sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Corrupção e narcotráfico envolvem Presidente de Moçambique


O Wikileaks revela comunicações da embaixada norte-americana de Maputo que apontam o envolvimento de Armando Guebuza em escândalos de corrupção e narcotráfico
A embaixada dos Estados Unidos em Maputo acusa o Presidente da República de Moçambique Armando Guebuza de ter recebido «entre 35 a 50 milhões de dólares» em comissões no negócio da compra da Hidroeléctrica Cahora Bassa a Portugal, segundo comunicações diplomáticas secretas reveladas quinta-feira pelo site de denúncias Wikileaks. O chefe de Estado é referido como estando envolvido em «todos os mega projectos de milhões de dólares» no país.
Outra suspeita refere-se à «amizade próxima» entre Guebuza, apelidado de «escorpião», o antigo Presidente Joaquim Chissano e os dois principais narcotraficantes do país, o empresário Mohamed Bachir Suleiman, referido por MBS, e Ghulam Rassul Moti.
«MBS contribuiu grandemente para encher os cofres da Frelimo e forneceu um suporte financeiro significativo às campanhas eleitorais», é referido. Em troca, acredita a embaixada, saíram «ordens do gabinete da Presidência para excluir certos contentores de carga das habituais vistorias de segurança no Porto de Maputo».
Outro porto, o de Nacala, é considerado um ponto chave do trânsito de cocaína, haxixe e heroína entre Brasil, Paquistão, Afeganistão e Índia, pontos de origem, e a África do Sul e a Europa, importantes mercados.
Nas comunicações reveladas, Portugal é considerado um dos destinos dos estupefacientes, bem como um país onde MBS detém «contactos» e negócios que servem de fachada a actividades ilícitas.
Moçambique é referido como o segundo país africano mais activo na rota internacional do tráfico de drogas. É notada ainda a existência de bancos e instituições financeiras em número muito superior à dimensão da economia nacional, e de uma bolha especulativa no mercado imobiliário, indícios de operações de lavagem de dinheiro.
Em Maputo, o primeiro-ministro moçambicano Aires Ali disse que o Governo não tem «nada a comentar» sobre as suspeitas levantadas pelos Estados Unidos.
SOL

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