Luanda - Acabei de ouvir numa
edição da Rádio Angola a intervenção impressionante do activista José Gama,
sobre a obsessão de matar e torturar de um Estado para esconder outras
matanças, com as suas extraordinárias propostas de saída judicial a nível
interno e internacional.
Fonte: Facebook
Ouvi também o algo estremado discurso,
com alguma intolerância até cultural (os homossexuais já não são considerados
criminosos; ouvir o Papa Francisco sobre este assunto !), do político e
jornalista Makuta Nkondo, mas que faz todo sentido, pela conjuntura criada pelo
"estado-maior" do regime do Presidente José Eduardo dos Santos,
instituído abertamente depois da guerra, a quem não faltaram conselhos (pelo
menos os meus, mesmo colocado fora das instituições). Mas, mais impressionante
é a determinação que se pode ouvir das palavras do jovem autodenominado Baixa
de Cassange, que já sofreu tantas torturas e já viu seus companheiros
sucumbirem por quererem exprimir-se no quadro das liberdades estabelecidas.
As declarações desse jovem, sejam quais
forem as consequências trágicas ou nem por isso que delas resultarem, somadas a
tantas outras tragédias, muitas delas silenciadas e ou menosprezadas por
alguns, indiciam que Angola esta a desembocar numa situação preocupante.
À certa obstinada intolerância e
arrogância, não se pode esperar outra coisa que não seja outra intolerância e
obstinação. Erguer-me em ATA em 2015, como referi na minha mensagem de Ano
Novo, significa justamente, que elementos investidos de responsabilidades
morais e cívicas da sociedade civil, não devem continuar a olhar para isso como
uma normalidade. Ou que os donos do poder revejam rápida e sinceramente as suas
posições. Que não venham comissões pacificadoras só depois de novas desgraças.
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