta pergunta. Não vale a pena fingir que não existe insatisfação. Existe! Oiçam o povo nas rádios e televisões. Oiçam os comités de acção. Oiçam o povo dos candongueiros e praças. Estamos todos frustrados e mal pagos. O MPLA prefere não ver essa insatisfação. Prefere não acreditar que a expectativa e a esperança criadas em Setembro já ficaram reduzidas a um debalde geral. Existem muitas razões para isso, mas a principal é o facto do partido maioritário não ter honrado com a promessa de mudança feita durante a campanha eleitoral.

Tanto a conferência nacional do MPLA quanto as entrevistas de dirigentes e os discursos de JES apontavam claramente para uma mudança de estilo de governação e também no modo de gerir os recursos humanos. A lista de deputados e a formação do governo foram desilusões atrás de desilusões. Não representaram nem a viragem prometida nem uma mudança de critérios de selecção e de governação. Os meses seguintes comprovaram a sensação inicial de que a montanha das promessas eleitorais tinha parido um rato, um pequenino rato e ainda para mais surdo e mudo. O benefício da dúvida e o estado de graça não duraram quase tempo nenhum. Por mais que os dirigentes partidários e os ministros vejam nos críticos apenas gente frustrada e invejosa que os persegue, a verdade é que andamos todos cansados e fartos deste estilo de governação. Esperava-se que as eleições representassem um novo estilo, mas isso foi só mesmo uma esperança. Não está tudo na mesma. Está tudo um bocado pior.

O descrédito é geral. Ao não ver isso, o MPLA está a arrastar o país para uma depressão geral de consequências imprevisíveis. De frustrados passaremos a depressivos. E de depressivos passaremos à loucura. O país pode cair numa letargia tal que, faça-se o que se fizer, ninguém mais dará ouvidos a ninguém e nada mais resultará, porque toda a gente está e continuará convencida de que, apesar das promessas de mudanças, no final, contas feitas, vai tudo dar às mesmas pessoas, ao mesmo estilo de governação, aos mesmos vícios e aos mesmos beneficiários. Alias, para sermos honestos, já vivemos essa letargia. As obras que foram um forte trunfo para os 80 por cento dos resultados eleitorais também hoje estão em sub-rendimento.

Passados nove meses das eleições, todos vêem que muitas das obras foram feitas apenas para as eleições. Não são de qualidade, a ponto de alguém lhes ter chamado obras de papelão ou de esferovite. As obras que eram para ser duradouras já estão a dar mostras da sua má qualidade. Foram pagas a preço de ouro, duas ou três vezes mais do que valem e mesmo assim revelam-se de má qualidade. Ninguém é responsabilizado.

Mesmo assim, reconhecidamente, as obras são os únicos atenuantes para o MPLA e sua governação. Andar pelo país está mais fácil. As cidades estão mais bonitas. As obras são o único cartão de visita desta nova/velha governação nascida em Setembro de 2008. É daí que vêm os únicos pontos favoráveis para a (pouca) tolerância que ainda há. O resto é, clara e declaradamente, um fracasso. O MPLA confunde o êxito do cimento e do betão com a gestão dos recursos humanos e dos problemas sociais. Apesar do grande sucesso das estradas, mesmo as que já se vão estragando, os angolanos vêm-se sentindo cada vez mais preteridos das oportunidades do país. Esta é uma sensação que o MPLA não pode fingir não ver. A onda de protesto contra as inúmeras oportunidades dadas a estrangeiros vem aumentando assustadoramente e, se nada for feito, isso vai rebentar nas ruas com manifestações de xenofobia.

Do mesmo modo, não se pode deixar de ver a insatisfação geral pelos excessos dos grupos privilegiados de pessoas afectas ao poder. Há um pequeno grupo de pessoas e grupos económicos que «comem tudo». É a turma do «comem tudo», vulgo «Donos do país». Ficam com todos os negócios chorudos, ficam com todas as oportunidades e concursos públicos e agora até assaltam as empresas públicas seja por via da sua gestão directa ou por via da chantagem, forçando-as a contribuir para os seus projectos privados. Não há, obviamente, ninguém a inventar isso. O MPLA facilmente pode conferir quem são os patrocinadores de determinados eventos e de que forma esses patrocínios são conseguidos. Pode conferir quem são os grupos económicos que têm os principais negócios do país e a quem estão ligados. Pode conferir com quem vão ficar os negócios do Estado que estão a ser e vão privatizados.

Mesmo que nas reuniões do grupo parlamentar e do secretariado o MPLA prefira fazer a politica da avestruz, os seus dirigentes, os seus militantes de base sabem que há problemas sérios na gestão das oportunidades e nos critérios de selecção. Há um pequeno, muito pequenino, grupo que se está a apoderar de tudo e isso vai inexoravelmente redundar em violência. Estamos hoje próximos daquela realidade colonial dos anos 60 que levou a que muitos filhos de Angola aderissem à luta de libertação. Tal como se fazia em relação ao colono português, a grande maioria dos angolanos queixa-se hoje dos mesmos problemas que os mais velhos faziam nos anos sessenta, nomeadamente a subjugação económica da maioria a um pequeno grupo que parte e reparte tudo entre os seus parentes, amigos e sócios estrangeiros. Um cidadão angolano normal tem de entrar para um sistema geral de bajulação, adoração e servilismo ou então nem casa tem para morar. A casa de chapa ou desenrascada, o terreno que a muito custo conseguiu ainda pode ser alvo de cobiça da turma dos «comem tudo». Mesmo o pequeno negócio para desenrascar a vida um dia pode acabar porque alguém da turma dos «comem tudo» resolve ficar com o terreno ou montar, com a ajuda do Estado e dos dinheiros públicos, um negócio para acabar com a concorrência angolana.

Mesmo perante este cenário, o MPLA finge não ver. Odeia as vozes críticas. Os mais velhos que apreendemos a respeitar, à excepção de Pepetela, Manuel Rui Monteiro, Mendes de Carvalho e Marcolino Moco, estão calados. Estamos a perder o respeito por eles. Em nome do seu povo tiveram a coragem de lutar contra o sistema colonial de Salazar, mas agora renderam-se ao vil metal. Por meia dúzia de tostões, estão em compadrio com este sofrimento do povo, renegando até o seu passado de luta por este povo. Isso é absolutamente incompreensível porque vem de dirigentes do MPLA que tinham brilhantes folhas de serviço à nação. Agora por causas dos negócios e das migalhas que colhem da turma dos «comem tudo» não querem ver. Não querem saber. Não querem ouvir. Não querem saber das velhas causas. Querem morrem com dez quintas, dez empresas e uma conta bancárias com muitos zeros.

