MAKAANGOLA
Felizarda Agostinho, de 45 anos, não
coube em si de contente quando, há dois anos, a esposa do ministro das
Telecomunicações, José Carvalho da Rocha, lhe entregou as chaves de uma
residência social no Zango 2, em Luanda. A cozinheira, que serviu o ministro
durante cinco anos, tem agora menos de 24 horas para abandonar a residência,
sob pena de despejo compulsivo. Alegadamente, a ordem de despejo resulta de uma
zanga em torno de uma carne cozida que estava congelada há mais de um mês e que
a cozinheira deitou para o lixo.
“Eu tenho ordens de deitar fora a comida que fica muito tempo na arca. Havia carne cozida, que tinha restado de uma refeição há mais de um mês e que eu deitei para o lixo. Sabia que os meus patrões não a comeriam”, explica a cozinheira.
Segundo Felizarda Agostinho, no dia 6 de Janeiro, a esposa do ministro, Zulmira Mitange da Rocha, chamou-a de “gatuna, entre outros nomes muito feios, por causa da carne. Eu respeitosamente disse apenas que a tia é quem sabia se eu deveria continuar a trabalhar ou não”.
A seguir, Zulmira Mitange da Rocha terá confiscado o seu passe de entrada no condomínio Cajú, no Talatona, onde a família reside, bem como o seu cartão de saúde, dando-lhe um mês para abandonar a casa que lhe tinha sido concedida.
Como parte dos privilégios atribuídos aos membros do governo, o ministro José da Rocha tem três empregadas domésticas assalariadas como funcionárias públicas pelo ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação. A funcionária auferia um salário mensal de 75 mil kwanzas (US $750).
Segundo o advogado Gika de Castro, foi o ministério quem atribuiu as referidas casas sociais, incluindo a que foi entregue à sua cliente Felizarda Agostinho. “Foi o Estado quem deu a residência. Nem o ministro nem a sua esposa têm competência para expulsá-la da residência, que agora é sua propriedade privada”, argumenta.
Entretanto, ontem, 15 de Janeiro, o segurança pessoal do ministro José da Rocha bateu à porta da residência de Felizarda Agostinho para lhe transmitir um recado do ministro. “O segurança veio dizer-me que o senhor ministro José Rocha ordenou que eu abandone a casa até amanhã, sábado, senão serei despejada à força pela sua segurança”, afirma Felizarda.
O Maka Angola contactou telefonicamente a esposa do ministro, que foi peremptória: “Ela [a cozinheira] tem de o informar de tudo o que aconteceu.”
Ante a insistência deste portal em ouvir a versão dos empregadores, Zulmira Mitange da Rocha respondeu em tom ríspido: “O senhor fale bem com ela [a empregada]. Fale bem com ela”, e abruptamente terminou a chamada.
O Maka Angola tentou saber junto da cozinheira sobre outras possíveis causas que tenham levado o ministro e a esposa a ordenarem a entrega da casa. “A senhora Zulmira explicou o que eu estou a esconder? Eu contei o que aconteceu. Se há algo mais, cabe a ela explicar”, respondeu Felizarda.
Por sua vez, o seu advogado tentou, no domingo passado, solicitar um encontro com a família do ministro para propor um acordo extrajudicial. “Pedi desculpas à senhora Zulmira por ter ligado no domingo a solicitar uma audiência, dada a urgência do caso”, conta.
Segundo Gika de Castro, a esposa do ministro reagiu perguntando: “Você sabe quem eu sou?” E o advogado prossegue: “O ministro recebeu o telefone da mulher e disse-me ‘você sabe com quem está a falar? A sua cliente não lhe disse onde trabalha?’. Eu expliquei que sabia. Então o ministro disse-me ‘desliga lá isso e vai perguntar a sua cliente para quem ela trabalha’”.
Gika de Castro nota que a sua cliente, sendo assalariada do Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, deveria ter sido chamada pelos recursos humanos desta instituição para ser ouvida em processo disciplinar. “O despedimento sem o cumprimento desse procedimento é nulo”, explica.
