Angola deve
reconhecer direito à auto-determinação, diz a missiva
José Manuel
VOA
Um grupo de jovens afectos à sociedade
civil de Cabinda endereçou ao parlamento angolano uma carta onde recomenda
aquela casa das leis e o povo angolano em geral a reconhecer o seu direito à
auto determinação à luz do direito internacional.
Os signatários apelam ao respeito pelos
direitos humanos no território e à criação de um clima de convivência entre
cabindas e angolanos.
Na missiva, a que a VOA teve acesso, os
jovens acusam o Governo angolano de militarizar cada vez mais o território e de
desencadear práticas de eliminação física de independentistas que se recusam a
render-se às autoridades de Luanda.
Eles lançam duras críticas ao Presidente
da República José Eduardo dos Santos pela forma como vem gerindo o problema de
Cabinda.
De acordo com os signatários, a paz ,a
segurança social e o desenvolvimento económico sustentável dos dois territórios
passam pela autodeterminação do enclave de Cabinda e por uma cooperação
politica, económica e social, baseada no respeito pela soberania dos dois
povos.
Para se pôr termo ao conflito militar
que opõe o governo angolano aos independentistas da FLEC os signatários apelam
ao diálogo franco, aberto e inclusivo, à luz do artigo 33º da carta das Nações
Unidas.
Na missiva, os jovens prometem tudo
fazer para honrar a luta pela descolonização de Cabinda, pela dignidade e
liberdade dos dois povos à luz do manifesto da consciência da nação cabindesa
publicado em 2008, o qual subscreveram com espirito de fidelidade ao enclave.
Lembram aos parlamentares que o ideal de
um povo não se elimina com armas nem pela corrupção.
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