segunda-feira, 29 de junho de 2009

História Universal (14). A fundação de Roma


No século VIII uns grupos olmecas procedentes da zona de Veracruz instalaram-se em novos povoados, o mais importante dos quais foi Monte Albán.

CARLOS IVORRA

Estes foram a origem da cultura Zapoteca. Realizaram construções em pedra, desenvolveram a numeração, a escrita hieroglífica e o calendário. Em Monte Albán os zapotecas construíram uma enorme praça limitada ao norte e ao sul por plataformas elevadas, enquanto que nos outros dois lados havia templos e outras construções. No centro se alça uma fileira de templetes. A plataforma norte abre-se ao exterior mediante uma ampla escalinata e um pórtico de doze colunas de dois metros de diâmetro. Na plataforma sul levanta-se uma grande pirâmide. No lado oeste alça-se o Templo dos Dançantes, que é a parte mais antiga da cidade.

Os celtas povoavam já o norte da Espanha, com o que a cultura indo-europeia se estendia ao largo de toda a Europa. Ali se misturaram com a população indígena, os Iberos. Os celtas usavam flechas, hondas, espadas curtas de ferro e uma espécie de alabarda. Rendiam culto a Lug (o Sol), Taranis, (o raio) e a muitos outros deuses, até cerca de 400. Os seus sacerdotes, os druidas, tinham fama de bons médicos. Eram bons agricultores e amigos das novidades. Cuidavam a forma física e praticavam o desporto. Não tinham estruturas políticas à grande escala. Cada clã estava governado por um chefe e a chefia a herdava o primogénito. Os outros filhos tinham que emigrar para assentarem em novos territórios. Talvez por isso foram o povo indo-europeu que mais se estendeu pela Europa.

Os historiadores antigos dizem que os iberos eram de mediana estatura, morenos e esbeltos. Muito cavalheiros, leais e de carácter indomável, muito bons guerreiros. Também dizem que eram indolentes e preguiçosos, e odiavam todo o estrangeiro. As tribos iberas agrupavam-se em diminutos estados monárquicos ou republicanos. Habitavam povoados construídos em lugares altos e muito fortificados. Mas a cultura mais importante na península ibérica seguia sendo os Tartesos, ao sul, debaixo da influência fenícia.

Entretanto, em Itália coexistiam duas coalizões rivais de cidades-estado: Etrúria ao noroeste e o Lácio imediatamente ao sul. O resto da península itálica estava povoada por tribos primitivas.

A Grécia progredia muito lentamente. Não tinha passado muito tempo que Homero compôs os seus dois famosos poemas: a Ilíada e a Odisseia, rememorando para os senhores dórios as glórias da era micénica. A vida seguia sendo dura. A vida nas Polis (ou cidades-estado) condicionou fortemente a evolução da sociedade grega. A figura do rei perdeu relevância (numa cidade pequena e pobre, o rei não podia ter grandes atribuições, nem fazer grandes ostentações). Em muitas Polis chegou incluso a desaparecer, e o governo ficava nas mãos de assembleias de nobres (a aristocracia ou o governo dos melhores). Cada cidade tinha o seu próprio exército. Estes exércitos eram, naturalmente, pequenos, formados por soldados de infantaria pesadamente armados, os hoplitas. A qualidade de vida de uma cidade, dentro da pobreza generalizada em que viviam todas, dependia em grande medida da qualidade do seu exército, assim que os gregos eram exercitados no combate desde meninos. As polis mais fortes submetiam as suas vizinhas.

Assim, por exemplo, Esparta controlava toda a Laconia, formada pelas cidades do vale do Eurotas. A sua forma de governo era atípica, pois tinha simultaneamente dois reis, provavelmente fruto de que duas tribos dórias repartiram-na séculos atrás (os espartanos diziam que os seus reis descendiam dos dois filhos gémeos do seu primeiro rei). Não obstante, o poder dos reis limitava-se a dirigir o exército. Os assuntos internos estavam regulados por uma assembleia de trinta anciãos (a gerúsia) em que os reis contavam como dois votos mais. Ademais havia cinco éforos ou magistrados encarregados de fazer cumprir as decisões da assembleia. Tinham incluso a autoridade para multar ou castigar os reis sem violarem a lei. Os espartanos propriamente ditos não superavam apenas os cinco por cento da população. As únicas actividades que consideravam honoráveis eram o governo e a guerra. O resto das actividades estavam nas mãos dos ilotas (escravos) e os periecos, homens livres mas sem nenhum poder político. A maior rival de Esparta era Argos, que controlava a Argólida. A sua organização era similar à espartana (sem a duplicidade de reis), mas algo menos rígida. Assim poderíamos recorrer cidades e mais cidades, cada qual com as suas características próprias, cada qual com a sua própria identidade nacional que se negava a identificar-se com qualquer outra, pese a afinidade cultural que, sem dúvida, havia entre todas elas.

(Carlos Ivorra, é professor na Universidade de Valência, Espanha. Faculdade de Economia. Departamento de Matemáticas para a Economia e a Empresa.)
Traduzido do espanhol.

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