A unidade de análise económica do
Deutsche Bank, da Alemanha, considera que Angola está mais bem preparada para
responder ao choque petrolífero do que estava em 2008, mas alerta para a
vulnerabilidade ao abrandamento da economia chinesa.
http://expansao.co.ao/Artigo/Geral/52684
Quando os preços caíram mais de um terço
em 2008-2009, passando de 92 para 61 dólares por barril, o crescimento do PIB
de Angola colapsou, de 23% em 2007 para 2,4% em 2009, o saldo orçamental passou
de 4,7% para -7,4% (apesar do corte significativo da despesa pública) e a
balança corrente mudou de 17% para -10%, para além de uma desvalorização de 18%
da moeda em 2009", escrevem os analistas do banco alemão.
Os especialistas acrescentaram que
"no contexto actual, vários factores podem mitigar o risco de uma séria
desestabilização económica".
Entre os factores que podem ajudar
Angola a superar a crise petrolífera que afecta as receitas estatais do
petróleo, que representam cerca de três quartos da receita total, estão o
"sólido crescimento do PIB e um nível de dívida pública moderado, reservas
financeiras substanciais, um fundo soberano capitalizado com cinco mil milhões
de dólares e uma economia mais diversificada que em 2008, com o sector não
petrolífero a valer 60% do PIB em 2013, quando valia apenas 40% em 2008".
Os analistas do Deutsche Bank, na nota de análise datada de Dezembro, mas que só agora está disponível, dizem que "Angola não foi significativamente afectada pela produção de xisto e consequente perda de quota de mercado nos Estados Unidos, como foi a Nigéria", mas alertam que "o país está vulnerável ao abrandamento da procura da China", uma vez que quase metade das exportações de petróleo vão para a China, desde 2012.
Os analistas do Deutsche Bank, na nota de análise datada de Dezembro, mas que só agora está disponível, dizem que "Angola não foi significativamente afectada pela produção de xisto e consequente perda de quota de mercado nos Estados Unidos, como foi a Nigéria", mas alertam que "o país está vulnerável ao abrandamento da procura da China", uma vez que quase metade das exportações de petróleo vão para a China, desde 2012.
A China, de resto, tem sido um dos
principais financiadores do desenvolvimento angolano, não só em forma de
empréstimos comerciais ou com taxas de juro muito baixas (concessionais), mas
também através do programa 'oil for money', através do qual a China empresta
dinheiro que é pago em petróleo.
Sobre o petróleo angolano, o Deutsche
Bank diz que "a produção de curto prazo está a crescer, com perspectivas
encorajadoras a longo prazo", essencialmente por causa da exploração no
pré-sal, uma espécie de camada por baixo do fundo do mar, que tem um potencial
ainda não contabilizado, mas que os analistas consideram ser bastante
promissor, admitindo até que possa duplicar as actuais reservas de 13 mil
milhões de barris.
"Assumindo novos investimentos
substanciais, o que parece realista, esperamos que a produção de petróleo nos
próximos cinco anos aumente ligeiramente à medida que os novos poços começam a
produzir, compensando o declínio dos mais antigos", dizem os analistas,
admitindo que a descida do preço do petróleo vai ter implicações nas margens de
lucro das companhias e, consequentemente, na capacidade de financiarem novos
investimentos na exploração do petróleo.
Expansão/Angop
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