Toda a vida de luta agora se reduz, penosamente, a isso. Não existem referências morais no MPLA. Deixaram de existir. Estão todos comprometidos. Este é o preço do silêncio. Obviamente, não os podemos respeitar como antigamente. Assim, logicamente, vinga no seio do MPLA, e com muito sucesso, a ideia de que as criticas são meros casos de inveja e frustração de alguns. Como pode um partido com as responsabilidades do MPLA chegar a tamanha cegueira política? SA

Semanário Angolense nº 322. De 27 de Junho a 04 de Julho/2009

Imagem: http://www.brasilescola.com/geografia/vulcoes.htm

A volta ao mundo num avião impulsionado pelo Sol






ENERGIA Mede 63 metros e pesa como um carro


Efe Genebra EL MUNDO

Actualizado sexta-feira 26/06/2009 17:06 horas

O protótipo do primeiro avião capaz de voar dia e noite sem combustível fóssil, sem contaminar e exclusivamente graças à energia solar, foi apresentado pelo seu principal impulsor, Bertrand Piccard, neto do explorador que chegou pela primeira vez ao fundo da Fossa das Marianas e alcançou assim a máxima profundidade oceânica do mundo em 1960.

O avião fabricado à base de fibra de carbono tem a forma dum Airbus A340 (63,4 metros de largo), mas o seu peso é o de um automóvel normal (1.600 quilos), características que o convertem no avião de tais dimensões mais ligeiro que nunca jamais se construiu, explicou Piccard.

Está previsto que este novel aparelho – que poderá realizar os seus primeiros voos de prova antes de finalizar o ano – se desloque a uma velocidade de 70 quilómetros por hora.

A apresentação teve lugar ante umas 600 personalidades reunidas no aeródromo de Dubendorf, nas redondezas de Zurique, segundo a agência Suiça de noticias Ats.

12.000 células solares
As asas do aparelho estão equipadas com 12.000 células solares, que alimentarão de energia quatro motores eléctricos com uma potência máxima de 10 cavalos cada um, o que no conjunto produzirá uma força similar à de uma moto "scooter".

Essas mesmas células servirão ademais para carregar durante o dia as baterias que servirão para voar de noite. Como qualquer outro, o avião solar conta com um posto de pilotagem dotado de comandos e instrumentos de navegação.

Piccard explicou que este primeiro protótipo tem por objectivo demonstrar que é possível realizar um voo de 36 horas. Os resultados que se obtenham dos primeiros voos de prova servirão para construir um segundo avião destinado a dar a volta ao mundo em cinco etapas de cinco dias cada uma, uma ideia que se crê poderá fazer-se realidade em 2012, susteve o inventor.

O "Projecto Solar" busca demonstrar o potencial das energias renováveis, promover a sua utilização e demonstrar a poupança de energia que pode lograr-se graças às novas tecnologias.

A engenharia do avião apresentado requereu cinco anos de trabalho, entre simulações e a sua construção.

Foto: Bertrand Piccarde e Andre Borschberg, presidente da Solar Impulse, ante o avião. AFP

Estado da Índia, 1963. Mapuçá




Cidade do distrito de Goa, no Estado da Índia, com a população de 103.668 habitantes, representa, além do carácter típico da região a que pertence, um local de irradiação para digressões aprazíveis, entre as quais ao planalto de Saligão, Sinquerim e Fonte da Aguada.

Ao aspecto típico da cidade aliam-se motivos que merecem o maior interesse, tais como a Igreja de S. Jerónimo, a Fortaleza dos Reis Magos e a Fortaleza de Chaporá.

Os templos hindus, tanto na cidade como nos arredores, constituem curiosidade igualmente digna de registo, pelo seu género de expressão decorativa.

In Agência Portuguesa de Revistas. 1963

sexta-feira, 26 de junho de 2009

O Cavaleiro do Rei (30). Novela


Ainda o casal real dormia com um olho aberto e outro fechado, numa bela cama estilo Luís XIV, quando a princesa abriu a porta com a chave que surripiou à mãe. Senta-se na cama ao lado da progenitora, acorda-a. A rainha levemente assustada levanta a cabeça, pergunta à filha:
- Que horas são?
- São cinco horas mãe.

O rei desperta completamente, ouviu o cinco horas da manhã, e repreende a princesa.
- Filha bonita do papá e da mamã, se não tiveres um bom motivo para nos acordares a esta hora, vou-te dar uns bons açoites no teu real rabinho.
- Meu senhor, se ousardes tal façanha, verá tal angústia minha, que preferirei viver como uma rameira. – Ousou a Rainha.
- Senhora minha, deixai-me educar os meus filhos. Eles têm pai, só mãe não é suficiente. Noto que a educação que lhes dais, é indigna de uma verdadeira rainha.
- Senhor meu… ide à merda!
- Como prefere ser rameira, se já o é?!
- Irreal senhor, não me obrigue a devassar o seu íntimo!
- Sinto-me sem integridade moral. Vejo-me forçado a utilizar as mãos, e ferir talvez a indelicadeza dos seus lábios!
- Real atrevido, como ousa? Tente e verá, arrependêreis-vos ad aeternum.
O esposo levanta a mão, a esposa procura um objecto. A princesa dá um grito, que de certeza se ouviu no Castelo e arredores.
- CALEM-SE!!! Porras!!!

Chora. As torneiras dos olhos parecem os tubos e condutas da Real Empresa de Águas, sempre a estoirarem, a rebentarem. As lágrimas correm como a cachoeira do Sumbe pelos declives das faces. A rainha comove-se.
- Nunca a vi chorar assim.
- Tal mãe tal filha. Já não se pode dormir no meu reino. Vou bazar e tratar dos assuntos de Estado. Isso é mais importante. As rameiras que se entendam. – Disse o rei em retirada e atirando com a porta com tal violência, que lascas saltaram.
As duas abraçam-se. A mãe faz um gesto de desprezo na direcção da porta. A princesa observa.
- Piranhar minha cara mãe.
- Estás a ficar conspurcada como a ralé. Vou evitar que saias muito do Palácio.
- Aprecio muito viver com a ralé. Aprende-se muita coisa.
- Por exemplo o quê!
- A fome. Isto não é um reino. É um campo de concentração onde as pessoas morrem à fome.
- Tem o que merecem. Não é só aqui que existe fome. Muitos reinos adernam sem salvação castigados pelas independências selvagens. As pessoas esqueceram-se que para serem independentes têm que trabalhar muito.
- A questão é essa… dêem-lhes trabalho. Todos querem trabalhar. A fome é merecimento para alguém…?
- Fumaste não é?!
- Não, Deus me livre!
- Então… passada para os republicanos?
- Não, passada para o lado da justiça dos esfomeados.

A rainha guardou silêncio. Não sabia como reagir às inesperadas afirmações da filha. Tentou as habituais artimanhas de mãe.
- Os teus dezoito anos de idade surpreendem-me. Vives bem, não te falta nada. O que mais queres?

O Planeta dos Macacos 6


Ainda que seja tarde,
ainda que esteja cinza e chuva,
ainda que haja um oceano entre a amizade...
In Patrícia Guinevere

E com o sistema de transacções bancárias instalado, os bancos em Angola têm o futuro assegurado, rapinado, burlado, mafiado. E tudo na África Negra tem que ser teimosamente assim.

E faz parte dos contratos chineses a invocação: «graças aos nossos amigos chineses.» Claro que um governo mafioso, para sobreviver contrata as redes mafiosas.

E prossegue-se com as mesmas duas democracias. Uma para brancos e outra para negros. Uma democracia às claras e outra às escuras. Por aqui e por ali, está uma trapalhada que ninguém se entende. Até quem não recebeu o vencimento do seu trabalho desde Janeiro, quando exige o pagamento… é preso.
Democracias que fabricam monstruosidades. A democracia está como a religião, hipócrita… supera-a. A democracia navega no mar da hipocrisia da democracia dos campeonatos de futebol. Não há nenhuma diferença entre a democracia e o futebol. É que são todos jogadores.

Apesar de quase cinquenta anos em liberdade, é um povo que ainda vive nas cavernas. E os democratas prazenteiros oferecem-lhes um presente: a felicidade. Acenam-lhes com a democracia infestada de petróleo, e que com a democracia serão livres, independentes, e com o petróleo e os diamantes alcançarão a felicidade eterna. Como é fácil ludibriar o povo das cavernas.

Continuam felizes, pasmados com a democracia da fome petrolífera e diamantífera, e das casernas das cavernas. E o povo não sai, mantém-se cavernícola. E as democracias insistem-lhes que o desenvolvimento da miséria económica e social é o melhor caminho. Que assim a democracia consolida-se. E os bancos da democracia à portuguesa apoiam… com o congelamento das contas bancárias.

(Se a janela do quarto fica aberta entram grandes doses de mosquitos.)
Entretanto, naturalmente a democracia desenvolve-se. Já temos a democracia familiar. Este tipo de democracia interessa particularmente às democracias ocidentais.

(Neste momento ninguém está seguro em lado nenhum, cai chuva de argamassa.)
Onde não há lei, onde qualquer um nos pode tirar a vida, ou roubar, ou destruir os nossos bens, então a única solução é: a criação de células clandestinas de 4 ou 6 elementos e atacá-los, pagar-lhes na mesma moeda, especialmente banqueiros e especuladores. Um terrorismo combate-se com outro terrorismo.

Imagem: http://www.google.com/imgres?

História Universal (13). Os Assírios



Finalmente, em 836 Joyada decidiu-se a actuar.

CARLOS IVORRA

Reuniu secretamente com os chefes militares da Judeia e apresentou-lhes um menino de sete anos. Afirmou que era Joás, filho de Ocozías, que seis anos antes, quando Atalía ordenou o extermínio da casa real, a sua esposa (irmã de Ocozías) salvou-o ou ocultou-o no templo, onde havia sido cuidado no mais estrito segredo desde então. A história é pouco credível, mas os generais aceitaram-na encantados, proclamaram rei a Joás, capturaram a Atalía e assassinaram-na. O povo aceitou de bom grado a restauração no trono da casa de David. A influência fenícia chegou ao seu fim tanto em Israel como na Judeia. Sem dúvida, ambos reinos ficaram muito debilitados.

Em 827 ocupou o trono chinês o rei Hsuan, que teve que facer frente às incursões dum povo bárbaro do Oeste: os Hsien-Yun. Por outra parte, estendeu o reino até ao sul, até ao rio Yang-Tse.

Por estas alturas Salmanasar III dirigia uma expedição contra os medos. Os assírios aprenderam deles o domínio dos cavalos grandes, incorporaram-nos à sua temível maquinaria bélica, mas também lhes deram usos civis. Com eles agilizaram o sistema de correios e mensageiros que estava no activo desde os tempos dos sumérios, o que lhes permitiu administrar mais eficientemente o império. Assim mesmo empregaram-nos para os transportes e o abastecimento das grandes cidades, pois Babilónia e Calach contavam então com uns trinta mil habitantes cada uma.

Em 824 o filho mais velho de Salmanasar III rebelou-se contra o seu pai, tratando assim de assegurar a sucessão, como era frequente quando um monarca oriental era já velho. O rei morreu antes de poder enfrentar o rebelde, mas o seu filho menor combateu em nome do seu pai e sufocou a rebelião depois de vários anos de guerra civil. Reinou como Shamshi-Adad V, mas não esteve à altura do seu pai, e o poder Assírio declinou.

Em 822 os bárbaros Hsien-yun saquearam Hao, a capital Chinesa, mas finalmente puderam ser rechaçados. Em 821, o quarto sucessor de Feizi, Zhuang, senhor de Qin, recebeu do rei o título de duque.

A decadência Assíria permitiu uma certa recuperação da Fenícia e da Síria. Os fenícios reafirmaram o seu domínio exclusivo sobre o Mediterrâneo. Em 814 fundaram uma nova colónia em África, cerca de Útica, na actual Tunes, e chamaram-na Karthadasht (cidade nova), em oposição a Útica, que devia ser a cidade velha. Hoje conhecemo-la com a versão romana do nome: Cartago. Neste mesmo ano morria o rei israelita Jehú, que foi sucedido pelo seu filho Joacaz. O novo rei teve que pagar tributo à Síria. O rei Hazael ia arrebatando paulatinamente a Israel e à Judeia grande parte dos seus territórios, tanto ao Este do Jordão como na costa Mediterrânea, onde se fez com o domínio das cidades-estado filisteias. Depois da morte de Jehú poderia apoderar-se da mesma Samaria, e Joacaz não teve alternativa.

As coisas não iam melhores na Judeia. O rei menino Joás governou debaixo da tutela dos sacerdotes, mas quando Joyada morreu e foi sucedido no sacerdócio pelo seu filho, o rei afirmou a sua independência e intrigou para fazer lapidar o novo sacerdote. O rei sírio Hazael chegou nas suas incursões à mesma Jerusalém e, para livrar-se da sua ameaça, Joás teve que pagar-lhe um forte tributo que saiu do tesouro do templo, com o que terminou de ganhar inimizade do clero.
Em 810 morreu o rei assírio Shamshi-Adad V, deixando a sua viúva Sammu-Rammat e um menino pequeno. A imagem de uma mulher que governou o império mais poderoso e temível do mundo deu lugar a muitas lendas, difundidas principalmente pelos gregos. Precisamente conhecemos melhor a rainha pela versão grega do seu nome: Semiramis. Os gregos fizeram-na esposa de Nino, o primeiro rei Assírio, segundo a sua versão da história, que fundou as cidades de Ninive e Babilónia. Nada disto é certo. Semiramis reinou só durante um breve período de tempo, aproveitando o temor que todavia inspirava a Assíria nos povos circundantes. Em 806 morreu Hazael da Síria, e foi sucedido pelo seu filho Benhadad III. Pouco depois um exército Assírio tomou Damasco, e impôs-lhe um forte tributo e deixou o país totalmente debilitado, pondo fim assim aos dez anos de esplendor em que a Síria dominou praticamente toda a Canaã. Semiramis morreu em 802 depois de oito anos de reinado (e não quarenta e dois, como diz a lenda). Foi sucedida pelo seu filho e a Assíria seguiu decaindo lentamente, atestando assim os bons resultados da política de terror que os seus monarcas poderosos praticaram, que salvou o país incluso quando provavelmente tivera sido una presa fácil para os seus muitos inimigos.

(Carlos Ivorra, é professor na Universidade de Valência, Espanha. Faculdade de Economia. Departamento de Matemáticas para a Economia e a Empresa.)
Traduzido do espanhol.

Imagem: http://br.geocities.com/oportaldehermes/assirios.htm

TUMULTO



Tempestade... O desgrenhamento
das ramagens... O choro vão
da água triste, do longo vento,
vem morrer-me no coração.

A água triste cai como um sonho,
sonho velho que se esqueceu...
(Quando virás, ó meu tristonho
Poeta, ó doce troveiro meu!...)

E minha alma, sem luz nem tenda,
passa errante, na noite má,`
à procura de quem me entenda
e de quem me consolará...

Cecília Meireles

http://www.pensador.info/autor/Cecilia_Meireles/

Estado da Índia, 1963. Goa


Cidade capital do Estado da Índia e sede de Patriarcado, com a população de 73.123 habitantes, apresenta alguns monumentos dignos de admiração, como o Palácio dos Governadores, o Palácio Patriarcal, o Palácio do Idalcão.

Na cidade velha, a Sé, a Basílica do Bom Jesus e o arco dos Vice-Reis são merecedores de melhor atenção.

O pitoresco da paisagem, com diversos cursos de água navegáveis, o esplendor das florestas aromáticas, e os costumes tradicionais da população hindu, constituem invulgares motivos de curiosidade e apreço.

De apreciar são, também, as suas praias guarnecidas de graciosos coqueiros, que lhes imprimem exótica expressão.


A roda representa o martírio de Santa Catarina de Alexandria, em cujo dia foi Goa retomada, em 1510. É, por isso, considerada sua padroeira.

In Ag~encia portuguesa de Revistas. 1963

quinta-feira, 25 de junho de 2009

A Epopeia das Trevas (19)


«Então meu jovem como é que vai a vida na nossa Luanda-Somália? Os police continuam a roubar as coisas?» «Não meu kota, os police estão a roubar as mulheres. Os police mataram os bandidos todos lá no meu bairro. Agora já se pode andar à vontade às dezanove horas.


- Instalam aparelhos de ar condicionado potentes, os cabos queimam, incendeiam, ficam sem luz. Insistem, os cabos eléctricos da rua, os fusíveis, as casas ardem, e ainda insistem
- Dizem que a culpa é do governo.
Moradores em pânico ganham asas, voam, aterram na segurança da rua. Lamentam-se:
- A minha ventoinha está a arder.
- A minha aparelhagem foi-se.
- A minha geleira ardeu.
- O meu Dvd, acabado de comprar…
- Mentira, você roubou-o!
- E você, faz o quê?
- Ó raça, é fugir, o prédio parece que vai explodir.

Esperam que os bombeiros cheguem, que consigam desengarrafarem-se do trânsito e pouco ou nada restará. Quando chegarem, e a água que trazem acabar, não poderão fazer mais nada, porque não há bocas-de-incêndio. Se existissem, delas não sairia água. Apesar de duas bocas-de-incêndio institucionalizadas: Dum lado o inferno do governo, do outro o inferno da oposição. Há muitos incêndios devido a curto-circuitos. Os Jingola pós-parto são excelentes engenheiros electricistas.

O meu avanço encortina-se por remoinhos de fumo. Alguém pegou fogo a um monte de lixo na tentativa de o eliminar. Dentro de pouco tempo as redondezas serão engolidas pelo fog lixento. A zungueira solitária orienta a carne na banheira solidária. Enxota as moscas, que não se cansam de fazer ziguezagues. Alguém não está satisfeito com isso e com ela.
- Essa carne está podre, estragada. Vocês compram-na nos armazéns dos sênê (senegaleses) por preço baixo, lavam-na com muito detergente, põem-lhe muito sal, e vendem-na como se fosse chispe.
- Ah!.. Você quer-se complicar comigo, estragar o meu negócio.
O rádio acompanha-os, zune propaganda plurianual. Cozido principesco, habitual.
- Vamos criar colonatos e compramos o excedente da produção, depois armazenamos em silos, para as épocas de crise.
Com certeira, matreira convicção, como anjo da anunciação que parangonava.
- Os preços do Petróleo sobem muito. Isso é bom para nós.
E muito mau para nós. – Repicaram os sinos dos celeiros vazios.

A chuvada teimosa aligeirou várias famílias. Expurgadas dos bens, imploravam ao Altíssimo que reparasse as fugas das águas dos canos, onde Deus habita. Clamavam por ajuda terrena, do Governo da terra. A expectativa atenuava-se com a recomendação, que por agora não era possível fazer nada, porque existiam situações gravosas.
O dirigente terreal solenemente desvenda aos rostos desabrigados a recordação da inundação.
- Antanho aqui florescia magnificente eucaliptal. Um dique providencial, que segurava, desviava, acorrentava a correnteza das águas. Sem apelo arrancaram-nos, das suas carnes postaram negócio. Acenderam carvão para cozinharem e para venderem.

Imagem: http://perdidoeachado.blogspot.com/2008_03_01_archive.html

O Planeta dos Macacos (5)


Diário do Povo. Parece-me que pela Lei angolana, é crime esfolar e comer cães e gatos.

Sinopse: Em 2009, Leo Davidson chega em um planeta habitado por macacos, onde os humanos são os "animais" e lutam pela sobrevivência. Mas Leo também é feito de escravo e tenta formar um grupo e iniciar uma revolução, que ameaçará o poder dos macacos.
http://www.cineplayers.com/filme.php?id=504

Exércitos de jovens, sem os prometidos (e roubados pelas forças de ocupação estrangeiras) empregos deambulam perigosamente. Ultrapassaram as fronteiras das feras esfaimadas. Vivem com as forças que lhes restam tumultuando, arruaçando nos caminhos da revolta insana, permanente, para a qual não há solução. Porque a anarquia reina na governação. Angola está finalmente resignada nas garras dos parasitas estrangeiros. O Governo parece também sê-lo. E subtilmente encesta-se a gíria: está tudo sob controlo.

