terça-feira, 16 de junho de 2009

Não há bela sem senão


Jamais esquecer: sem formação, o escravo liberto prossegue na servidão.
E uma bela sem senão preocupada com mundanismos.

Reestruturação só na TPA e RNA, não dá. Primeiro que tudo é necessário reestruturar Angola por completo. A democracia está como o trânsito que já não está engarrafado, está permanentemente paralisado, bloqueado.
No fundo isto tem a ver com a nobre classe dos oficiais-generais e parece também com a novíssima classe dos oficiais-deputados. Porque em Angola tudo o que governa é castrense, geral general.

A questão fundamental é que a Tchizé dos Santos… o imbróglio da Tchizé é que ela não parece ser culturalmente angolana. É mais da nova vaga portuguesa. A sua actuação tem o genuíno espírito tuga. E com isso Angola está a ficar demasiado vulgar. Nota-se claramente que as trevas saúdam-na. É mais um país que entra na conflituosidade africana. Angola caminha para outro conflito guerreiro inevitável. As estruturas desmoronam-se. O sinal também está na juventude, encarreirada no concretamente irresponsável devido ao analfabetismo. E quem conseguir dinheiro entra directamente na universidade. Continua a pagar a outrem que lhe escreve os textos. E assim se formam doutores e doutoras, e assim prossegue a nossa desinformação com esta formação.

De qualquer modo o caso Tchizé mostra-nos as reminiscências do novo-riquismo. Dinheiro caído do céu torna-se diabólico. Há sempre quem compre inteligência com dinheiro. Estão como gente que compra livros aos quilos para mostrar às visitas que é uma pessoa letrada. É mais… uma luta da libertação falhada. A actuação da Tchizé carrega-se num país pertença de uma família. O poder e o reino soçobram, dividem-se na desgraça dos governadores. O país é da família. A população não existe, são apenas macacos sem galhos e sem jardins zoológicos.

Brincar à democracia é um passatempo muito perigoso. Imaginem por exemplo Estaline repentinamente ressuscitado como democrata. Um futuro macabro se nos apresenta porque vivemos todos na ilegalidade. Angola está em poder das poderosas quadrilhas imobiliárias. E o poder quase cinquentenário delega-nos tal miséria, que as hordas de jovens esfomeados já assaltam velhos e velhas para roubarem qualquer coisa. Uns míseros dez kwanzas ou saquinhos com água para beber. A seguir andar na rua será perigoso. À beira do caos total.

E a intensa feitiçaria em todas as camadas sociais que destrona, destroça Angola. Creio que não sobrará nada. Entretanto, cultuando a miséria que é fidelíssima amante da fome, o pai mata o filho de três anos… porque comia muito.

E uma bela sem senão preocupada com mundanismos.

Imagem: WIKIPEDIA





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