Por sua vez, o ministro José Carvalho da Rocha não respondeu às chamadas telefónicas e à mensagem do Maka Angola, para esclarecer o caso, de acordo com a sua versão dos factos.
“Eu tenho ordens de deitar fora a comida que fica muito tempo na arca. Havia carne cozida, que tinha restado de uma refeição há mais de um mês e que eu deitei para o lixo. Sabia que os meus patrões não a comeriam”, explica a cozinheira.
Segundo Felizarda Agostinho, no dia 6 de Janeiro, a esposa do ministro, Zulmira Mitange da Rocha, chamou-a de “gatuna, entre outros nomes muito feios, por causa da carne. Eu respeitosamente disse apenas que a tia é quem sabia se eu deveria continuar a trabalhar ou não”.
A seguir, Zulmira Mitange da Rocha terá confiscado o seu passe de entrada no condomínio Cajú, no Talatona, onde a família reside, bem como o seu cartão de saúde, dando-lhe um mês para abandonar a casa que lhe tinha sido concedida.
Como parte dos privilégios atribuídos aos membros do governo, o ministro José da Rocha tem três empregadas domésticas assalariadas como funcionárias públicas pelo ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação. A funcionária auferia um salário mensal de 75 mil kwanzas (US $750).
Segundo o advogado Gika de Castro, foi o ministério quem atribuiu as referidas casas sociais, incluindo a que foi entregue à sua cliente Felizarda Agostinho. “Foi o Estado quem deu a residência. Nem o ministro nem a sua esposa têm competência para expulsá-la da residência, que agora é sua propriedade privada”, argumenta.
Entretanto, ontem, 15 de Janeiro, o segurança pessoal do ministro José da Rocha bateu à porta da residência de Felizarda Agostinho para lhe transmitir um recado do ministro. “O segurança veio dizer-me que o senhor ministro José Rocha ordenou que eu abandone a casa até amanhã, sábado, senão serei despejada à força pela sua segurança”, afirma Felizarda.
O Maka Angola contactou telefonicamente a esposa do ministro, que foi peremptória: “Ela [a cozinheira] tem de o informar de tudo o que aconteceu.”
Ante a insistência deste portal em ouvir a versão dos empregadores, Zulmira Mitange da Rocha respondeu em tom ríspido: “O senhor fale bem com ela [a empregada]. Fale bem com ela”, e abruptamente terminou a chamada.
O Maka Angola tentou saber junto da cozinheira sobre outras possíveis causas que tenham levado o ministro e a esposa a ordenarem a entrega da casa. “A senhora Zulmira explicou o que eu estou a esconder? Eu contei o que aconteceu. Se há algo mais, cabe a ela explicar”, respondeu Felizarda.
Por sua vez, o seu advogado tentou, no domingo passado, solicitar um encontro com a família do ministro para propor um acordo extrajudicial. “Pedi desculpas à senhora Zulmira por ter ligado no domingo a solicitar uma audiência, dada a urgência do caso”, conta.
Segundo Gika de Castro, a esposa do ministro reagiu perguntando: “Você sabe quem eu sou?” E o advogado prossegue: “O ministro recebeu o telefone da mulher e disse-me ‘você sabe com quem está a falar? A sua cliente não lhe disse onde trabalha?’. Eu expliquei que sabia. Então o ministro disse-me ‘desliga lá isso e vai perguntar a sua cliente para quem ela trabalha’”.
Gika de Castro nota que a sua cliente, sendo assalariada do Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, deveria ter sido chamada pelos recursos humanos desta instituição para ser ouvida em processo disciplinar. “O despedimento sem o cumprimento desse procedimento é nulo”, explica.
Por sua vez, o ministro José Carvalho da Rocha não respondeu às chamadas telefónicas e à mensagem do Maka Angola, para esclarecer o caso, de acordo com a sua versão dos factos.
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