O tenente-general Jesus Manuel,
secretário-executivo da Casa de Segurança do PR.
Maka Angola
Um casal chinês, ligado ao sector da
construção civil, teve a honra de outorgar diplomas de mérito a oficiais e
soldados afectos à Unidade de Guarda Presidencial, pela conclusão de um curso
de formação militar. Os efectivos concluíram um curso de 45 dias no Centro de
Instrução do Chacal, da Presidência da República.
O insólito aconteceu durante a cerimónia
oficial de celebração do nono aniversário do Destacamento Central de Protecção
e Segurança da Casa de Segurança do Presidente da República (DCPS/CSPR), a 15
de Agosto de 2014. A cerimónia decorreu no Comando do 3º Destacamento da
DCPS/CSPR, situado na Baía, junto às obras do futuro Aeroporto Internacional de
Luanda, na comuna do Bom Jesus.
Todavia, o vídeo em posse do Maka Angola,
cujo extracto relevante é partilhado com o público, suscita algumas leituras
sobre os procedimentos protocolares no seio das Forças Armadas Angolanas e da
própria Presidência da República.
A cerimónia foi presidida pelo
secretário-executivo da Casa de Segurança do Presidente da República e
comandante da DCPS, tenente-general Jesus Mário da Conceição Manuel, em
representação do seu chefe, o general Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”. A
DCPS faz parte da Unidade de Guarda Presidencial, tendo como missão específica
a tarefa de proteger os grandes projectos de reconstrução nacional, as empresas
e a mão-de-obra chinesas que os implementam.
Os aniversariantes dispensaram a
presença das autoridades municipais de Viana, localidade que acolhe a unidade,
ou representantes de outros órgãos do Estado, como da Polícia Nacional, ou
autoridades tradicionais. Mas, como convidados de honra, encontravam-se na tribuna
o cidadão chinês apresentado formalmente como “mister [senhor]” Wan e a sua
companheira. O senhor Wan é o encarregado de obras da construção da nova área
residencial do Zango V.
O Maka Angola inquiriu
um analista e dois oficiais do exército que, sob anonimato, emitiram as
seguintes opiniões sobre a honra concedida aos chineses.
Segundo o analista, se o convidado “for
de renome, ou tiver feito obras de vulto para as FAA, pode ser integrado numa
cerimónia protocolar”. Ao ser-lhe explicado o contexto e a função do senhor
Wan, retorquiu: “Se calhar fez algo ,não sei, mas à toa também não acho.”
Por sua vez, o coronel na reforma afirma
que “a cerimónia militar tem rituais próprios. Os estrangeiros, nessa condição
[do senhor Wan], não devem participar da entrega de diplomas”.
Na imagem, o soldado Edson Jerónimo
presta continência ao encarregado de obras que lhe entrega o diploma.
Já o oficial general, temporariamente
inactivo, arrisca dizer que pode haver “algo aí escondido. Pode ser um civil
que tenha prestado assistência militar secreta. Doutro modo, isso é gravíssimo.
É uma estupidez”.
Para o general, “os chineses que vieram
para Angola, ao abrigo do projecto de reconstrução nacional, gerido pela Casa
[na altura Militar] do Presidente, foram investidos de um determinado grau
imperial”.
“Empolou-se a relação entre Angola e a
China, conferindo a esta autoridade imperial. Os chineses começaram a ter força
de Estado em Angola e passaram a impor-se a todos os níveis da vida nacional, a
torto e a direito”, reclama o oficial.
Um dos maiores símbolos do patriotismo
em Angola é, sem dúvida, o cumprimento do serviço militar para a defesa da
pátria, dos cidadãos e da soberania nacional. O respeito devido aos homens e
mulheres que dedicam a sua vida a proteger Angola e os angolanos deve ser
correspondente a tão nobre causa.
Haja respeito!
Nota: O vídeo está disponível no Youtube no link http://youtu.be/fkRx0glezBE
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