Ouvindo ontem um dos
entrevistados da TPA, que falava sobre a morte do dirigente juvenil da Casa CE,
fiquei estupefacto com a logica vanglorista do "eu avisei que haveria
mortos e feridos". Pior, a justificação da morte com a violação do
perímetro de segurança do PR. O que aquele jovem analista não percebe, é que
este tipo de argumentos dá consistência à ideia de que a morte foi uma demonstração de força ou uma reacçao
desproporcional contra a homens que só tinha na mão panfletos. Qualquer das
situações não é digna de um estado de direito. Portanto só podemos entender que
se tenha tratado de um incidente e neste caso, nos são devidas muito mais explicações
do que as existentes. Numa situação destas bem se justifica um pronunciamento
do secretariado do bureau politico do MPLA. Ninguém deveria ser morto por
entrar num perímetro de segurança. Prende-se, como uns foram presos e
entrega-se ao ministério publico e depois são levados a tribunal. Se ocorreu um
incidente, os autores do disparo devem ser levados a tribunal. A logica
defendida pelo jovem analista do telejornal de ontem não é nada boa e nos
empurra curiosamente para os erros cometidos na primavera árabe. Sejamos
merecedores da nossa paz. Espero que o MPLA, partido com maiores
responsabilidades no nosso país e na defesa dos angolanos, tenha a sensatez de
não embarcar nesta logica vanglorista e venha abrir uma investigação rigorosa
sobre esta morte, enviar os autores para o ministério publico e deixar que um
julgamento justo nos mostre que se tratou ou não de um infeliz incidente. Está
na hora de assegurarmos que nesta angolana em paz, mais ninguém deveria morrer
por ter ideias diferentes.
In Ismael Mateus. Facebook
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