Luanda - Acabo de ver o vídeo com o meu mais novo Ernesto Bartolomeu a
noticiar a detenção de um jovem por alegada incitação à violência. Não posso
condená-lo pela forma unilateral e parcial como é "obrigado" a dar
notícias. Com a sua extraordinária experiência e competência, ele sabe que não
é assim que se informa sobre acontecimentos nos meios de comunicação de um
Estado democrático. Mas que fazer? São "ordens superiores", todos o
sabemos.
Fonte:
Facebook
Ouvi
também o oficial da polícia a explicar as razões da detenção. É seu dever
defender a lei e a ordem e fundamentou bem a atitude da polícia. Depois de
tantos anos de guerra, por mais que eu próprio não possa fugir à
responsabilidade do que aconteceu entre angolanos nesse passado, também me
arrepia ouvir ou ler incitamentos à guerra. Por isso tenho insistido em propor
um encontro sobre uma verdadeira reconciliação nacional em que ninguém devia
pensar que teve mais razão do que o outro.
Os jovens
estão a chegar a esse ponto porque não fizemos isso. O Presidente José Eduardo
dos Santos que é o único que concentrou todo o poder e meios para promover
isso, passa o tempo a fazer diversionismo político quando tem estatura para
fazer melhor. Vamos dar a mão à palmatória. Alguns jovens estão a chegar a
estes extremismos por nossa culpa, nós os mais velhos: a corrida ao
enriquecimento, agarrados ao poder e querer corrigir os erros do passado com
novos erros.
Como já
disse uma vez. Kamulingi e Kassule desapareceram num 27 de Maio, na celebração
de um erro de que já nos podíamos ter redimido. Eu ainda estou esperançado que
a nossa geração como políticos, dentro ou fora do MPLA, consigamos resolver
este problema enquanto é cedo. Deixemos de continuar a sacrificar os jovens que
não tem culpa nenhuma, coitados. Quantas esperanças lhes prometemos?
Antes das
últimas eleições, depois que o Senhor Presidente alterou arbitrariamente os
princípios da nossa "Constituição" histórica eu fiz propostas em
"Angola: a terceira alternativa". Mantenho, sem alterações
substantivas.
Omunga e Jovens revus são exemplos mais marcantes
de luta por uma sociedade avançada
Omunga e
Jovens revus são os últimos exemplos mais marcantes de luta por uma sociedade
mais avançada e de inconformismo contra os três males que contribuem para a
estagnação de África: o desrespeito aos direitos humanos, a falta de
transparência governativa e o bloqueio dos mecanismos democráticos, em que a
comunicação social é monopólio de famílias que se agarram ao poder por
gerações.
Há que
haver muita imaginação para que iniciativas do género persistam, no meio de um
arsenal de tanta sofisticação do regime pessoal dos Dos Santos, como foi este
suposto fórum da juventude, para fazer diversão e abafar aquilo que é o
problema principal de Angola que poucos como Omunga e Revus (jovens activos e
pacíficos q não que não foram convidados para a farsa de oradores previamente
selecionados e suas intervenções devidamente censuradas) têm conseguido
levantar: quando é que o Presidente Dos Santos desiste de fazer de Angola, um
território tão vasto e diversificado antropologicamente, uma monarquia sem
constituição ou seja, quando é que o Senhor Presidente deixará que em Angola
ninguém esteja acima da Lei? Viva a Omunga! Viva a juventude que luta pelos
seus dias e pelo Futuro
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