terça-feira, 17 de setembro de 2013

Moco critica conduta do porta-voz da polícia e de Ernesto Bartolomeu





Luanda - Acabo de ver o vídeo com o meu mais novo Ernesto Bartolomeu a noticiar a detenção de um jovem por alegada incitação à violência. Não posso condená-lo pela forma unilateral e parcial como é "obrigado" a dar notícias. Com a sua extraordinária experiência e competência, ele sabe que não é assim que se informa sobre acontecimentos nos meios de comunicação de um Estado democrático. Mas que fazer? São "ordens superiores", todos o sabemos.
Fonte: Facebook
Ouvi também o oficial da polícia a explicar as razões da detenção. É seu dever defender a lei e a ordem e fundamentou bem a atitude da polícia. Depois de tantos anos de guerra, por mais que eu próprio não possa fugir à responsabilidade do que aconteceu entre angolanos nesse passado, também me arrepia ouvir ou ler incitamentos à guerra. Por isso tenho insistido em propor um encontro sobre uma verdadeira reconciliação nacional em que ninguém devia pensar que teve mais razão do que o outro.
Os jovens estão a chegar a esse ponto porque não fizemos isso. O Presidente José Eduardo dos Santos que é o único que concentrou todo o poder e meios para promover isso, passa o tempo a fazer diversionismo político quando tem estatura para fazer melhor. Vamos dar a mão à palmatória. Alguns jovens estão a chegar a estes extremismos por nossa culpa, nós os mais velhos: a corrida ao enriquecimento, agarrados ao poder e querer corrigir os erros do passado com novos erros.
Como já disse uma vez. Kamulingi e Kassule desapareceram num 27 de Maio, na celebração de um erro de que já nos podíamos ter redimido. Eu ainda estou esperançado que a nossa geração como políticos, dentro ou fora do MPLA, consigamos resolver este problema enquanto é cedo. Deixemos de continuar a sacrificar os jovens que não tem culpa nenhuma, coitados. Quantas esperanças lhes prometemos?
Antes das últimas eleições, depois que o Senhor Presidente alterou arbitrariamente os princípios da nossa "Constituição" histórica eu fiz propostas em "Angola: a terceira alternativa". Mantenho, sem alterações substantivas.
Omunga e Jovens revus são exemplos mais marcantes de luta por uma sociedade avançada
Omunga e Jovens revus são os últimos exemplos mais marcantes de luta por uma sociedade mais avançada e de inconformismo contra os três males que contribuem para a estagnação de África: o desrespeito aos direitos humanos, a falta de transparência governativa e o bloqueio dos mecanismos democráticos, em que a comunicação social é monopólio de famílias que se agarram ao poder por gerações.
Há que haver muita imaginação para que iniciativas do género persistam, no meio de um arsenal de tanta sofisticação do regime pessoal dos Dos Santos, como foi este suposto fórum da juventude, para fazer diversão e abafar aquilo que é o problema principal de Angola que poucos como Omunga e Revus (jovens activos e pacíficos q não que não foram convidados para a farsa de oradores previamente selecionados e suas intervenções devidamente censuradas) têm conseguido levantar: quando é que o Presidente Dos Santos desiste de fazer de Angola, um território tão vasto e diversificado antropologicamente, uma monarquia sem constituição ou seja, quando é que o Senhor Presidente deixará que em Angola ninguém esteja acima da Lei? Viva a Omunga! Viva a juventude que luta pelos seus dias e pelo Futuro

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