A CASA-CE e o PRS saíram à rua para
denunciar aquilo que consideram ser a "apropriação ilícita" de bens
do públicos por privados na cidade de Saurimo na Lunda Sul. A manifestação acabou
por ser escoltada pela polícia que tentou impedir, sem resultado, o percurso.
A marcha estava inicialmente prevista
para o dia 12, mas acabou por ser adiada para sábado a pedido das autoridades
que alegaram que os desfiles de carnaval poderiam perturbar o bom desenrolar da
manifestação, como explicou à RFI, o vice-presidente da CASA-CE, Lindo Bernardo
Tito.
" O secretariado provincial
convocou para a cidade de Saurimo uma manifestação que tinha a ver com o
repudio sobre a apropriação ilicita de bens do Estado naquela província. Essa
manifestação foi aderida pelo PRS e por vários cidadãos anónimos.. a
manifestação estava marcada para o dia 12 foi atrasada para dia 21, ontem, a
pedido e em concertação com a polícia nacional local, alegando actos de carnaval...."
Ontem a manifestação iniciou às 9 horas
e uma hora depois a polícia apareceu e tentou, sem resultado impedir o percurso
que acabou por ser escoltado pelas autoridades. " Depois de duas horas de
negociações entre o nosso secretário provincial, Jordão Matenda, e o comandante
provincial, este último compreendeu que havia a legalidade e legitimidade para
que a marcha continuasse e assim a polícia escoltou os manifestantes até ao
término que foi exactamente o secretariado provincial da CASA-CE".
Lindo Bernardo Tito explica que o
objectivo desta marcha foi denunciar aquilo que consideram ser a
"apropriação ilícita" de bens do Estado por privados na cidade de
Saurimo na Lunda Sul, dando como exemplo o antigo mercado e um terreno nas
imediações do hospital da cidade.
"Referiam-se à ocupação indesejada
e ao mesmo tempo a transferência da sua titularidade a privados do antigo
mercado municipal de Saurimo, que é um bem histórico para a população da cidade
e também à alienação de parte do terreno do Hospital provincial da Lunda Sul e
outros bens que tem sido transferidos, digamos, de forma não clara para a
titularidade de privados".
Sobre o destino destes bens públicos, o
vice-presidente da CASA-CE esclarece que tudo se passa sem que a população seja
informada, mas que na maioria dos casos são transformados em superfícies
comerciais. " Um dos bens que é o mercado municipal vai ser transformado
em centro comercial e, o pior é que os cidadãos não são informados quanto é que
o Estado arrecadou com essa transferência, que tipo de contrato foi celebrado
com a entidade privada o mesmo que está a acontecer com a parte do terreno do
hospital provincial, querem ali ampliar as estruturas de um hotel"
O partido na oposição lembra que o papel
do Estado é proteger os bens públicos e que estes devem permanecer nas mãos das
autoridades de forma a providenciar um melhor atendimento à população.
"Devem ser ampliadas as novas estruturas hospitalares de forma a melhorar
a oferta dos serviços e a melhoria da qualidade de assistência médica e
medicamentosa aos cidadãos e não passando para um privado transformando-os em
hotéis".
RFI
ANGOLA24HORAS
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