Construtoras em Angola começam a ressentir-se da austeridade. O primeiro
sinal veio da brasileira Odebrecht, uma das principais beneficiárias das
grandes obras públicas no país.
A baixa do preço
do petróleo a nível internacional começa a mostrar a outra face do ''El
Dorado'' angolano. O Governo introduziu medidas de austeridade e Luanda não
está a conseguir cumprir as suas obrigações perante as operadoras privadas.
A construtora
Odebrecht anunciou, recentemente, o encerramento de uma das suas maiores
instalações, na província de Benguela, no sul do país.
Mais de 1.200
trabalhadores foram despedidos. Segundo a DW África apurou, esta decisão está,
sobretudo, relacionada com a falta de pagamento das obras executadas por parte
de Luanda. Além disso, não estarão previstas novas obras para a multinacional
brasileira na região.
Sindicato está
preocupado
Albano Calei,
secretário-geral do sindicato dos trabalhadores da construção em Benguela, diz
que a situação atual na província é bastante preocupante.
''Neste momento,
a empresa deve ter aqui menos de dez trabalhadores'', afirma. ''Todos os
equipamentos foram vendidos e só vão ficar os guardas no portão para guardar as
infraestruturas.''
A multinacional
brasileira é uma das principais beneficiárias das grandes obras de construção
no país.
Além da
Odebrecht, há relatos de que estão a ser preparados outros despedimentos em
várias construtoras de origem portuguesa e também nacionais.
Albano
Calei diz que, até agora, já recebeu reclamações de mais de cem trabalhadores.
''Por ironia do
destino, os patrões não estão a dar esclarecimentos aos trabalhadores",
conclui.
DW Africa
ANGOLA24HORAS
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