Ai do país, da nação que rume para as trevas. As crianças estão sem destino, ultimam o fim da nação. Quem será que recolherá os destroços? Com o desmedido analfabetismo decretado, produziu-se um povo bestial, pestilento, violento e boçal. Conforme planeado, tudo acorrentado numa única, apenas numa família nacional internacionalista. Há o receio da existência de um plano macabro para dizimar o que resta da população.

Demónios despedidos do inferno porque também lá não os desejam. E por aí errantes em moradas incertas. Os seus dantes amigos, agora inimigos, arrasaram-lhes as casas para continuarem a revolução premeditada do nada fazer. Apenas mal construir prédios e alguns estádios de futebol. Parece com o que resta do saldo da ressaca petrolífera. É mais um trunfo do império maligno. O que está a bater bem é investir em bancos falidos de Portugal à deriva. E tudo o que nos prometem, nos remetem, ou o que fingem fazer… é tão efémero!

Luanda não é cidade, é uma tempestade, uma carnificina humana. Está numa erupção inflamatória, num governo inchado que prossegue uma política de estádios de futebol, onde os governantes são jogadores. Temos que libertarmo-nos dos libertadores. Já não o são, libertem-nos desta libertação, desta governação. Não sei para quê tanta construção se brevemente assistiremos a outra destruição.
Actualmente este mundo é uma prisão. A população é torturada e abandonada ao desnorteio. Governar? É nos matar, é um campo de concentração democrático.

Os que habitualmente falam muito na imprensa, os defensores da democracia e do povo, quando os abordamos pessoalmente sai uma desgraça… duas caras. De modos que por aqui nada há a fazer.

A melhor piada de todos os tempos: com milhões e milhões de desempregados… a economia mundial recupera da recessão, dizem os bárbaros da economia… e o desemprego continua a aumentar. Incrível… os preços do petróleo sobem irracionalmente.

Imagem: http://www.brasilescola.com/imagens/geografia/Vulcao.jpg

Devaneios 25Jun09


Hernani Monteiro, Braga 08/05/09 10:49
E têm também a miséria que infelizmente é uma marca da maioria dos países africanos. E andei eu na minha juventude a defender esta gente, hoje tornada riquíssima e o seu POVO que dizem defender a morrer de fome. Isto não é esquerda, é direita do mais puro que pode existir.
Diário Económico

João Neves, Luanda 08/05/09 12:11
É uma pena que alguns portugueses não se libertem dessa visão colonialista de que as elites angolanas não podem ser ricas, quando as grandes famílias portuguesas que enriqueceram no tempo colonial com as riquezas das então colónias, continuam a mandar em Portugal. fez-se o 25 de Abril e passados 35 anos, com excepcção do Belmiro de Azevedo, todas as grandes fortunas são as mesmas do tempo facista. A democracia parace que também não serviu poara nada em Portugal.
Diário Económico

pedro, 08/05/09 12:51
antes em Angola havia de tudo. Hoje em dia há, mas tem de importar, porque não produz nada.
Diário Económico

pedro, 08/05/09 09:13
Angola nos anos 60 e mesmo depois até à descolonização tinha de tudo e o
governo vai querer investir na agricultura, mas como se não teem condições,
isto é clima teem, mas de resto é só fogo de vista.
Diário Económico

10.05.2009 - 01h26 - António, Portugal
Ainda duvidam?! imigração sem controlo = colonização e degredo social PNR no parlamento urge!
PÚBLICO ÚLTIMA HORA

10.05.2009 - 00h13 - q, q
setubal é uma zona triste com fabricas fechadas muito desemprego, cafés e mais cafés a a maior parte ás moscas, muita traiçao conjugal, muita promiscuidade, muito ócio nada para fazer, e barriga para encher sem dinheiro, um grande problema, se ao problema dos setubalenses adicionarmos um bairro de africanos ainda em pior situaçao temos o caldo entornado, com roubos atrás de roubos carjaking e assaltos a multibancos e a roubarem as lojas de gente que já é pobre eis o portugal de abril no seu esplendor.
PÚBLICO ÚLTIMA HORA

09.05.2009 - 22h53 - Adolfo , Porto
Salazar! volta estás perdoado...
PÚBLICO ÚLTIMA HORA

09.05.2009 - 22h31 - Amadis , Setúbal já está a arder.
curioso, Mauzinho, tive um chefe , depois muitooooo grande amigo e infelizmente já falecido, que me disse um dia « Setúbal é uma cidade maldita ». É demais o que está a acontecer, o povo já sofreu muito e não merece triste sina. Há muitos meses que tenho andado a alertar para a realidade . Vejo muita gente a almoçar apenas uma sopa. «Deseja mais alguma coisa?» «Não, é só a sopa, estou com pressa » «É 1 € ». Para não falar das crianças que apenas comem na escola, em casa népia. É o SOCIALISMO DEMOCRÁTICO que temos.
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09.05.2009 - 21h23 - Nunom, Portugal
Continuem a votar na esquerda e no sistema (ps, psd cds, e be e cdu) que Portugal continuará a caminhar para o abismo e caos social. Um verdadei politica de imigração precisa-se, assim como expulsão imediata para imigrantes e filhos de imigrantes criminosos. cada vez mais força PNR
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Imagem: http://ingridcerveira.blogspot.com/

Vulcão em erupção


Erupção
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A erupção vulcânica é um fenômeno da natureza, geralmente associado à extravasação do magma de regiões profundas da Terra na superfície do planeta. As camadas de rochas formadas por erupções magmáticas são chamadas de "derrames", pois a rocha se espalha e solidifica-se na superfície do globo. A lava arrefecida gera normalmente um óptimo solo para plantação.

Tipos de erupção
A proporção de rochas, gases e lava que um vulcão emite determina o tipo de erupção. Os tipos de erupção recebem normalmente nomes relacionados com vulcões famosos onde se observou um comportamento vulcanológico característico. Alguns vulcões exibem somente um tipo de erupção durante um intervalo de actividade, enquanto que outros podem mostrar uma sequência de diferentes tipos.

As erupções vulcânicas podem ser divididas quanto à sua violência em explosivas e efusivas. As erupções explosivas são causadas pela acumulação de vapor e gases sob elevadas pressões, que são libertados de forma violenta. A interacção de águas subterrâneas e magma leva à produção de vapor, que retido debaixo de camadas de rocha se acumula até atingir uma pressão suficientemente elevada para a destruir e libertar-se para a atmosfera. Gases que eventualmente estejam dissolvidos no magma em ascensão no vulcão, por acção da elevada pressão no seu interior, podem também expandir rapidamente após a explosão inicial de vapor, formando uma explosão secundária que é por vezes mais intensa que a primária e que pode formar um fluxo piroclástico. Em contraste, nas erupções efusivas existe uma libertação lenta de lava de baixa viscosidade e com reduzido conteúdo volátil, não existindo fenómenos explosivos associados a este tipo de erupção.

Os vulcanologistas classificam as erupções da seguinte forma:

Erupção havaiana
Erupção havaiana. 1: pluma vulcânica; 2: fonte de lava; 3: cratera; 4: lago de lava; 5: fumarolas; 6: fluxo de lava; 7: camadas de lava e cinza; 8: estratos; 9: soleira; 10: chaminé vulcânica; 11: bolsa de magma; 12: dique.

A erupção havaiana é um tipo de erupção efusiva, sem descarga de gases, com magma basáltico de baixa viscosidade e temperaturas muito elevadas na chaminé vulcânica, ocorrendo caracteristicamente em hotspots mas também próximo de zonas de subducção. As erupções havaianas, assim denominadas por serem características dos vulcões no Havai, podem ocorrer ao longo de falhas ou fissuras, como aconteceu na erupção do Mauna Loa no Havai em 1950. Também podem ocorrer numa chaminé central, como na erupção de 1959 na cratera Kilauea Iki do vulcão Kilauea, Havai. Nas erupções em fissuras, a lava brota de uma fissura na zona rift de um vulcão e escorre pela encosta, juntando-se a outras correntes de lava. Nas erupções centrais, uma fonte de lava é ejectada a várias dezenas de metros de altura. Neste caso, a lava pode concentrar-se em pequenas crateras formando lagos de lava, ou formar cones, ou ainda alimentar rios de lava que escorram pela encosta. Há produção muito baixa de cinza vulcânica, o que as torna relativamente seguras de observar e por isso populares para os turistas.

O facto de o magma característico destas erupções conter uma baixa percentagem de água dissolvida (menos de 1%) e ser na sua maioria basalto confere-lhes o seu carácter efusivo. Praticamente toda a lava provinda dos vulcões havaianos é basalto toleiítico, uma rocha similar à produzida nas falhas oceânicas. No vulcão subaquático de Loihi foi detectada erupção de basalto relativamente rico em sódio e potássio (mais alcalino); este tipo de rocha poderá ser característico do início da formação das ilhas havaianas. Em etapas posteriores, houve maior erupção deste basalto alcalino e após um período de erosão houve erupção de pequenas quantidades de rochas invulgares, como a nefelite. Estas variações na constituição do magma provindo de erupções havaianas é estudado para entender o funcionamento das plumas do manto.

Erupção estromboliana
Erupção estromboliana. 1: pluma vulcânica; 2: lapilli; 3: chuva de cinza vulcânica; 4: fonte de lava; 5: bomba vulcânica; 6: fluxo de lava; 7: camadas de lava e cinza; 8: estratos; 9: soleira; 10: chaminé vulcânica; 11: bolsa de magma; 12: dique.

O nome provém do vulcão da ilha de Stromboli, na Sicília. Na erupção estromboliana brotam cinzas, gases, pequenos fragmentos de rocha quente (bombas vulcânicas, lapilli), que formam arcos luminosos no céu. Os fragmentos de lava combinam-se para formar rios de lava que escorrem pela encosta. Ocorrem explosões pouco violentas causadas pela acumulação de bolsas de gases, que sobem mais rapidamente que o magma que as rodeia.[1]

Tipicamente, a tefra encontra-se em incandescência quando é expulsa da chaminé, mas a sua superfície arrefece e toma uma coloração escura ou negra, podendo solidificar significativamente antes de atingir o solo. A tefra acumula-se na vizinhança da chaminé, formando um cone de cinza. A cinza é o produto mais comum, havendo também tipicamente uma menor parte de cinza vulcânica mais fina.

Os rios de lava são mais viscosos, logo mais curtos e espessos, que nas erupções havaianas, podendo ser acompanhados ou não de rocha piroclástica.

Os gases dissolvidos coalescem em bolhas que tomam dimensões suficientes para se elevarem através da coluna magmática, libertando-se no topo e enviando magma pelo ar. Existe libertação de gases vulcânicos em cada episódio eruptivo, por vezes com intervalos de apenas minutos. As bolhas de gases podem formar-se a profundidades até três quilómetros, sendo de difícil previsão. [2]

A actividade estromboliana pode ser bastante duradoura porque o sistema de condutas não é afectado pela actividade vulcânica, podendo o sistema eruptivo repetir-se. Por exemplo, o vulcão Paricutín encontrou-se em constante erupção entre 1943 e 1952, o monte Erebus produziu erupções durante pelo menos várias décadas e o próprio Stromboli tem tido erupções ao longo de milhares de anos.

Erupção pliniana
Ver artigo principal: Erupção pliniana

Erupção pliniana. 1: pluma vulcânica; 2: chaminé vulcânica; 3: chuva de cinza vulcânica; 4: camadas de lava e cinza; 5: estrato; 6: câmara magmática.

A erupção pliniana é associada à erupção do Monte Vesúvio em 79, descrita por Plínio o Novo, erupção essa que matou o seu pai Plínio, o Velho e soterrou as cidades de Pompeia e Herculano em cinza vulcânica. Na erupção pliniana, brotam fragmentos de rocha, lava viscosa e uma coluna de fumaça e gás. É usualmente o tipo de erupção mais poderoso. Associados a este tipo de erupção encontram-se frequentemente também rápidos fluxos piroclásticos. Erupções plinianas de grande intensidade, como as que ocorreram a 18 de Maio de 1980 no Monte Santa Helena ou a 15 de Junho de 1991 em Pinatubo nas Filipinas, podem enviar cinzas e gases vulcânicos a vários quilómetros de altitude, até à estratosfera, e a cinza resultante pode afectar áreas a centenas de quilómetros de distância na direcção dos ventos. São características distintas deste tipo de erupção a ejecção de grandes quantidades de pedra-pomes e fortes erupções contínuas de gases.

Erupções plinianas curtas podem durar menos de um dia. Eventos mais longos podem durar desde alguns dias a vários meses. As erupções mais prolongadas iniciam-se com a produção de cinza vulcânica ou fluxos piroclásticos. A quantidade de magma que brota pode ser tão grande que o topo do vulcão pode colapsar, formando uma caldeira. Pode haver deposição de cinza muito fina em áreas extensas. São frequentemente acompanhadas de forte ruído, como aquele produzido em Krakatoa.

As erupções plinianas de Krakatoa em 1883, Monte Santa Helena em 1980, Monte Tarumae (Japão) em 1667 e 1739[3], Tira em c. 1600 AEC, a que formou o Lago Crater em 4860 AEC e a do Monte Vesúvio em 79 são exemplos de erupções plinianas que resultaram na formação de caldeiras. A lava é normalmente riolítica e rica em silicatos; é raramente basáltica, tendo sido uma erupção com magma basáltico registada no Monte Tarawera em 1886.

