domingo, 8 de setembro de 2013

“mas a indústria petrolífera emprega apenas 1% da população”


Luanda – A antiga ministra dos Petróleos de Angola Albina Africano defende que a Sonangol devia apenas supervisionar a exploração, e não explorar directamente, e que o Governo devia concessionar blocos mais pequenos para aumentar as receitas.

Fonte: Lusa

Num livro lançado esta semana em Luanda, a actual conselheira do Presidente José Eduardo dos Santos e primeira presidente da Sonangol, entre 1991 e 1992, considera que o executivo devia diminuir o tamanho dos blocos de exploração petrolífera, defendendo que isso iria trazer mais operadores para o mercado e aumentar as receitas do país.

Por outro lado, Albina Africano defende também que a Sonangol, que actualmente concessiona a exploração, mas faz, ela própria, exploração de petróleo, devia limitar-se a monitorizar as operações, funcionando como regulador e não 'player' do mercado.

Actualmente, Angola, que é o segundo maior produtor de petróleo africano a seguir à Nigéria, tem cerca de 50 blocos petrolíferos, cada um com 5 mil quilómetros quadrados, ao passo que na Noruega, o maior produtor europeu, os blocos têm um décimo do tamanho.

No livro "Crescimento Sustentável do Petróleo Africano - Um estudo comparativo entre Angola e Noruega", a autora defende que o Estado devia usar o Fundo Soberano de 5 mil milhões de dólares para diversificar a economia, afastando-se das energias não renováveis, como o petróleo e os diamantes, e apostando em áreas como a agricultura, o comércio e os serviços.

Angola produz 1,8 milhões de barris por dia, esperando chegar a 2 milhões em 2017. O crude representa 97% das exportações e 80% da receita fiscal, mas a indústria petrolífera emprega apenas 1% da população, que já soma mais de 21 milhões, segundo o Banco Mundial, dos quais a maioria vive com menos de 2 dólares por dia, de acordo com os dados das Nações Unidas.

Sem comentários: