Militares vigiam
supermercados e controlam acessos de clientes. Jorge Silva / Reuters
A presença de militares era visível
junto das sucursais de importantes redes de supermercados de portugueses, entre
elas a Central Madeirense, a Excelsior Gama, a Luvebras e a Plazas, mas também
nas cadeias estatais como os hipermercados Bicentenário.
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"Comprei amaciador para a roupa mas
não tenho sabão em pó, já me disseram que teria que lavar com tira-nódoas. Está
a acabar o açúcar e preciso também de leite e fraldas para a bebé. De Portugal
trouxeram-me um pouco de café, mas estou à procura de mais porque desde
dezembro que não há", explicou uma luso-descendente à agência Lusa.
Na Central Madeirense de La Urbina, no
leste de Caracas, e sob o olhar de um polícia nacional que parecia querer
perceber o tema da conversa, Ângela Freitas, 25 anos, desabafou: "um
familiar conseguiu-me dois litros de Mazeite [óleo vegetal], porque senão teria
que estar em mais duas ou três horas de fila, noutro lugar, para comprar".
Ainda assim, Ângela teria ainda de ir à
procura de lâminas de barbear.
"Dizem-me que vai ser muito difícil
de conseguir", contou.
À semelhança das grandes superfícies,
alguns pequenos supermercados registavam hoje forte afluência.
"Por questões de segurança só
permitimos a entrada de 15 pessoas de cada vez. Não podemos ter muita gente
dentro porque gera confusão e tensão", disse à Lusa o proprietário de um
pequeno supermercado em La Campiña, no centro-leste de Caracas, precisando que
foi colocada na entrada uma barreira provisória que abre e fecha para que os
clientes entrem.
Na Venezuela são cada vez mais
frequentes as queixas dos cidadãos acerca de dificuldades para conseguir alguns
produtos essenciais no mercado local.
Nos últimos dias, multiplicaram-se
significativamente as já tradicionais filas de clientes às portas de
supermercados para comprar os produtos que escasseiam e que muitas vezes nem
chegam a ser colocados à venda nas prateleiras.
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