O Sindicato da Construção de Portugal denunciou esta quinta-feira a
ausência de resposta do embaixador de Angola a um pedido de audiência sobre
problemas laborais no país e anunciou que vai pedir a intervenção da
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
“Lamentavelmente,
em termos institucionais, esta situação devia ter sido evitada. Solicitámos uma
audiência no dia 31 e até hoje o embaixador não respondeu. É inadequada esta
atitude para um diplomata”, afirmou o presidente do Sindicato da Construção,
Albano Ribeiro.
Num encontro com
jornalistas, em frente à embaixada de Angola em Lisboa, Albano Ribeiro falou
dos problemas laborais em Angola, afirmando que afectam “dezenas de milhar” de
portugueses que estão a viver em instalações sociais com más condições e a
sofrer reduções de salário ou atrasos no pagamento destes.
“Agora é Verão
em Angola e sabemos que há milhares de trabalhadores a viver em contentores,
sem ar condicionado, e que comem e dormem nos mesmos locais, o que é
inadmissível”, contou o presidente do sindicato.
Para
exemplificar o “desrespeito” institucional do embaixador, o presidente do
sindicato contou ter solicitado também uma audiência ao embaixador do Canadá,
país onde as “lesões” em termos laborais não são tão graves como em Angola:
“Solicitamos a audiência em 11 de Fevereiro e no dia seguinte confirmaram que
nos iam receber hoje”.
Outro dos
problemas denunciado pelo sindicato é o recurso pelo Governo Angolano a
mão-de-obra chinesa, mais barata, mas que na opinião de Albano Ribeiro não tem
a capacidade técnico-profissional dos trabalhadores portugueses. Ao nível da
concorrência, “as empresas portuguesas idóneas estão a ter dificuldade em concorrer
com as empresas chinesas”, denunciou o sindicalista.
Os dois
sindicalistas e os jornalistas presentes no encontro desta quinta-feira com o
sindicato foram todos identificados pela polícia, que justificou a necessidade
de identificação com o facto de estarem a recolher o depoimento do sindicato,
apesar de o terem feito a vários metros da entrada da embaixada.
Também um dos
funcionários da embaixada, alegadamente segurança, tentou impedir os operadores
de imagem de filmarem a fachada do edifício.
ANGOLA24HORAS
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