Sonangol adotou medidas de austeridade que incluem a revisão de todos os
contratos da empresa, pagando apenas metade do valor atual.
A Sonangol
adotou um conjunto de medidas de austeridade que incluem a revisão de todos os
contratos da empresa, pagando apenas metade do valor atual, argumentando que o
preço do petróleo tornou os instrumentos de gestão “irrealistas”. “A acentuada
redução no preço do petróleo desvirtua todas as previsões de arrecadação de
receitas e consequentemente os custos e despesas projetadas tendo como
referência o nível previsional inicial de arrecadação de receitas”, lê-se no
‘Guião para Redução e Contenção de Custos no triénio 2015-2017″, a que a Lusa
teve acesso.
O documento, um
autêntico manual de austeridade, assume que “os instrumentos de gestão
aprovados para o triénio 2015-2017 tornaram-se irrealistas, pelo que urge
promover a sua revisão em linha com a nova conjuntura e capacidade efectiva da
Sonangol”, sendo que “a revisão dos instrumentos de gestão para o triénio
deverá ser realizada na base da austeridade”.
O guião,
apresentado como de “obediência corporativa obrigatória”, apresenta nove
páginas seguidas de medidas de contenção da despesa, e impõe que a Sonangol e
as subsidiárias devem “empreender substanciais reduções nos seus respectivos
custos de estrutura, custos operacionais e despesas de investimento”, para além
do congelamento dos salários dos funcionários e a revisão da pertinência de
todos os contratos de trabalho, bem como o “cancelamento de toda a formação de
curta duração, seminários, workshops e brainstormings no exterior do país”.
No que diz
respeito aos contratos de terceiros (‘outsourcing’)em áreas como a consultoria
económico-financeira, jurídica e em sistemas de tecnologia de informação, a
direção da Sonangol obriga a uma revisão de todos os contratos, e afirma que
“para os contratos a serem continuados deverão ser negociados descontos no
intervalo de 50 a 45% do seu valor”, o que deixa antever que terminarão caso
não haja uma redução para metade do valor atual.
O guião de
poupança, a que a Lusa teve acesso, prevê também a entrega de um “montante
anual de 5 mil dólares (4.300 euros, ao câmbio atual) aos membros das comissões
executivas das subsidiárias e diretores da Sonangol para despesas de
representação”, mas avisa que “não serão contabilizadas e liquidadas pela
Sonangol EP e Subsidiárias despesas de representação, tais como restauração,
recriação, entertainment e outras da mesma natureza”.
Para além destas
medidas, é também apresentado um conjunto de decisões relativas à exploração
propriamente dita, entre as quais se conta a obrigatoriedade de “protelar os
projectos de investimento cujo Subsidiárias promotoras apresentem cash flow de
investimento negativo” e a “redução dos custo de produção por barril, nos
blocos operados, (Bloco 3/05 e 4) para 20 dólares”.
LUSA
ANGOLA24HORAS
Imagem: ultradownloads.com.br
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