Antigo preso
descreve falta de condições sanitárias
VOA
Em muitas zonas da província do Uíge as
autoridades abusam do poder de detenção preventiva, deixando presos em cadeias
em condições que põem em perigo a sua própria vida. A denúncia é de antigos
presos e familiares de detidos sem culpa formada.
Um exemplo disso é o cidadão Pedro
Fernando, detido a 16 de Novembro na aldeia Kimaria na Comuna de Mabaia, a 70
quilômetros da sede municipal do Bembe, quando tentava defender a sua
companheira, ambos pertencentes às fileiras da UNITA.
Segundo familiares, o mandado de captura
foi orientado pelo administrador comunal de Kimaria Pedro Monteiro. O cidadão
encontra se detido há um mês na Comarca do Congo sem ser julgado, segundo
informou um dos familiares que preferiu não revelar o nome temendo sofrer
represálias por parte das autoridades.
A VOA no Uíge falou com um dos presos
que foi solto depois de cumprir a pena de um ano e dois meses, que revelou a
existência de um grande número de pessoas privadas de liberdade e com prazos de
prisão preventiva expirados na comarca do Congo .
Tana André disse ainda que o actual
estado da comarca do Congo é um atentado aos direitos humanos, tendo em conta a
condição a que são expostos os reclusos. O excesso de presos está na base de
muitos contraírem infecções até morrer, e em muitos casos as noticias não
chegam às famílias.
“Há casernas com 130 a 140 numa
caserna”, disse, afirmando que há pessoas que contraem inflamações
“em todo o corpo”.
O estudante de direito Nsiamaketo André
apontou a falta de advogados na província como sendo a principal causa de
excesso de prisão preventiva no Uíge.
“A exemplo de um caso que eu assisti se
tivesse um advogado para defender a sua causa o individuo não cumpriria a pena
de seis meses por um telemóvel perdido”, esclareceu.
Sem comentários:
Enviar um comentário