Desconhecem-se
os nomes dos novos donos do jornal e o seu futuro.
Manuel José
VOA
Depois de um tempo a receber obras de
reestruturação, o jornal Angolense encerra definitivamente as suas portas e
empurra para o desemprego vários jornalistas. O Sindicato dos Jornalistas
considera de anormal o que aconteceu.
Ninguém conhece quem são os novos donos
do jornal e o Sindicato dos Jornalistas Angolanos diz que foi apanhado de
surpresa.
O antigo director de Informação da
publicação, Agostinho Rodrigues confirma o encerramento do Angolense, mas diz
desconhecer quem são os novos proprietários do Jornal, nem que destino terá:
"Enquanto funcionário do Angolense não conhecemos quem são os novos donos
do jornal"
Outro jornalista que fica no desemprego
com o encerramento do jornal é Makuta Nkondo, que conta como soube da notícia:
"Dois dias antes do Natal comunicaram-nos o fecho definitivo do jornal,
com o formato actual, e pagaram-nos três meses de salários contra os demais que
nos deviam e sem o décimo terceiro".
Makuta Nkondo disse à VOA que o salário
base de um jornalista no jornal era de 48 mil cuanzas, o equivalente a 480
dólares americanos, e não houve qualquer negociação para efeitos de
indemnização.
O jornalista acredita que esta é mais
uma medida para silenciar a imprensa no país. "Significa que neste
momento o único jornal privado e independente que sobrou é o Folha 8, de
Willian Tonet, o MPLA pretende nos impor a ler só o Jornal de Angola, que eu
considero de Pravda, a Rádio Nacional de Angola, que é a rádio Moscovo, e a
TPA, autêntica televisão soviética.
Segundo Nkondo, “os ditos privados como
a rádio Despertar, da Unita, e rádio Eclesia, da Igreja Católica fazem a mesma
coisa com listas de pessoas proibidas de falar, como eu próprio que estou
proibido de falar na Despertar e na Eclesia"
Por sua vez, Teixeira Cândido, porta-voz
do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, diz que o seu órgão foi apanhado de
surpresa.
“Não acredito que alguém compre um
título para extingui-lo um ano depois, isto deixa o Sindicato surpreso e
estupefacto com isto de comprarem jornal e depois guardar na gaveta, não é uma
situação normal”, considera Cândido, para quem “de certo modo é um ambiente de
intranquilidade para a classe jornalística e para o próprio jornalismo".
Contactado, um dos directores do
referido jornal Joaquim Maciel assegurou à VOA que não conhece quem são os
novos donos e nem sabe que futuro reserva a publicação reestruturada.
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