quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Prossegue a greve dos professores universitários angolanos


"Torna-se cada vez mais grave a situação porque o senhor ministro optou em coagir e ameaçar os professores em greve" - Peres Alberto

Manuel José
VOA

LUANDA — Uma semana depois, mantém-se o braço de ferro entre professores universitários e o ministério do ensino superior sobre a greve do SINPES.

A situação agravou-se, segundo Peres Alberto, secretário-geral do Sindicato de professores do ensino superior já que a entidade patronal parte agora para coacção e ameaça aos professores grevistas.
"Torna-se cada vez mais grave a situação porque o senhor ministro optou em coagir e ameaçar os professores em greve"

Contudo o SINPES reitera que se não houver flexibilidade por parte do ministro do ensino superior para negociar a greve continua.

"Estamos perante um ministro que se mantém irredutível em dialogar e negociar, com isso a greve contínua de pé".

Ante a intransigência do ministro do ensino superior em negociar, os sindicalistas resolveram apelar ao presidente da república para interceder no caso.

"Enviamos uma carta ao chefe do estado a solicitar sua intervenção já que de acordo sua orientação aquando da tomada de posse, as instituições devem dialogar com os sindicatos, temos esperança que o presidente da república vai interferir".

A greve decretada na passada terça-feira é para os professores do ensino superior um direito constitucional, para salvaguarda de muitas vidas que estão directamente a si ligadas.

"A constituição angolana confere-nos este direito não depende dos estudantes mas sim de milhares de famílias penalizadas, pela miséria e pobreza extrema".

Os estudantes mostram-se solidários a reclamação dos seus professores e reconhecem que a qualidade do ensino superior angolano ainda é muito fraca.

“As faculdades em Angola são uma miséria, há carência de quase tudo, não existe investigação científica nas nossas universidades".

"No que toca à qualidade do nosso ensino superior ainda nos falta muito; faltam livros temos que ir fora porque as bibliotecas estão vazias, a investigação científica ainda é um problema".

Quanto à entidade patronal, a estratégia do silêncio continua a ser mantida.

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