Produtores de petróleo têm pressionado o
governo dos EUA para levantar uma restrição que já dura 40 anos às exportações
de petróleo
As exportações de condensado, um tipo
levemente processado de petróleo bruto, dos Estados Unidos tem recebido um
importante impulso depois que a operadora de oleodutos Enterprise Products
Partners fechou contratos anuais com pelo menos duas grandes tradings para
vender petróleo leve, disseram fontes do mercado.
correiodobrasil.com.br
Produtores de petróleo têm pressionado o
governo dos EUA para levantar uma restrição que já dura 40 anos às exportações
de petróleo. Em dezembro, o Departamento de Comércio quebrou um longo silêncio
e começou a aprovar pedidos que se acumulavam para a venda ao exterior de
petróleo leve processado.
A Enterprise está vendendo 40 mil
barris por dia (bpd) sob os contratos, o que deve dar a ela uma vantagem antes
que outras empresas recebam a autorização para exportar condensado produzido em
áreas de xisto.
A empresa tem contratos com a
Petro-Diamond Singapore (PDS), uma divisão de comércio de petróleo da
Mitsubishi Corp, e com a trading independente Vitol [VITOLV.UL], para a venda
de 1,2 milhão de barris de condensado dos EUA por mês em 2015, segundo fontes
do mercado, que pediram para não serem identificadas por não serem autorizadas
por suas empresas a falar com a imprensa.
“Os EUA têm material demais com alto
grau API e as exportações de condensado estabilizado serão um importante, embora
minoritário, meio de comercialização em 2015″, disseram analistas da JBC
Energy.
O grau API refere-se à densidade do
petróleo. O óleo bruto tende a produzir mais produtos leves como nafta e
gasolina quando o grau API é elevado.
Comerciantes
de petróleo têm procurado com avidez os novos carregamentos na esperança de
explorar oportunidades de arbitragem entre Ásia e Europa.
A PDS estendeu os termos de um acordo
com a Enterprise até 2015 depois que o contrato encerrou-se no ano
passado, disse uma pessoa próxima do assunto, acrescentando que a prorrogação
vai significar o envio de um carregamento de 600 mil barris a cada mês neste
ano.
A Enterprise também concedeu à Vitol a
realização de leilão de um carregamento por mês este ano, disseram fontes do
mercado.
A Vitol fechou dois carregamento entre o
fim de dezembro e janeiro, um dos quais foi descarregado na França e outro que
deverá chegar no início de fevereiro, segundo dados de frete marítimo.
Em fevereiro, a Vitol deverá fechar dois
carregamentos que também deverão ser enviados à Europa já que a janela de
oportunidade de arbitragem com a Ásia já havia se fechado, disseram operadores.
Enterprise, Mitsubishi Corp e Vitol não
quiseram de manifestar.
Apesar do afrouxamento nas regras de
exportação dos EUA, não é fácil vender carregamentos no exterior, já que a
oferta norte-americana compete com cargas do Oriente Médio que vêm sendo
oferecidas com grandes descontos.
A PDS e a Vitol estão obrigadas pelo
contrato com a Enterprise a receber o petróleo mesmo que não encontrem
comprador.
A diferença de preços entre o petróleo
Brent e o norte-americano West Texas Intermediate (WTI) caiu, o que também
desencoraja refinarias europeias a comprar petróleo dos EUA.
A Shell é outra empresa que tem
autorização para exportar petróleos leves dos EUA, enquanto a ConocoPhillips
ainda busca autorização.
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