quarta-feira, 29 de julho de 2009

O Cavaleiro do Rei (39). Novela


«4. Um outro factor que explica a arrogância desmedida do mulato Angolano é o tão louvado lado Português. Até recentemente, o índice da evolução humana em Portugal, relativamente ao resto do mundo, era notavelmente baixo. Os Portugueses que foram forçados para emigrarem para as colónias – criminosos, atrasados mentais, filhos ilegítimos etc. – era a escumalha, sem dúvida, de Portugal. Será que, há por exemplo, uma única família de mulatos Angolanos que pode dizer ser oriunda da aristocracia Portuguesa? Quais são os mulatos Angolanos descendentes dos Braganças ou dos Bourbons?

5. Os únicos mulatos em Angola com antepassados que tem uma certa história com algum peso são os Cohens de Benguela que foram criados por um judeu peripatético que eventualmente veio a ser Cônsul Britânico em Angola. Depois, também, há os Daskalos, primos dos Laras, também de Benguela, moldados, com muito carinho e fervor, por um aventureiro Grego. Francamente, se há mulatos em Angola com verdadeiro sangue azul eu não os conheço. Como é, então, que gente com raízes sem valor pode ser comparada aos Aristocratas do Bailundo, descendentes da família real Bakongo que partilham o mesmo sangue com o rei Mandume e outros Angolanos valentes. (Não cito aqui a rainha Ginga porque ela é que começou com a prática tão vergonhosa de negras quererem casar com brancos. Nos últimos anos da sua vida, a grande rainha acabou por ser uma concubina de um Português comum em Lisboa).

6. Esses nossos mulatos, que agora andam por aí cheios de tantos ares e tão orgulhosos dos seus genes lusos, esquecem-se, por muitas vezes, que eles vêem do extracto mais baixo da Europa. Um outro ponto que deve ser salientado: os Portugueses não são caucasianos puros – muitos tem sangue Árabe e, por mais desconcertante que isto seja para muitos mulatos de Angola, também sangue negro Africano. Houve até um tempo em que o atraso Português era atribuído à suposta hibridação dos seus genes. O mongrelismo, não pode esquecer, também resulta em deficiências mentais e em ilusões de grandeza.

7. Sou Angolano – um indígena com raízes inalteradas, algo que me dá muito orgulho. Ascendi neste mundo através do meu próprio esforço. Já fiz todo o tipo de trabalho na vida incluindo, nos anos 80, sobreviver como empregado de uma discoteca em Lisboa onde os mulatos de Angola me trataram como se eu fosse lixo. Sim, limpar as pias dos brancos! Trabalhei na Alemanha, onde, não obstante a má reputação Teutónica não tenho queixas nenhumas – mesmo na Bavaria. Consegui instalar-me nos Estados Unidos onde pretendo continuar com os meus estudos e escrever sobre os grandes mitos de Angola.

8. Não pertenço a nenhum clã das redes de influência tradicionais Angolanas. Pertenço, porém, a um partido que adoro com todo o meu coração. Este partido chama-se – ANGOLA!»
In Abreu Kussuya abreukussuya@yahoo.com

Epok acreditou que era uma boa análise desapaixonada sobre um assunto proibido. Ninguém gosta de o abordar. Será por isso que o reino está a ser destruído? Epok não tinha dúvidas sobre isso. O racismo camuflado destrói tudo. Inclusive as piranhas. Ah! Que se fodam os racistas! Antes que esta merda dê o berro, vou ganhar as minhas comissões na sobrefacturação, enviá-las para o estrangeiro, e depois que se matem uns aos outros. Epok despertou:
- Senhorita das pinturas… envie o chefe das cozinhas!
- …..

Imagem: Angola em fotos

Sem comentários: