sábado, 26 de outubro de 2013

Justiça brasileira emite “mandato de prisão” contra Fernando Republicano por tráfico de mulheres e cárcere privado


Lisboa – A Justiça Federal brasileira emitiu igualmente um mandato de prisão preventiva ao responsável máximo da produtora de espectáculos LS-Republicano de Angola, Fernando Vasco Inácio Republicano. O mesmo é acusado de formação de quadrilha, tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual, favorecimento da prostituição, rufianismo, cárcere privado.
            Republicano também é procurado pela Interpol

Fonte: Club-k.net/F. de São Paulo

Fernando Republicano – que é apontado como a sétima pessoa que mandava na quadrilha, juntamente com cinco cidadãos brasileiros e o BK – será detido pela Polícia Federal, caso desembarque no Brasil, foi também incluído na lista (vermelha) das pessoas mais procuradas pela INTERPOL (Organização Internacional de Polícia Criminal), cuja Angola é membro desde 05 de Outubro de 1982.

Assim sendo, o jovem empresário passou a fazer parte da mesma lista com o intitulado “empresário da Juventude”, Bento Kangamba, presidente do Kabuscorp do Palanca, que igualmente responde pelos crimes de quadrilha, favorecimento da prostituição, tráfico Internacional de pessoa para fim de exploração sexual, cárcere privado.

Importa salientar que o Ministério Público Federal em São Paulo denunciou e a Justiça Federal abriu processo contra cinco brasileiros e dois angolanos por tráfico internacional de pessoas, rufianismo, favorecimento de prostituição e associação criminosa.

Os mesmos foram alvos da “Operação Garina”, da Polícia Federal, que desarticulou a quadrilha que traficava mulheres brasileiras para Angola, Portugal e África do Sul para prostituí-las.

Foram denunciados os brasileiros Wellington Edward Santos de Souza, também conhecido como Latyno, Luciana Teixeira de Melo, Rosemary Aparecida Merlin, Eron Francisco Vianna e Jackson Souza de Lima, além dos angolanos Fernando Vasco Inácio Republicano e Bento dos Santos Kangamba, que é general das FAA.

A denúncia foi feita pela Procuradora brasileira Stella Fátima Scampini em 19 de Setembro e recebida no último dia 21 pela juíza da 8.ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Maria Isabel do Prado, que também acatou os pedidos do Ministério Público Federal de decretação de prisão preventiva de todos os acusados, expedição de mandados de busca e apreensão em 11 endereços relacionados aos réus, nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Cotia e Guarulhos, além de sequestro de bens.

A Polícia Federal aponta o secretário para área de mobilização e organização periférica e rural do MPLA em Luanda – que casou com uma sobrinha do Presidente da República – de chefiar o esquema internacional de tráfico de mulheres do Brasil para África do Sul, Portugal, Angola e Áustria.

Na Operação Garina, deflagrada nessa quinta-feira, 24, a PF pediu e a Justiça concedeu a prisão contra general, caso ele desembarque no Brasil, e incluiu seu nome e o de um comparsa na lista de procurados da Interpol.

Chamado carinhosamente por “tio Bento” ou “tio Chico” pelos integrantes da quadrilha,  o presidente do grupo Kabuscorp, é igualmente o maior patrocinador do Vitória Sport Club, da primeira divisão de Portugal, além de Angola (que venceu o campeonato nacional Girabola/2013). Duas actividades usadas na lavagem de dinheiro do crime organizado.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na manhã de quinta-feira, 24, pela Polícia Federal, enquanto os acusados estrangeiros, que encontram-se em Angola, tiveram seus nomes inseridos na difusão vermelha – lista de procurados da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal).

Durante as investigações que deram base à denúncia oferecida à Justiça, na qual o Ministério Público Federal relata como operava a quadrilha, foi apurado que a organização criminosa internacional contava com dois núcleos, um no Brasil, liderado por Wellington Edward Santos de Souza, e outro em Angola, liderado por Bento dos Santos Kangamba.

Segundo a denúncia, Kangamba “mostrou-se o principal financiador de todo o esquema criminoso responsável, em média, pela promoção, intermediação e facilitação da remessa mensal de cerca de 7 mulheres brasileiras ao exterior para prostituição, movimentando por mês o valor aproximado de 500 mil dólares norte-americanos. A Procuradoria da República estima que, ao longo dos 7 anos em que a organização agiu, foram movimentados aproximadamente 45 milhões de dólares.

Segundo a denúncia, foi constatada a utilização dos nomes do grupo musical Desejos e das empresas Showtour e LS Republicano, a primeira sediada no Brasil e a segunda em Angola, “para facilitar a obtenção de vistos para as mulheres enviadas ao exterior, bem como para ludibriar as autoridades brasileiras e estrangeiras em relação às práticas criminosas relacionadas ao tráfico internacional de pessoas”.

O Ministério Público Federal em São Paulo divulgou a lista de acusados e os crimes a eles atribuídos.

1) Wellington Edward Santos de Souza, denunciado por quadrilha, favorecimento da prostituição, tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual e cárcere privado.

2) Rosemary Aparecida Merlin, quadrilha, favorecimento da prostituição, rufianismo, tráfico Internacional de pessoa para fim de exploração sexual, cárcere privado, estelionato, perigo para a vida ou saúde de terceiros.

3) Eron Francisco Vianna. quadrilha, favorecimento da prostituição, rufianismo, tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual, cárcere privado.

4)Luciana Teixeira de Melo, quadrilha, favorecimento da prostituição, manter, por conta própria, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, rufianismo, tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual.

5) Jackson Souza de Lima, quadrilha, favorecimento da prostituição, rufianismo.

6) Fernando Vasco Inácio Republicano, quadrilha, tráfico internacional de pessoa para fim de exploração sexual, favorecimento da prostituição, rufianismo, cárcere privado.

7) Bento dos Santos Kangamba, quadrilha, favorecimento da prostituição, tráfico Internacional de pessoa para fim de exploração sexual, cárcere privado.

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