Erupção vulcaniana
Erupção vulcaniana. 1: pluma vulcânica; 2: lapilli; 3: fonte de lava; 4: chuva de cinza vulcânica; 5: bomba vulcânica; 6: fluxo de lava; 7: camadas de lava e cinza; 8: estrato; 9: soleira; 10: chaminé magmática; 11: câmara magmática; 12:dique.

As erupções vulcanianas foram assim denominadas após as observações de erupções de 1888-1890 do vulcão na ilha de Vulcano, no Mar Tirreno, por Giuseppe Mercalli. Outro exemplo deste tipo de erupção foi a de Paricutín em 1947. Mercalli descreveu a erupção como "(...) disparos de canhão com longos intervalos (...)". Neste tipo de erupção, brotam enormes fragmentos de rocha quente; uma espessa nuvem de cinzas sai explosivamente da cratera a uma elevada altitude, formando alguma cinza fumegante uma nuvem esbranquiçada perto do topo do cone. A sua natureza explosiva deve-se ao conteúdo rico em sílica do magma, que aumenta a viscosidade e portanto a explosividade deste. Pode encontrar-se quase todo o tipo de magma neste tipo de erupção, mas magma com cerca de 55% de basalto-andesito (ou mais sílica) é o mais comum.

As erupções vulcanianas começam normalmente com erupções freatomagmáticas que podem ser extremamente ruidosas, devido ao aquecimento de água subterrânea pelo magma em ascensão. Este processo é usualmente seguido de uma explosão que desobstrui a chaminé vulcânica, erguendo-se uma coluna suja, cinzenta ou negra, devido à expulsão de rochas preexistentes na chaminé. As erupções vulcanianas podem lanças blocos de rocha de vários metros de dimensão a centenas de metros ou mesmo alguns quilómetros de distância. À medida que a chaminé é desobstruída, as nuvens de cinza tornam-se mais esbranquiçadas, sendo a saída de rolos de cinza similar à das erupções plinianas. Esta fase é seguida pela produção de lava viscosa contendo grandes quantidades de gases e produzindo cinza vulcânica vítrea. Conhece-se a ocorrência de fluxos piroclásticos, como aconteceu nas erupções do Stromboli em 1930, de Montserrat desde 1995 e do Monte Unzen entre 1991 e 1995.

A tefra é dispersa numa área maior que nas erupções havaianas e estrombolianas. A rocha piroclástica e os depósitos formam um cone vulcânico de cinzas, cobrindo a cinza uma grande área. A erupção finaliza com um fluxo de lava viscosa.

Erupção peleana
Erupção peleana. 1: pluma vulcânica; 2: chuva de cinza vulcânica; 3: cúpula de lava; 4: bomba vulcânica; 5: fluxo piroclástico; 6: Camadas de lava e cinza; 7: estratos; 8: chaminé magmática; 9: câmara magmática; 10: dique.

Numa erupção peleana ou nuée ardente ("nuvem ardente"), tal como a ocorrida no vulcão Mayon nas Filipinas em 1968, há grande quantidade de explosões de fragmentos de rocha quente, vapores, poeiras e cinzas a partir da cratera central. Estes materiais caem sobre a zona da cratera e formam avalanches que se deslocam a velocidades que podem chegar aos 160 km/h. O magma é geralmente viscoso e rico em riólito ou andesito. Este tipo de erupção partilha algumas características com as erupções vulcanianas, distinguindo-se pela avalanche de material piroclástico e a presença de uma cúpula de lava no topo do vulcão. Observam-se também curtos fluxos de cinza e criação de cones de pedra-pomes.

A fase inicial da erupção é caracterizada por fluxos piroclásticos. Os depósitos de tefra têm um menor volume e alcance que em erupções plinianas e vulcanianas. O magma viscoso forma uma cúpula escarpada ou uma agulha de lava na chaminé vulcânica. A cúpula pode colapsar mais tarde, resultando em fluxos de cinza e blocos de rocha quente. O ciclo eruptivo completa-se no espaço de alguns anos, podendo nalguns casos prolongar-se por décadas, como no caso de Santiaguito.[4]

As erupções peleanas podem causar grande destruição e perda de vidas se ocorrerem em zonas povoadas, como demonstrado pela devastação ocorrida em Saint-Pierre após a erupção do Monte Pelée na Martinica, em 1902. Outros exemplos incluem a erupção de 1948-1951 do Hibok-Hibok, a erupção de 1951 do Monte Lamington (a mais bem descrita até ao presente), a erupção de 1956 do Bezymianny, a erupção de 1968 do vulcão Mayon e a erupção de 1980 do Monte Santa Helena.[5]

Erupção subglacial
Erupção subglacial. 1: nuvem de vapor de água; 2: lago; 3: gelo; 4: camadas de lava e cinza; 5: estratos; 6: pillow lava; 7: chaminé magmática; 8: câmara magmática; 9: dique.

As erupções subglaciais ocorrem debaixo de gelo ou glaciares, podendo causar inundações e lahars e originar hialoclastite e pillow lava ("lava em almofada"). Apenas cinco erupções deste tipo ocorreram no presente. Algumas erupções subglaciares são provocadas por um tipo de vulcão subglacial, o tuya. Os tuyas na Islândia são denominados "montanhas mesa" devido aos seus topos planos. O tuya Butte, na Colômbia Britânica, é um exemplo deste tipo de vulcão.

Não é bem conhecida a termodinâmica das erupções subglaciais. Os escassos estudos publicados indicam que existe uma quantidade apreciável de calor retido na lava, sendo que uma unidade-volume de magma consegue derreter dez unidades-volume de gelo. A velocidade a que o gelo é derretido é, no entanto, ainda inexplicada e é uma ordem de magnitude maior em erupções reais que em modelos de previsão.

Erupção hidromagmática
Ver artigo principal: Erupção hidromagmática

As erupções hidromagmáticas, freatomagmáticas ou ultra-vulcanianas são conduzidas por vapor explosivo em expansão resultante do contacto entre solo frio ou águas de superfície frias e rocha quente ou magma. As explosões freáticas distinguem-se por lançarem fragmentos de rocha sólida preexistente na chaminé vulcânica, não havendo erupção de magma. A actividade freatomagmática é geralmente fraca, embora sejam conhecidos casos de forte actividade, como na erupção do vulcão Taal, nas Filipinas, em 1965, e a actividade de 1975-1976 em La Grande Soufrière, Guadalupe.

Imagem: Erupção no vulcão Stromboli, Itália

Estado da Índia, 1963. Dio


Sede de distrito, no Estado da Índia com a população de 21.138 habitantes, é uma cidade histórica, onde se reúnem testemunhos eloquentes de um passado glorioso vinculado nos seus monumentos.

