Antigo
Presidente Armando Guebuza e filho são implicados pelo estudo da ong espanhola
Grain e UNAC.
VOA Português
Um relatório
preparado pela organização não governamental espanhola Grain e pela União
Nacional de Camponeses de Moçambique(UNAC) acusa vários empresários portugueses
de envolvimento num esquema internacional através do qual compraram 14 milhões
de hectares, principalmente no Corredor de Nacala, sem pagarem as indemnizações
que a lei prevê a mais de quatro milhões de habitantes locais.
O documento aponta o dedo também ao
antigo presidente moçambicano Armando Guebuza e o seu filho, Mussumbuluko
Guebuza de estarem por trás deste regresso de empresários portugueses a
Moçambique a terras antes exploradas pelas suas famílias.
O relatório citado pela agência Lusa e
que foi elaborado com recurso a especialistas moçambicanos, aponta os nomes de
empresários e empresas portuguesas, entre as quais Américo Amorim, Miguel Pais
do Amaral e a empresa Rio Forte, do grupo Espírito Santo, que alegadamente não
terão pago as indemnizações devidas aos agricultores por terem saído das suas
terras para dar lugar aos grandes empreendimentos agrícolas que estão a ser
feitos no país por empresas e investidores internacionais.
O relatório da organização não
governamental espanhola Grain e da União Nacional de Camponeses de Moçambique
(UNAC) aponta também o dedo ao antigo Presidente da República Armando Guebuza,
ao seu filho, Mussumbuluko Guebuza e a vários empresários conhecidos em
Moçambique, como por exemplo Carlos Simbine, José Alves e Jacinto Mutemba, e
Salimo Abdula. Todos são indicados como detentores ou ligados a empresas
que não terão pago na totalidade ou de todo as compensações aos habitantes
deslocados.
O documento critica as autoridades
moçambicanas por terem, nos últimos anos, recorrido a investidores internacionais
para criarem grandes empreendimentos agrícolas nas terras do norte do país,
nomeadamente no Corredor de Nacala.
O problema, explicam, é que, por um
lado, as populações locais ficam privadas do seu sustento, uma vez que a
agricultura de subsistência é a principal fonte de rendimento naquela zona, e
por outro lado nem sempre é possível saber quem deve pagar a indemnização
devida aos habitantes deslocados.
Até agora não houve qualquer reacção dos
acusados.
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