O objetivo do indicador de felicidade é triplo: (1) superar a falácia do “quanto mais melhor”;
MARCOS ARRUDA
(2) sensibilizar as pessoas para uma mudança de leitura do mundo e da economia, e para uma transformação das suas relações sociais e ambientais, inclusive de suas práticas de consumo; e (3) influir nas escolhas de governo no sentido da adoção de um índice de felicidade humana como instrumento de planejamento e de avaliação do desenvolvimento econômico e tecnológico.
Marcelo Neri, economista da Fundação Getúlio Vargas (Jornal do Brasil, 7/9/2008:E1) se utiliza da pesquisa do Instituto Gallup em mais de 132 países, para comprovar que o aumento da renda e da posse de dinheiro não é proporcional ao aumento da felicidade: para cada 100% de aumento de renda, a felicidade geral das nações sobe 15% apenas. O Brasil confirma esta observação pelo caminho inverso: é o 22º na classificação mundial de felicidade em contraste com sua 52ª posição na classificação de renda dos 132 países! Em suma, na coordenada felicidade-renda, a curva da felicidade progride com a progressão da renda até um ponto de inflexão, para além do qual mais renda passa a significar menos felicidade!
Desenha-se no Brasil, como em outros países, um movimento orientado para a popularização de um índice de bem estar e felicidade humana e social, orientado para incidir sobre o modo das pessoas, instituições e governos medirem a riqueza e se comportarem. O FIB é um instrumento muito poderoso para incentivar o consumo consciente, a substituição da lógica do lucro pela lógica do desenvolvimento integral das pessoas e comunidades, e a adoção de políticas públicas orientadas para o aumento da satisfação, bem estar e felicidade de toda a população dos seus respectivos territórios.
Diante da ameaça de crise global, o movimento do FIB traz uma visão prática de uma outra economia possível. Ele permite a convergência de movimentos como as redes de Economia Solidária (Mance, 2002: 42-52 e Verano e Bernal, 1998), que buscam a reconceitualização da economia, tomando como valor central e sentido o ser humano enquanto ser-relação, ou seja, enquanto um ser multidimensional, um ser individual e social ao mesmo tempo (Arruda, 2003, 171-222); e do desenvolvimento autogestionário, (Arruda, 2006: 151-218) como um processo orientado para o florescimento dos potenciais, qualidades e atributos do ser humano capazes de gerar uma vida individual e social de qualidade e de crescente felicidade.
In Marcos Arruda. Economista e educador do PACS – Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (Rio de Janeiro), da Rede Jubileu Sul Brasil, co-animador de ALOE – Aliança por uma Economia Responsável, Plural e Solidária, e sócio do Instituto Transnacional (Amsterdam). Ladislau Dowbor
Imagem: http://ingridcerveira.blogspot.com/
MARCOS ARRUDA
(2) sensibilizar as pessoas para uma mudança de leitura do mundo e da economia, e para uma transformação das suas relações sociais e ambientais, inclusive de suas práticas de consumo; e (3) influir nas escolhas de governo no sentido da adoção de um índice de felicidade humana como instrumento de planejamento e de avaliação do desenvolvimento econômico e tecnológico.
Marcelo Neri, economista da Fundação Getúlio Vargas (Jornal do Brasil, 7/9/2008:E1) se utiliza da pesquisa do Instituto Gallup em mais de 132 países, para comprovar que o aumento da renda e da posse de dinheiro não é proporcional ao aumento da felicidade: para cada 100% de aumento de renda, a felicidade geral das nações sobe 15% apenas. O Brasil confirma esta observação pelo caminho inverso: é o 22º na classificação mundial de felicidade em contraste com sua 52ª posição na classificação de renda dos 132 países! Em suma, na coordenada felicidade-renda, a curva da felicidade progride com a progressão da renda até um ponto de inflexão, para além do qual mais renda passa a significar menos felicidade!
Desenha-se no Brasil, como em outros países, um movimento orientado para a popularização de um índice de bem estar e felicidade humana e social, orientado para incidir sobre o modo das pessoas, instituições e governos medirem a riqueza e se comportarem. O FIB é um instrumento muito poderoso para incentivar o consumo consciente, a substituição da lógica do lucro pela lógica do desenvolvimento integral das pessoas e comunidades, e a adoção de políticas públicas orientadas para o aumento da satisfação, bem estar e felicidade de toda a população dos seus respectivos territórios.
Diante da ameaça de crise global, o movimento do FIB traz uma visão prática de uma outra economia possível. Ele permite a convergência de movimentos como as redes de Economia Solidária (Mance, 2002: 42-52 e Verano e Bernal, 1998), que buscam a reconceitualização da economia, tomando como valor central e sentido o ser humano enquanto ser-relação, ou seja, enquanto um ser multidimensional, um ser individual e social ao mesmo tempo (Arruda, 2003, 171-222); e do desenvolvimento autogestionário, (Arruda, 2006: 151-218) como um processo orientado para o florescimento dos potenciais, qualidades e atributos do ser humano capazes de gerar uma vida individual e social de qualidade e de crescente felicidade.
In Marcos Arruda. Economista e educador do PACS – Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (Rio de Janeiro), da Rede Jubileu Sul Brasil, co-animador de ALOE – Aliança por uma Economia Responsável, Plural e Solidária, e sócio do Instituto Transnacional (Amsterdam). Ladislau Dowbor
Imagem: http://ingridcerveira.blogspot.com/
Sem comentários:
Enviar um comentário