Dividido em três partes, o distrito compõe-se da ilha de Dio, separada da cidade pelo canal do estuário do Chassy, que constitui o porto em frente à fortaleza; o território de Gogolá, que se limita a uma língua de terra situada na margem do canal; e um pequeno domínio que se localiza na enseada de Simbor.

A fortaleza de Dio, que fortifica a cidade, a Sé Monumental, o ambiente típico que caracteriza a região, os costumes e as tradições constituem a melhor revelação da cidade e dos seus arredores.


Brasão de armas concedido por portaria nº 19.409 de 1 de Outubro de 1962. 1963

In Agência Portuguesa de Revistas. 1963

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O Cavaleiro do Rei (29). Novela


Os Jingola não são preguiçosos, são africanos.
Parece-me que o próximo presidente de Angola é um duo: Belmiro de Azevedo e Isabel dos Santos.


O destino deste reino está no exílio local. Temos que continuar a luta fora de portas. Lentamente matam-nos um a um. Aqui não conseguiremos sobreviver. Temos que fugir para o estrangeiro. Renovar a verdadeira luta de libertação nacional. Só assim conseguiremos os nossos verdadeiros objectivos. Os marqueses dos nossos gloriosos exércitos tomam de assalto as ruas. Estamos a ficar sem elas. A rádio dos republicanos disse que o bispo do vice-reino da Ponta do Padrão ficou com muitos estragos. Os jovens invadiram o local do culto e caíram-lhes em cima. Atiraram-se a ele como mabecos.

- Isto está a ficar confuso. Os republicanos já lutam entre eles. Os mosqueteiros agora têm que resolver os problemas dos republicanos? – Preocupou-se o rei.
- Excelso rei, prendo-os?
- Não, deixa-os morrer à fome.
- Vou acabar a leitura. Eh! Eh! A maioria da população é constituída por marqueses e marquesas. Não gostamos da cor da bandeira do reino porquê? O vermelho e preto há mais de trinta anos que nos promete muita coisa. Só nos dá fome. Por isso não gostamos deste reino. Fomos concebidos para viver, mas não nos deixam fazê-lo. Apenas quero amar uma mulher. Verdadeiramente amá-la. Acho que nunca conseguirei isso neste reino. O meu coração diz-me que ficaria muito feliz. Na realidade não somos nós que amamos. O nosso coração é que ama. Só ele sabe sentir o que é o amor. Sente-se eternamente feliz quando ama. Só ele conhece o segredo do amor. O meu coração sente necessidade de amar uma mulher. Não sei, nem imagino onde ela se encontra. Que se acabem os documentos, os passaportes, as nações e que o mundo seja só um. Procuremos o nosso amor, em qualquer parte do mundo. Sem qualquer documento. Que se acabe com a ONU e outras coisas iguais. Passamos a vida a viver de ilusões neste reino parte casas. Estrangeiros já violam as nossas filhas. Obrigam-nas a prostituírem-se para arranjarem trabalho. A única liberdade que lhes resta é abrirem as pernas para o reino das piranhas.

Depois da audição, o rei não mostrou nenhum sinal de compreensão.
- Sabe Epok, não perco tempo com essas coisas. Tenho muito onde ocupar o meu precioso tempo. Isso… são devaneios da juventude. Piranhar meu caro Epok!

CAPÍTULO VII
A PRINCESA

«E envolvem actividades tão diversificadas como o comércio de armas, a agricultura destinada à fabricação de entorpecentes, os desmatamentos ilegais que devastam grandes regiões no mundo, a sobrepesca em áreas fragilizadas, os loteamentos ilegais de especuladores imobiliários que jogam populações miseráveis em áreas de mananciais, o comércio internacional de prostitutas infantis, o tráfico de órgãos humanos para transplante e assim por diante.«
In Políticas Municipais de Emprego. Ladislau Dowbor

Foto. Angola em fotos

O Planeta dos Macacos (4)


A estrutura da Torre de Babel angolana desabará como a outra.
O MPEA-Movimento Popular da Espoliação dos Angolanos, aproa-se ao saudoso estalinismo. Com ciúmes da Coreia do Norte? Estamos piores que no faroeste. A espoliação de tudo à população prossegue selvaticamente. Muito perigoso este vulcão de lama que está demasiado ardente. Preparem-se que de um momento para o outro o cone vai explodir.

Sinopse: Em 2009, Leo Davidson chega em um planeta habitado por macacos, onde os humanos são os "animais" e lutam pela sobrevivência. Mas Leo também é feito de escravo e tenta formar um grupo e iniciar uma revolução, que ameaçará o poder dos macacos.
http://www.cineplayers.com/filme.php?id=504

A questão não é a crise económica global, é o sistema político, ou melhor, os políticos que não funcionam. Estamos noutro período negro da História, ou alguém manipula geneticamente para colocar tolos chapados no poder. Enquanto permanecer a santa aliança entre políticos, banqueiros e especuladores, assistiremos de seguida a mais outra derrocada do sistema económico. Que prefiro chamar-lhe: mas, não há nenhum sistema económico, há um sistema político, não existe economia. O sistema económico não funciona. Estamos é em presença de outra revolução.

É notável como este, o actual regime navega nos hipertextos. O português dita-nos a sua lei. O brasileiro também. E o chinês é a mesma merda. Estes então são do piorio. Simplesmente desrespeitam regras de convivência. Porque têm os militares da Presidência da Republica que os protegem e nos matam sem problemas.

Aqui não existem pessoas. Apenas animais aterradores, canibais que se devoram entre si, como sociedade que deixou de existir. E a coisa avança avassaladora, destruidora. Como vírus desconhecido e muito letal. Torna-se inimaginável o que por aqui vai acontecendo. As pessoas matam-se pelo mínimo trivial. Sentem prazer animalesco no matar. O pensamento de lutar… o viver desapareceu-lhes das mentes. Condenaram-se a viverem no inferno em vida.

Ninguém valoriza ninguém. O imperador ódio diviniza-se. As pessoas têm horror pelo semelhante. Sentem imenso prazer com o patético sofrimento alheio. Não são pessoas não. São bichos, feras desconhecidas do terror.

Os bancos não podem estar em poder de privados. Os bancos devem ser geridos pelo Estado. Os bancos têm que ser nacionalizados.

Acho piada a alguns governantes que afirmam peremptórios que o parte casas, o roubo de terrenos, a expulsão, a espoliação dos bens da população deve-se a que estão ilegais. E muitos generais que são os mais ilegais? Caramba! Mas, o que é que existe, está, é legal em Angola?!

Não há nada que não venha de fora. Nisto, há um grande negócio como está agora na moda, o import/export de prostitutas. Prostitutos não são necessários, é o que existe mais em cada canto e cantinho.

O caos instalou-se. Está como o vulcanólogo Pepetela já definiu.

Imagem: http://ingridcerveira.blogspot.com/